Em Foco
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- 21/11/2022 - INB entrega décima centrífuga de urânioEquipamento finaliza primeira fase de implantação da empresa e reduz dependência de material importado
Equipamento finaliza primeira fase de implantação da empresa e reduz dependência de material importado
Fonte: Diário do Vale
A Indústrias Nucleares do Brasil - INB dará mais um passo para o aumento da produção nacional de urânio enriquecido na próxima sexta-feira, dia 25/11. A empresa inaugurará, na Fábrica de Combustível Nuclear- FCN, em Resende/RJ, a 10ª cascata de ultracentrífugas da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio.
Com a ampliação, a INB finaliza a primeira fase da implantação e reduz o seu grau de dependência na contratação do serviço no exterior para a produção de combustível das usinas nucleares nacionais.
A entrada em operação da 10ª cascata de ultracentrífugas, conjunto de equipamentos que realiza a concentração do urânio em seu isótopo físsil, capaz de gerar energia, possibilitará o alcance da capacidade de produção para atendimento de 70% da demanda das recargas anuais da usina nuclear Angra 1, correspondendo a um acréscimo de cerca de, aproximadamente, 5% em relação à capacidade atual. A tecnologia de enriquecimento do urânio pelo processo da ultracentrifugação foi desenvolvida no Brasil pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN /CNEN).
De acordo com a World Nuclear Association, o Brasil faz parte de um seleto grupo de 13 países reconhecidos internacionalmente pelo setor nuclear como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diferentes capacidades industriais de produção.
Ampliação
A implantação da Usina de Enriquecimento de Urânio da empresa, projeto industrial estratégico do Ciclo do Combustível Nuclear, foi iniciada em 2000, em Resende/RJ. Em 2006, foi inaugurada a 1ª cascata de ultracentrífugas, fato que inseriu o Brasil no seleto grupo de países detentores dessa tecnologia..
A implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio da FCN está sendo realizada, de forma modular, em duas fases. A segunda será composta por trinta cascatas.
O projeto para a implantação da 2ª fase, denominada Usina Comercial de Enriquecimento de Urânio (UCEU) já foi iniciado com o projeto básico, que se encontra em elaboração, e com a solicitação de licenças aos órgãos de fiscalização: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama e Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
Quando a implantação da Usina estiver concluída, o Brasil passará à condição de autossuficiência de enriquecimento de urânio. A previsão é que, até 2033, a INB seja capaz de atender, com produção totalmente nacional, as necessidades das usinas nucleares de Angra 1 e 2 e, até 2037, a demanda de Angra 3.
O urânio encontrado em sua forma natural não produz energia. O processo de enriquecimento é realizado para separar e aumentar a concentração de um dos isótopos do urânio, que sofre um processo de fissão nos núcleos dos reatores nucleares. A INB produz urânio enriquecido a até 5% em peso do isótopo 235 para a fabricação dos combustíveis que abastecem as usinas Angra 1 e Angra 2 e, no futuro, também Angra 3.
O enriquecimento isotópico de urânio é uma das etapas do ciclo de combustível nuclear que contempla a mineração e o beneficiamento, conversão, enriquecimento, reconversão, fabricação de pó e pastilhas, fabricação do combustível nuclear e geração da energia nuclear.
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- 17/11/2022 - Hospital Sírio Libanês realiza workshop e curso online sobre radioterapia e controle de qualidadeOs eventos acontecem nos dias 17 e 18 de novembro e serão gratuitos e online
Os eventos acontecem nos dias 17 e 18 de novembro e serão gratuitos e online
O Hospital Sírio Libanês, ao completar 50 anos de atividades com radioterapia, realiza o I Workshop de Desenvolvimento de Scripts para Automação dos Processos de Radioterapia e o XXI Curso de Radioterapia de Última Geração e Controle de Qualidade, respectivamente nos dias 17 e 18 de novembro de 2022. O objetivo dos eventos é difundir entre os profissionais da Saúde envolvidos nos processos de serviços de radioterapia as principais atualizações na área.
Os eventos são organizados pelo Serviço de Radioterapia do Hospital Sírio Libanês e voltados para médicos, físicos, rádio-oncologistas, dosimetristas, técnicos em radioterapia e estudantes ou profissionais da área.
Inscrições pelo site:
Portal IEP XXI Curso de Radioterapia de Última Geração e Controle de Qualidade (hospitalsiriolibanes.org.br)Informações: (11) 3394-0100 ou pelo e-mail secretaria.iep@hsl.org.br
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- 16/11/2022 - IV Workshop do Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da SaúdeO evento acontece em 16 de novembro no Prédio de Ensino do IPEN, a partir das 13h30
O evento acontece em 16 de novembro no Prédio de Ensino do IPEN, a partir das 13h30
Em sua quarta edição, o Workshop do Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde terá em sua programação duas palestras e uma sessão de pôsteres com os trabalhos desenvolvidos pelos alunos do curso. O evento tem coordenação da física Denise Zezell, pesquisadora do Centro de Lasers e Aplicações (CELAP) do IPEN e responsável pelo curso de Pós-Graduação Profissional.
Previsto para iniciar às 13h30 no Prédio de Ensino do IPEN, o Workshop contará com a presença do coordenador adjunto da área de Medicina II da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Carlos Antônio Caramori, que apresentará o tema "Visão e Avaliação da Pós-Graduação Profissional", às 14h.
A sessão de pôsteres contará com 12 trabalhos desenvolvidos por alunos das turmas 2, 3 e 4 que serão avaliados por uma comissão e premiados ao final do evento.
O responsável pelo setor de Radioterapia do Hospital Sírio-Libanês, o médico João Luís Fernandes da Silva, realizará a segunda palestra do workshop comentando sobre a história e evolução das técnicas de radioterapia prevista para começar às 17h.
Mais informações e inscrições no link.
Programação -
- 11/11/2022 - Palestra sobre corrosão atmosférica no IPEN-CNENO evento acontecerá no próximo dia 11 de novembro, sexta-feira, às 10h, no auditório Prof. Dr. Rui Ribeiro Franco, IPEN
O evento acontecerá no próximo dia 11 de novembro, sexta-feira, às 10h, no auditório Prof. Dr. Rui Ribeiro Franco, IPEN
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, IPEN-CNEN, recebe a visita do engenheiro químico Walney Silva Araújo, professor associado da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais. Na oportunidade, Araújo proferirá a palestra intitulada "Estudo da Corrosão Atmosférica em Ambiente de Elevada Agressividade”.
A palestra será realizada no dia 11 de novembro, sexta-feira, a partir das 10h, no auditório Prof. Dr. Rui Ribeiro Franco (sala 143), no primeiro andar do Prédio de Ensino do IPEN-CNEN.
Sobre o palestrante
Araújo graduou-se em Engenharia Química pela UFC em 1996. Concluiu o Mestrado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais e, 1999 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O título de Doutor em Engenharia Metalúrgica e de Materiais foi obtido em 2003 na UFRJ.
Atualmente coordena o Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência de Materiais da UFC e o Laboratório de Pesquisa em Corrosão. Seus temas de atuação são revestimentos anticorrosivos, inibidores de corrosão e testes eletroquímicos.
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- 10/11/2022 - Seminário no IPEN-CNEN discute inovações e perspectivas para a Engenharia TecidualO evento gratuito tem o apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA na sigla em Inglês) e conta com a participação de especialistas nacionais na área de tecidos
O evento gratuito tem o apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA na sigla em Inglês) e conta com a participação de especialistas nacionais na área de tecidos
O IPEN-CNEN sedia no próximo dia 10 de novembro, quinta-feira, das 9h às 17h, o "Seminário Latino-Americano de Ensaios Pré-Clínicos e Clínicos: Atualizações e Perspectivas para a Engenharia Tecidual” com o objetivo de apresentar um painel dos desenvolvimentos realizados no campo da engenharia e banco de tecidos, biomateriais e tecnologia de processamento utilizando radiação ionizante. O evento estimulará a discussão do tema e suas perspectivas no cenário nacional.
Temas e palestrantes
O seminário abre com tema relacionado aos aspectos regulatórios no desenvolvimento de produtos de engenharia tecidual focando em normas da Anvisa e será apresentado pelo responsável da Gerência de Sangue, Tecidos, Células, Órgãos e Produtos de Terapia Avançada (GSTCO) da Anvisa, João Batista da Silva Junior.
A utilização de enxerto de tecido irradiado será apresentada pela médica otorrinolaringologista do AME de Santa Bárbara do Oeste, Amanda Bueno de Araújo.
A co-fundadora da startup 3DBS - 3D Biotechnology Solutions, Ana Luiza Millas discorrerá sobre biofabricação de tecidos humanos e modelos in vitro.
O médico André Paggiaro, Chefe do Banco de Tecidos e Unidade de queimados do ICHC-FMUSP, apresentará o tema ”Utilização Clínica da Membrana Amniótica como Arcabouço para Cultivo Celular”.
Em seguida, terapias cell-free na Engenharia de Tecidos Dentários será abordado pela médica Maria Stella Moreira, do Programa de Pós-Graduação da Universidade Ibirapuera.
A última apresentação terá por tema Contagem Celular e Impacto no Controle de Qualidade: ISO 20391-2019, apresentada por José Mauro Granjeiro, especialista sênior em Metrologia e Qualidade do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e Professor Associado da Universidade Federal Fluminense.
O evento realiza-se concomitante ao "Regional Training Course on Pre-Clinical Practice of New Materials for Regenerative Medicine”, que será sediado no Centro de Tecnologia das Radiações (CETER) e com parte das aulas práticas no Centro de Biotecnologia (CEBIO) do IPEN, durante o período de 7 a 11 de novembro, inserido no "Acuerdo Regional de Cooperación para la Promoción de la Ciencia y Tecnologia Nucleares en América Latina y el Caribe” (ARCAL) da IAEA.
Coordenam o seminário a pesquisadora Mônica Mathor, do CETER do IPEN, Fabiana Medeiros da Silva, pesquisadora e docente da pós-graduação do IPEN, e Patrícia Santos Lopes, professora associada da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Informações e Inscrições
Mais informações sobre o seminário e seus palestrantes, acesse:
site: https://sites.google.com/alumni.usp.br/arcal-rla-1018/in%C3%ADcioA participação no evento é gratuita e as inscrições devem ser realizadas pelo link: https://forms.gle/FXbBFnYShZRrWKmu7
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- 09/11/2022 - CORALUSP 12 em Ponto apresenta-se no GREICO recital acontece em 9 de novembro, quarta-feira, às 12h30, na área poliesportiva
O recital acontece em 9 de novembro, quarta-feira, às 12h30, na área poliesportiva
O Grêmio dos Funcionários do IPEN e CTMSP (GREIC) recebe na próxima quarta-feira, 9 de novembro, às 12h30, o CORALUSP 12 em Ponto. O grupo coral, um dos integrantes do CORALUSP, apresentará o projeto 6x80 em que homenageia expoentes da música brasileira que completaram 80 anos em 2022 como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Milton Nascimento.
A apresentação, com regência do maestro Eduardo Fernandes, será na área poliesportiva do GREIC, Travessa R, 400, Cidade Universitária. O evento conta com apoio do restaurante Gnanni.
Informações:11 3037-7933
PROGRAMA
CORALUSP 12 em Ponto
1. Bola de meia,bola de gude – Milton Nascimento/Fernando Brant – Arr. Edu Fernandes
2. Força Estranha – Caetano Veloso – Arr. Leilor Miranda
3. Mas que Nada – Jorge Bem Jor – Arr. Edu Fernandes
4. Timoneiro – Paulinho da Viola / Hermínio Belo de Carvalho – Arr. Eduardo Lakschevitz
5. Estrela – Gilberto Gil – Arr. Paulo Malaguti Pauleira
6. Suitimmaia (Não Quero Dinheiro / Sossego ) – Tim Maia – Arr. André Protásio
7. Ponta de Areia – Milton Nascimento / Fernando Brant – Arr. Daniel Reginato
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- 08/11/2022 - XIII Seminário Internacional de Energia Nuclear – SIEN 2022O evento acontece de forma híbrida no período de 8 a 11 de novembro e terá como tema 'Tecnologia Nuclear, Amiga do Clima, do Homem e do Planeta´
O evento acontece de forma híbrida no período de 8 a 11 de novembro e terá como tema 'Tecnologia Nuclear, Amiga do Clima, do Homem e do Planeta´
O XIII Seminário Internacional de Energia Nuclear (SIEN 2022) pretende ser um amplo painel de discussão sobre as várias aplicações da tecnologia nuclear em seus mais diversos campos de atuação. O evento, que retorna às atividades presenciais mas manterá transmissão on-line, discutirá as oportunidades de negócios na área nuclear desde a mineração, radiofármacos para uso em medicina nuclear, irradiação de alimentos e a retomada de Angra 3 além projetos para novas usinas nucleares.
O evento se completa com o Encontro de Comunicação no Setor Nuclear (ENCOM) e será realizado no período de 8 a 11 de novembro, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). No último dia, está prevista uma visita à Central Nuclear de Angra dos Reis.
Realizado pela Casa Viva Eventos, o SIEN 2022 tem o apoio da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (AMAZUL), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), da Sociedade Brasileira de Física (SBF), da Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN) entre outras instituições.
A programação completa com a relação dos palestrantes pode ser conferida no site: www.sienbrasil.com.br .
Mais informações na Casa Viva Eventos, tel. 21 3301-3208 / 99699-1954, e-mail: siennuclear@gmail.com -
- 07/11/2022 - IPEN inicia participação no festival Pint Of Science falando sobre tecnologia nuclear e aplicaçõesNa terça-feira, o tema será 'Reatores nucleares + acidente de Goiânia: o que aprendemos com ele?'. Festival começa às 19h e visa disseminar ciência em bares e restaurantes
Na terça-feira, o tema será 'Reatores nucleares + acidente de Goiânia: o que aprendemos com ele?'. Festival começa às 19h e visa disseminar ciência em bares e restaurantes
"Tecnologia nuclear para conservação de obras de arte e outras aplicações” é o tema da primeira noite de participação do IPEN no festival Pint Of Science, nesta segunda-feira, a partir das 19h, na Cervejaria Zuraffa (R. Artur de Azevedo, 1902 - Pinheiros, São Paulo). Participam os pesquisadores Pablo Vasquez e Maria José Alves de Oliveira, do Centro de Tecnologia das Radiações (Ceter), e a artista plástica Adriana Pires, restauradora do Acervo Artístico dos palácios do Governo de São Paulo, parceiros do Instituto.
O Pint of Science é um festival mundial de divulgação científica que leva pesquisadores a bares e restaurantes para compartilhar suas pesquisas, em todas as áreas do conhecimento. A ideia é promover conversas e debates acerca dos temas selecionados. Esta é a terceira vez que o IPEN participa, após o sucesso das apresentações em 2019 e 2021 (virtual). Na terça-feira, 8, no mesmo palco e horário, o tema será "Reatores Nucleares + Acidente de Goiânia: o que aprendemos com ele?”.
De acordo com Maria José, será feita uma abordagem da tecnologia nuclear de forma simples, como é usada no dia a dia das pessoas, tendo como foco os estudos e aplicações no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60. "Vamos mostra as diferentes finalidades da radiação gama, entre elas, o uso na obtenção de novos materiais para a área da saúde e de limpeza de superfície/restauro de obras de arte. Também será abordada a parceria com a Restauradora Adriana Pires do Palácio do Governo de São Paulo".
Na terça-feira, participarão os pesquisadores Frederico Genezini e Roberto Vicente, do Centro do Reator de Pesquisas, além da pesquisadora aposentada Sandra Bellintani, que, junto a Vicente, participou as ações por ocasião do acidente com o Césio-137, em Goiânia, há 35 anos. No primeiro tópico, Genezini vai falar sobre "reatores nucleares: como, onde, por quê, para quê e outras FAQ”. "São muitas as possibilidades que um reator nuclear de pesquisa oferece, e vamos mostrar”.
Já Vicente, que também falará nesse tópico, abordará a questão dos riscos de acidentes nucleares, como os ocorridos em Chernobyl e Fukushima, e do impacto no ambiente, fazendo uma comparação com as fontes chamadas de limpas, de modo a mostrar que a tecnologia nuclear deve fazer parte do leque de opções de qualquer sociedade moderna, já introduzindo para o tema seguinte, comparando esses a outros acidentes como o ocorrido em Goiânia, e perspectivas para o futuro.
Já nesse tópico dos 35 anos do acidente com o Césio-137, Vicente comentará sobre sua minha experiência pessoal em Goiânia, os desafios enfrentados, os erros cometidos, o que deu errado, o que deu certo, e, depois, dará alguns dados sobre os rejeitos radioativos que foram gerados, o repositório que foi construído. "Também falarei sobre os rejeitos que vieram para São Paulo, sempre com a ideia de mostrar o que aprendemos”.
Bellintani teve um papel de destaque nos trabalhos pós-acidente. Ela vai expor o lado mais "humano” relacionado ao trabalho da equipe da Comissão Nacional de Energia Nuclear, autarquia à qual o IPEN está vinculado. "Vou falar das percepções, principalmente relativos ao lado emocional e social de nossa atuação nesta intervenção. Pretendo passar um filme curto do meu encontro com a mãe da Leide lhe entregando as lembranças que pudemos recuperar da casa em que elas moravam”.
Leide das Neves Ferreira, à época com 6 anos, foi uma das quatro vítimas fatais contaminadas por alguns fragmentos do material que continha o Césio-137. No total, 249 pessoas foram contaminadas pelo Ce-137, em um dos acidentes mais emblemáticos do país. Leide era filha de Ivo Alves Ferreira – que levou alguns fragmentos da substância para casa, e se tornou símbolo do trágico episódio.
Serviço
O quê: Pint Of Science
Onde: Cervejaria Zuraffa (R. Artur de Azevedo, 1902 - Pinheiros, São Paulo)
Temas:
Segunda-feira, 7 de novembro
Título: "Tecnologia nuclear para conservação de obras de arte e outras aplicações”
Participantes: Pesquisadores Dr. Pablo Vásquez e Dra. Maria José Alves; Adriana Pires, restauradora do Acervo Artístico Pos palácios do Governo de São Paulo (parceiros do IPEN)
Terça-feira, 8 de novembro
Título: "Reatores Nucleares + Acidente de Goiânia: o que aprendemos com ele?”
Participantes: Pesquisadores Dr. Frederico Genezini, Roberto Vicente e Sandra BellintaniPara mais informações sobre o Pint Of Science em São Paulo, basta acessar este link.
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- 07/11/2022 - IPEN-CNEN participa do PINT Of SciencePesquisadores do IPEN participam pela terceira vez do evento de divulgação científica Pint Of Science nos dias 7 e 8 de novembro
Pesquisadores do IPEN participam pela terceira vez do evento de divulgação científica Pint Of Science nos dias 7 e 8 de novembro
A Direção do IPEN convida todos os servidores, colaboradores e alunos a prestigiarem as apresentações do Instituto no evento Pint Of Science, que acontecerá no período de 7 a 9 de novembro, das 19h às 21h15. O tema "Energia Nuclear” será debatido nos dias 7 e 8, por pesquisadores e parceiros do IPEN, conforme detalhamento abaixo.
O Pint of Science é um festival mundial de divulgação científica que leva pesquisadores a bares e restaurantes para compartilhar suas pesquisas, em todas as áreas do conhecimento. A ideia é promover conversas e debates acerca dos temas selecionados. Esta é a terceira vez que o IPEN participa, após o sucesso das apresentações em 2019 e 2021 (virtual).
O evento acontece de 7 a 9 de novembro, das 19h às 21h15 em várias cidades do País. O IPEN concentrará suas apresentações na Cervejaria Zuraffa, Rua Artur de Azevedo, 1902, Pinheiros, São Paulo.
Primeira noite – 7 de novembro
Título: "Tecnologia nuclear para conservação de obras de arte e outras aplicações”
Participantes: Pesquisadores Dr. Pablo Vásquez e Dra. Maria José Alves; Adriana Pires, restauradora do Acervo Artístico Pos palácios do Governo de São Paulo (parceiros do IPEN)
Segunda noite – 8 de novembro
Título: "Reatores Nucleares + Acidente de Goiânia: o que aprendemos com ele?”
Participantes: Pesquisadores Drs. Frederico Genezini, Roberto Vicente e Sandra Bellintani
Para mais informações sobre o Pint Of Science em São Paulo, acessar este link.
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- 24/10/2022 - Perfil: Doutorando do IPEN publica em revista de alto impacto e consegue bolsa para o Reino UnidoContemplado com bolsa BEPE da Fapesp, João Victor de Sousa Araujo pesquisa a resistência à corrosão das ligas de Alumínio (Al) de aeronaves
Contemplado com bolsa BEPE da Fapesp, João Victor de Sousa Araujo pesquisa a resistência à corrosão das ligas de Alumínio (Al) de aeronaves
O Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP tem se notabilizado, entre outras métricas, pela qualidade de seu corpo discente, com premiações e publicações em periódicos de alto fator de impacto cada vez mais frequentes. É o caso do doutorando João Victor de Sousa Araujo, que acaba de ser contemplado com uma Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE), da Fapesp. Se tudo der certo, ele embarca em abril para Manchester, na Inglaterra, e trabalhará na University of Manchester, sob supervisão do pesquisador Xiaorong Zhou.
"Estou muito feliz, considero uma conquista e tanto, pois o nível de exigência da Fapesp para a concessão de BEPE é muito alto”, diz João Victor. Para se ter uma ideia do grau de exigência para concessão da bolsa, a Fapesp analisa a "proposta" do candidato considerando o conjunto de quatro tópicos: (1) o Projeto de Estágio de Pesquisa no Exterior; (2) o Histórico Escolar e Acadêmico do aluno; (3) a Instituição de Pesquisa no Exterior; e (4) o Histórico de Pesquisa do Supervisor do Estágio no Exterior.
A proposta está vinculada ao projeto de doutorado de João Victor, intitulado "Efeito da microestrutura de ligas de Al de alta resistência na formação e comportamento frente à corrosão da camada anodizada" (Processo Fapesp 2019/18388-1). O estágio no exterior visa desenvolver o projeto intitulado "Characterization of the microstructure of the anodized layer in Al alloys using high magnification and spatial resolution techniques".
De acordo com João Victor, o objetivo do projeto é a utilização de técnicas de caracterização microestrutural com alta resolução, como microscopia eletrônica de transmissão e reconstrução volumétrica 3D de amostras de ligas de alumínio anodizadas. "O processo foi tão bem avaliado que a Fapesp prorrogou a data limite de viagem, de janeiro para maio, e eu escolhi abril”, conta o estudante.De fato, o parecer do revisor foi muito positivo: "O candidato tem mostrado significativa atividade científica na área de corrosão em ligas de alumínio, contribuindo na elaboração de 10 artigos científicos. Conforme consta na base SCOPUS esta produção foi citada 64 vezes, resultando em um índice-h igual a 5”, diz trecho da avaliação final.
A University of Manchester é uma instituição britânica de prestígio mundial e com infraestrutura laboratorial de primeira linha, terceiro critério considerado pela Fapesp. Por sua vez, o professor Xiaorong Zhou é um renomado pesquisador na área de corrosão, com 250 artigos científicos publicados, 6.683 citações e índice-H igual a 46, na base SCOPUS, o que pesou como quarto critério de avaliação.
Outras conquistas
O jovem doutorando, de apenas 26 anos, também tem conseguido outras façanhas. É primeiro autor do artigo "TSA anodizing voltage effects on the near-surface coarse intermetallic particles in the AA2024-T3 and AA2198-T8 alloys”, que acaba de ser publicado no The International Journal Corrosion Engineering, Science and Technology (FI: 2.087), da Editora Taylor & Francis.
Graduado em Tecnologia em Materiais pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec-SP/2016) e mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP/2019), João Victor se dedica a estudar, no doutorado, a resistência à corrosão das ligas de Alumínio (Al) das aeronaves. Sua pesquisa é fundamental para a aviação comercial, pois as estruturas das aeronaves são compostas por essas ligas que, com o tempo e fatores como ambientes próximos à maresia, por exemplo, podem sofrer deteriorações devido à corrosão.
João Victor ressalta que o tempo de vida médio de um jato comercial é de 30 anos. "Na Força Aérea Americana, existem aviões em operação desde 1950, logo, manter a integridade dessas peças é de vital importância, em termos de recursos energéticos e de segurança”. Além disso – prossegue – "novas ligas de Alumínio vêm sendo aplicadas com o objetivo de diminuir o peso das aeronaves. Sabe-se que o peso das peças tem relação direta com consumo de combustível e, consequentemente, com a emissão de carbono”.
Ou seja, quanto mais combustível o avião consumir, maior será a emissão de carbono para a atmosfera. Desse modo, conforme explica João Victor, um tratamento que assegure a proteção dessas ligas de Al contra corrosão, sem aumentar o peso da peça, é extremamente bem-vindo nesse mercado. E a anodização é justamente um dos processos mais utilizados para esse fim.
"Para o Al, esse procedimento gera a formação de duas camadas, uma camada de óxido mais espessa que o óxido natural e com resistência à corrosão superior à essa, denominada camada barreira, e outra camada mais espessa que a barreira, que apresenta uma estrutura de poros ordenados, denominada camada porosa. Essas duas camadas juntas compõem a camada anodizada (CA)”, explica.Atualmente, as companhias aéreas AirBus, Boeing, Embraer e a estatal chinesa Comac têm utilizado a anodização como principal método de proteção contra a corrosão.
"E cada vez mais o processo de anodização do alumínio e suas ligas vem sendo explorado pela comunidade científica”, salienta João Victor. Ele conta que, nos últimos anos, muitas patentes têm sido registradas com o objetivo de otimizar esse processo. Sua pesquisa, desenvolvida no Laboratório de Eletroquímica do Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CECTM) do IPEN, sob orientação da pesquisadora Isolda Costa, é financiada pela Fapesp.
"Topetudo”
João Victor diz que sempre gostou de estudar e foi aluno destaque em várias etapas de sua formação. Em 2013, quando cursava o ensino técnico, ganhou o Prêmio CRQ (Conselho Regional de Química) de Melhor Aluno. Iniciou a carreira acadêmica no IPEN quando estava no último ano de graduação. "Fui apresentado à professora Isolda e ela me colocou na pesquisa com ligas de alumínio, tema de projeto Temático financiado pela Fapesp (2013/13235-6) e sob coordenação da orientadora, à época”, conta.
Iniciou pesquisa sobre o mecanismo de corrosão dessas ligas e gostou tanto que, desde 2016, passou a estudá-las. "Tive meu primeiro artigo publicado no mestrado, em uma revista de alto fator de impacto, como resultado da iniciação científica, que foi na Corrosion Science (v. 133, p. 132-140, 2018), uma das mais conhecidas da área. Durante o mestrado, ganhei o Prêmio Vicente Gentil, Trabalho Vencedor da edição do INTERCORR 2018, ABRACO [Associação Brasileira de Corrosão]”.Durante o início da pandemia, em 2020, João Victor percebeu que não existia na literatura acadêmica, em português, trabalho de revisão sobre o processo de anodização de ligas de Al e, com o incentivo da orientadora, decidiu se aprofundar e escrever um artigo de revisão. Após uma extensa busca, análise e revisão sobre todos os trabalhos já realizados, iniciou a redação do artigo intitulado "O processo de anodização do Alumínio e suas ligas: uma abordagem história e eletroquímica”.
O artigo é uma espécie de "linha do tempo” desse processo, um dos mais empregados para melhorar a resistência à corrosão do Al e suas ligas. Foi publicado pela revista Química Nova (Vol. 44, No. 8, 999-1011, 2021) e rendeu a João Victor convites para apresentações e palestras em outros programas de pós-graduação na área de engenharia metalúrgica, materiais e correlatas. "Fomos então convidados a ser artigo de capa pela revista, porque ficou bem legal, e o fato de a gente ter feito as figuras contando toda a história foi fundamental, ficou muito bem-feito”.Isolda Costa brinca que seu orientando é muito vaidoso, "a vaidade boa”, que estimula a querer se superar, e isso faz dele um aluno diferenciado. "Ele não é apenas dedicado, ele é topetudo”, diz. João Victor responde sem qualquer receio: "Sou mesmo”.
Artigo inédito
De acordo com João Victor, a anodização é um fenômeno bem documentado que ocorre em ligas de alumínio. Na literatura científica, existem muitos trabalhos sobre o assunto, os quais estão relacionados ao mecanismo de formação do Óxido de Alumínio Anódico (AAO). No entanto, o efeito da microestrutura do Al e de suas ligas na formação do AAO ainda não foi bem explicado.
Nesse sentido, João Victor se propôs a revisar o efeito da microestrutura do Al e de suas ligas na anodização por meio de uma abordagem histórica, estatística e eletroquímica. Foram considerados os avanços no entendimento da influência de elementos e partículas secundárias na anodização de ligas de Al. "É uma contribuição na compilação de importantes achados nesta área, significativa para o conhecimento e aprimoramento do entendimento sobre o efeito da microestrutura do Al e suas ligas na formação do AAO”, diz.
O trabalho foi submetido em fevereiro deste ano à revista cientifica: "Critical Reviews in Solid State and Materials Sciences” que possui um fator de impacto 11 e se encontra no processo de revisão por pares. "É um artigo inédito porque não existe, na literatura científica, nenhum outro estudo tão completo nesse campo”, ressalta a orientadora.
Isolda Costa destaca outro diferencial desse paper: o próprio João Victor fez todas as imagens. O título do artigo em questão é "A Historical, Statistical and Electrochemical Approach to the Effect of Microstructure on Anodizing Aluminum Alloys: A Review”. "Acho que vou começar a investir em desenho científico para ganhar a vida enquanto não vêm os concursos”, brinca João Victor.
Depois de publicado, o artigo também estará disponível no Repositório Digital do IPEN.
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- 19/10/2022 - Equipe do IPEN vence a primeira edição do HackAtom, competição científica promovida com apoio da RosatomAtividade fez parte do acordo bilaterial IPEN/MEPhI. Próxima etapa é viabilizar a dupla titulação para impulsionar carreira de futuros pesquisadores
Atividade fez parte do acordo bilaterial IPEN/MEPhI. Próxima etapa é viabilizar a dupla titulação para impulsionar carreira de futuros pesquisadores
A equipe HackIPEN, do IPEN, foi a vencedora do Brazil HackAtom, competição científica por equipes com a finalidade de desenvolver ideias sobre um tema relacionado à energia nuclear. Promovida pelo Instituto, em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou e Corporação Estadual de Energia Atômica Rosatom, a disputa envolveu nove equipes de até cinco participantes para a realização de duas tarefas e aconteceu de forma híbrida, nos dias 18 e 19.
Noé Gabriel Pinheiro Machado, Sandro Minarrine Cotrim Schott, Priscila Santos Rodrigues e Maria Eduarda Zaganin Rigo, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, e Jabison Rafael de Aguiar Bezerra, graduando de engenharia nuclear e bolsista de inicação científica, foram os vencedores. Em segundo lugar, veio a equipe Hackerspace, com estudantes do Instituto de Física da USP (IFUSP) e também do IPEN, e em terceiro, a Nuclear, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A primeira tarefa foi mais simples. As equipes receberam vários dados brutos de consumo de energia de uma usina nuclear e precisavam analisar esses dados e elaborar um algoritmo que previsse o futuro da usina (em relação ao consumo, não à geração), com escala temporal definida pelos próprios estudantes, desde que coerentes com a proposta. As três primeiras colocadas concluíram o trabalho com êxito, de acordo com Julian Shorto, pesquisador do IPEN e um dos coordenadores do HackAtom.
O desafio maior, segundo Shorto, foi na segunda tarefa, em que as equipes receberam dados brutos de temperatura e pressão uma usina nuclear, durante um período de tempo, e também alguns sinais na instrumentação, como detetores de vibração, e teriam que encontrar a correlação entre esses dados e elaborar uma previsão. "Foi mais difícil, porque, aparentemente, não havia correlação. Eles tentaram, usaram técnicas de inteligência artificial, mas nenhum conseguiu resolver totalmente”.
Shorto atribui a dois fatores: o tempo de 24h para a resolução do desafio – muito curto, na avaliação dele, e o fato de os participantes não terem vivência de uma usina, o que torna missão quase impossível correlacionar dados "sem a prática da vida real”, o que, conforme o pesquisador, "naturalmente indicaria pistas para eles atuarem”. "Para quem não conhece nada de uma usina, ter apenas 24 horas é bem difícil. Eles foram até surpreendentes nos resultados obtidos”, avaliou.
Na reta final, das nove equipes inscritas, apenas quatro se mantiveram na disputa. Shorto acredita que, apesar do pouco tempo para o grau de complexidade dos desafios, o Brazil HackAtom cumpriu seu objetivo, de incentivar o interesse de alunos da física nuclear e de outras ciências exatas e tecnologias pela área nuclear. "O que podemos melhorar, em edições futuras, é o contato com as equipes, talvez oferecendo um tutor para cada uma, por exemplo, e também trabalhar com um pouco mais tempo, antes do evento, sobre questões gerais”.
A equipe de professores foi composta por oito membros, sendo três do IPEN – Shorto, Delvonei Andrade e Luis Antonio Albiac Terremoto. Da Rússia, participaram Dmitry Samokhin, Alex Nakhabov, Dmitry Raspopov, Alla Udalova, Dmitry Savkin. Cada avaliador deu duas notas, uma para o resultado em si e outra para a apresentação da equipe. Ao final, a equipe vencedora obteve maior pontuação com sete dos oito avaliadores.
Parceria promissora
Niklaus Ursus Vetter, gerente de Internacionalização do IPEN, comentou sobre "o estreitamento dos laços acadêmicos entre MEPhI e IPEN”, que, por meio de um acordo bilateral, propiciou intercâmbio de vários alunos de pós e de cursos de pós-graduação da USP ministrados por professores russos em colaboração com docentes do IPEN. "Com a realização do evento HackAtom no IPEN, esse acordo chega a outro patamar. Estamos visando, agora, a dupla titulação IPEN – MEPhI, para oferecer aos alunos um mestrado internacional que possa resultar em um aumento de suas oportunidades de carreira”.
"Para nós, o HackAtom não é apenas um evento para promover a tecnologia nuclear, é uma possibilidade de interagir com os jovens talentosos capazes de apresentar soluções realmente interessantes e inovadoras. Estamos realizando este evento no Brasil pela primeira vez em conjunto com nosso parceiro IPEN e esperamos que o HackAtom se torne nosso evento anual comum e atraia o maior número possível de participantes de diferentes universidades e institutos”, disse Valery Karezin, diretor de Projetos do Escritório de Projetos para o Desenvolvimento da Educação e Cooperação Internacional da Rosatom, após o anúncio dos vencedores.
Ruan Nunes, vice-diretor do Centro Regional da Rosatom para a América Latina, falou sobre a "grande satisfação” de poder promover e acompanhar a primeira edição do HackAtom e destacou a disposição e a participação "notáveis” das equipes. "A capacidade de resolver problemas complexos em 24 horas demonstra o quão preparados são os cientistas e estudantes da área. Nada resta além da dar os parabéns aos participantes, ao IPEN e a MEphi. Vamos aguardar ansiosos a próxima edição no ano que vem”.
Wetter, Karezin, Nunes e Dmitry Savkin, vice-reitor de Relações Internacionais do MEPhI participaram do anúncio dos vencedores. Está programada para o final do mês uma cerimônia de premiação. O HackAtom é realizado fora da Rússia desde 2021, a primeira competição foi organizada na Bulgária e depois em outros países, entre eles, Hungria e Argentina.
Equipes
1o lugar: HackIPEN – Noé Gabriel Pinheiro Machado, Sandro Minarrine Cotrim Schott, Jabison Rafael de Aguiar Bezerra Priscila Santos Rodrigues, Maria Eduarda Zaganin Rigo.
2o lugar: Hackerspace (FUSP/IPEN): Victor Keichi Tsutsumiuchi, Cristhian Ferreira Talacimon, Ícaro Vaz Freire, Ricardo Laranjeira Couro Pitta e Júlio de Oliveira Júnior.
3o lugar: Nuclear (UFRJ): João Victor Faria de Souza, João Victor Sigaud Andrade Guimarães, Gabriel Faria Beserra, William Luna Salgado e Vinícius Souza Pinheiro Silva
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- 17/10/2022 - IPEN vai premiar a melhor tese do Programa de Tecnologia Nuclear com o nome de Shigueo WatanabePesquisador Emérito do Instituto, Shigueo orientou mais de 100 alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado, e segue contribuindo para a formação de jovens pesquisadores
Pesquisador Emérito do Instituto, Shigueo orientou mais de 100 alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado, e segue contribuindo para a formação de jovens pesquisadores
Um dos momentos mais emocionantes do XXI Workshop da Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, na sexta-feira, 14, foi o anúncio da criação do Prêmio Shigueo Watanabe de Melhor Tese IPEN, com a presença do homenageado, que fez questão de falar, mesmo com sua limitação auditiva. Antes, a diretora substituta do Instituto, Isolda Costa, fez um breve relato sobre a "inestimável” contribuição do professor Shigueo ao ensino e à pesquisa no IPEN.
Dirigindo-se, inicialmente, ao professor Shigueo, Costa mencionou a satisfação de tê-lo presente e disse que a escolha de seu nome para o prêmio se justifica pela sua história de dedicação e pioneirismo no Instituto. Comentou que, aos 98 anos, Shigueo ainda orienta alunos de iniciação científica e de doutorado, e é "um modelo de pesquisador que merece ser sempre homenageado por uma vida de entrega ao ensino e à formação de pessoas”.
Após a leitura de minibiografia de Shigueo e seus principais feitos acadêmicos e científicos, Costa destacou aquela que, segundo o próprio homenageado, foi sua principal contribuição científica: o trabalho teórico em física nuclear denominado "Espalhamento de Dêuterons de Alta Energia por Núcleos Complexos”. "Quando o próton e o nêutron se juntam, formando o dêuteron, apresentam um potencial diferente dos potenciais individuais, e o potencial proposto para o dêuteron recebeu o nome de "Potencial de Watanabe”, reportou a diretora do IPEN.
Costa mencionou premiações e condecorações recebidas, entre elas a Comenda Zuihosho Kunsanto (3º Grau, que éamais alta concedida para estrangeiros) pelo grande esforço ecolaboração para o desenvolvimento das relações culturais e científicas entre os países, em 1998. Essa homenagem ocorreu durante a comemoração dos 90 anos da imigração japonesa no país, e Watanabe recebeu do próprio Imperador Akihito do Japão.
A relação de Shigueo com o IPEN também foi comentada por Costa. Na época, o então superintendente do Instituto de Energia Atômica (IEA), Rômulo Ribeiro Pieroni, propôs ao professor custear seus estudos em um país onde a termoluminescência – técnica que se utiliza da luz emitida pelos materiais quando aquecidos – fosse desenvolvida, para que ele aprendesse e a trouxesse para o Brasil. Desafio aceito, oprofessor Shigueo foi para a Universidade de Austin (Texas, EUA), aprendeu, voltou e estabeleceu a termoluminescência no Brasil na década de 1970.
Ao agradecer o professor, reiterando que ele é "um exemplo [de pesquisador] a ser seguido por todos”, Isolda Costa chamou a coordenadora do Centro de Ensino, Martha Marques Vieira, ex-aluna de Shigueo, para dirigir algumas palavras. "Ele foi meu professor na graduação, no Instituto de Física [Ifusp], acompanhou toda a minha trajetória, e fui mais feliz ainda porque foi ele quem me deu a oportunidade de vir para o IEA. Então, toda a minha história aqui no IPEN foi graças ao professor Shigueo, a quem sou muito grata”.
"A grande vantagem de chegar aos 98 anos é não conseguir escutar se estão falando bem ou mal da gente”, brincou Shigueo. Dizendo-se agradecido pela homenagem do IPEN, ele contou como se deu a história da bolsa no exterior para estudar a termoluminescência. Lembrou que a proteção radiológica dos funcionários era feita por meio de filme, que não era um bom detector de radiação, mas era o que havia disponível na época.
"Então, o superintendente da época, professor Pieroni, um dia me chamou e disse que que me pagaria seis de bolsa onde eu quisesse para eu aprender a técnica da termoluminescência para dosimetria de radiação, que já era feita nos países avançados”, contou, acrescentando que escolheu a Universidade de Austin e que o estágio foi fundamental para o estabelecimento dessa área específica no país. "E eu fico muito contente quando vejo alunos que depois fizeram o curso comigo e continuaram suas carreiras. Muito obrigado a todos vocês”, disse.
Em 2005, Shigueo Watanabe recebeu o título de Pesquisador Emérito do IPEN. Ele continua orientando no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear. Ao todo, já foram mais de 100 orientações, sendo três de iniciação científica (mais duas em andamento), 51 de mestrado e 32 de doutorado (cinco em andamento). "Quem quiser conhecer mais sobre o professor Shigueo basta acessar o seu currículo Lattes e poderá constatar a enorme contribuição para o avanço da ciência no Brasil”, concluiu Isolda Costa, pedindo uma salva de palmas ao homenageado.
A instituição do Prêmio Shigueo Watanabe de Melhor Tese IPEN foi aprovada por unanimidade em reunião ordinária do Conselho Técnico-Administrativo do IPEN, em 4 de fevereiro de 2022. O Instituto já estuda a possibilidade de edital futuro para dar continuidade ao projeto premiado.
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- 17/10/2022 - XXI Workshop da pós em Tecnologia Nuclear debate temas inéditos e homenageia Shigueo WatanabeEvento, que teve transmissão em tempo real, foi considerado 'um sucesso' pelos participantes, com uma programação 'enriquecedora e diversificada', segundo a diretora Isolda Costa.
Evento, que teve transmissão em tempo real, foi considerado 'um sucesso' pelos participantes, com uma programação 'enriquecedora e diversificada', segundo a diretora Isolda Costa.
O XXI Workshop da Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, realizado na manhã de sexta-feira, 14, mostrou por que continua sendo a principal referência na área nuclear, no Brasil. "Os números indicam o tamanho do Programa”, afirmou o professor Reinaldo Giudici, da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), convidado para apresentar o colóquio "Área de Engenharias II: Desafios e Futuros”. De fato, alguns indicadores impressionam: só de alunos ativos são 428, e o total de 91 docentes credenciados.
De acordo com o presidente da Comissão de Pós-Graduação (CPG), Eduardo Landulfo, em termos de metas para o próximos anos, o Programa vai apoiar a participação de alunos e docentes em eventos científicos nacionais e internacionais, a publicação de artigos em periódicos e os trabalhos de campo, além de promover a manutenção de laboratórios e de seu funcionamento interno. Para isso, conta com uma equipe multidisciplinar, cujos integrantes foram citados nominalmente como forma de agradecimento.
"São eles que tocam o dia a dia de toda a área de ensino do IPEN, e eu quero aqui apresenta-los e fazer um agradecimento especial a cada um”, disse Landulfo. Além dele, fazem parte da equipe os pesquisadores Martha Marques Vieira, coordenadora do Centro de Ensino, e Almir Oliveira Neto, vice-presidente da CPG, Elsa Papp, Ilze Puglia, Andressa Santos, Bruna Roque, Érika Martins, Nathalia Kodama, Paula Oliveira, Thiago Hossaka, Paulo Balan, José Paulo Cupertino.
Landulfo também apresentou a prestação de contas dos recursos da CPG, relacionando as demandas e a utilização, o edital de credenciamento 2022, o calendário 2023 e as mudanças encaminhadas para apreciação e avaliação, tais como extensão do prazo de credenciamento para quatro anos, depósito digital de teses e dissertações, artigos como trabalho de conclusão e critérios de credenciamento e recredenciamento.
Colóquios e Prêmio
O professor Ricardo Teixeira, da Faculdade de Medicina da USP (FM-USP), abriu a programação do XXI Workshop apresentando o colóquio "Saúde Mental e Aprendizado”. Ele é o coordenador da Diretoria de Saúde Mental e Bem-Estar Social, vinculada à recém-criada Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) da USP. Sanitarista com larga experiência no Sistema Único de Saúde (SUS), Teixeira apresentou dados alarmantes: 25% da comunidade faz uso de medicamento psiquiátrico e 50% referiu ter tido problemas de saúde mental no último ano.
Na sequência, o professor Cláudio Schön, da Poli-USP, apresentou o colóquio "A Graduação em Engenharia Nuclear”, que conta com a expertise do IPEN e a disponibilização de seus laboratórios e instalações nucleares. Aprovado em 2020 pelo Conselho Universitário da USP, com 89 votos favoráveis, nenhum contrário e apenas duas abstenções, o curso teve início em 2021, como habilitação do Departamento de Engenharia de Materiais, Metalúrgica e Nuclear.
Falando sobre os desafios e as perspectivas futuras para a área de Engenharias II, Reinaldo Giudici (Poli-USP) começou seu colóquio falando sobre o sistema nacional de pós-graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que possui 49 áreas avaliação organizadas em três grandes campos: ciências da vida, exatas e humanidades.
Um dos momentos mais emocionantes do evento foi o anúncio da criação do Prêmio Shigueo Watanabe de Melhor Tese IPEN, com a presença do homenageado, que fez questão de falar, mesmo com sua limitação auditiva. Antes, Isolda Costa, fez um breve relato sobre sua trajetória acadêmica e científica, e destacou a "inestimável” contribuição do professor Shigueo ao ensino e à pesquisa no IPEN. "Eu fico muito contente quando vejo alunos que depois fizeram o curso comigo e continuaram suas carreiras. Muito obrigado a todos vocês”, disse Shigueo Watanabe, antes da foto com seus ex-alunos presentes.
O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Madison Almeida, também participou do XXI Workshop, compondo a mesa ao lado da diretora substituta do IPEN, Isolda Costa, dos palestrantes convidados e da coordenadora de Ensino, Martha Vieira. O evento, que teve transmissão em tempo real, foi considerado "um sucesso” pelos participantes, com uma programação "enriquecedora e diversificada”, segundo as palavras de Costa.
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- 17/10/2022 - Comunidade da USP apresenta índices 'alarmantes' em saúde mental, diz professor, em colóquio no IPENSanitarista com experiência no SUS, Ricardo Teixeira abriu o XXI Workshop da Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear do Instituto trazendo números preocupantes.
Sanitarista com experiência no SUS, Ricardo Teixeira abriu o XXI Workshop da Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear do Instituto trazendo números preocupantes.
Levantamento feito pela Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) da USP mostrou que 25% da comunidade faz uso de medicamento psiquiátrico e que os estudantes de graduação e de pós-graduação são os que vêm apresentando os mais altos níveis de sofrimento mental. Os dados foram apresentados pelo professor Ricardo Teixeira, da Faculdade de Medicina (FM-USP) e coordenador da Diretoria de Saúde Mental e Bem-Estar Social.
Teixeira proferiu o colóquio "Saúde Mental e Aprendizado”, abrindo a programação do XXI Workshop do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, na manhã de sexta-feira, 14, no campus do IPEN, na Cidade Universitária. O médico comentou que, desde a criação da Pró-Reitoria, em maio, ele e sua equipe têm feito uma "turnê” pela universidade a fim de elaborar um diagnóstico e posteriormente um programa efetivo de atenção à saúde mental da comunidade.
"Estamos diante de uma situação bastante crítica e muito demandante, emergencial, em relação às questões de saúde mental, num cenário de muito poucas respostas políticas da universidade. Há um passivo da USP muito grande nesse campo, e estamos procurando aprofundar esse diagnóstico e produzir respostas consistentes para esse cenário no contexto da universidade”, afirmou Teixeira, que é médico sanitarista com larga experiência de atuação em saúde mental no Sistema Único de Saúde (SUS).
A experiência acumulada no SUS, segundo Teixeira, é o que está "ajudando a pensar a situação específica no contexto da USP”. Focando sua apresentação no diagnóstico, ele ressaltou que saúde mental é uma questão de saúde público em nível global e que pandemia da Covid-19 agravou ainda mais a incidência de pessoas com sofrimento mental. Os dados, de acordo com o médico, são "alarmantes” – em escala global e nacional, e já vinham em crescimento antes do contexto pandêmico.
"Mesmo nos primeiros momentos, em março de 2020, já se falava em uma quarta onda, imaginando que haveria duas ondas de infecção por Covid-19, uma terceira que seria o agravamento das condições crônicas que ficariam desassistidas, e uma quarta onda, que seria de transtornos mentais”. Teixeira afirmou que o descontrole do cenário epidemiológico na pandemia trouxe múltiplas ondas, inclusive a ‘onda M’, da saúde mental, que veio se agravando e persiste como uma ‘sequela’ coletiva em escala global.
"Nós temos um plus de problemas que podem ser atribuídos ao cenário pandêmico, e ressalto que não estamos na pós-pandemia, estamos em outra etapa da pandemia, melhor que uma etapa anterior, pois não temos o peso do confinamento, mas temos ainda uma série de alterações na nossa vida cotidiana, e na universidade temos sentido bastante isso”, ressaltou Teixeira. Ele se refere "a uma série de fobias sociais que se constituíram e que têm dificultado o reencontro no espaço da convivência social”.
Teixeira comentou que não poderia falar desse tema na USP sem trazer a referência do problema como sendo universal. Durante sua atuação no enfrentamento das questões de saúde na política pública brasileira, o médico viu a saúde mental sair da condição de "subcapítulo” para o "primeiro grande tema da saúde, mundialmente falando”. "Ou seja, a saúde mental, de um problema, se tornou o problema de saúde pública”, disse, citando relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o tema.
No Brasil, não é diferente, de acordo com Teixeira. O número de suicídio entre os jovens no país, por exemplo, dobrou na última década. Afora isso, os transtornos de ansiedade e depressão atingem um percentual de 15% a 30% da população mundial, números que "colocam em xeque as respostas habituais ao problema da saúde mental. "Quando uma condição chega a prevalências de 15%, 30% ou mais da população, nem podemos mais pensar em respostas especialistas para isso”.
Teixeira ressalta que não existem profissionais de saúde especializados, em número, capazes de fazer frente à demanda. Esse cenário é o que tem instigado pesquisadores da área a procurarem alternativas inclusive não especialistas. "Fala-se muito em brigadas de saúde mental, a partir da ideia de que precisamos ter parcelas da população leiga treinadas como socorristas em saúde mental”, disse o médico, dando uma ideia de para onde o cenário está caminhando, segundo suas palavras.
"Números alarmantes”
Voltando ao contexto da USP, Teixeira comentou que uma das primeiras ações da Pró-Reitoria foi distribuir um questionário para toda a comunidade, trazendo questões ligadas à ambiência, ao clima institucional e de saúde mental para entender, preliminarmente, um pouco qual seria o panorama no último ano na universidade. Uma das perguntas era se a pessoa havia tido algum problema de saúde mental no último ano.
"Vou dar números redondos, apenas para vocês ficarem com as ordens de grandeza na cabeça”, alertou o médico. Segundo o levantamento, 50% da comunidade da USP referiu ter tido problemas de saúde mental no último ano. "Vejam, metade da universidade”. Também foi perguntado se a pessoa havia procurado ajuda profissional especializada no período. "Seria um indicador de que não se tratada de mal-estar subjetivo, mas que o respondente achou que precisava de ajuda. Praticamente o mesmo número, com variações de 51% para 49%”, pontuou Teixeira.
O médico salientou que os dados ainda estão em análise, e que estão sendo tabulados de forma estratificada. Pelo anuário estatístico da USP, a comunidade hoje corresponde a 119 mil pessoas, mais ou menos 85% são alunos de graduação e de pós-graduação, e o questionário foi respondido por 14 mil respondentes, mais de 10% do total. Na análise, os índices foram separados subgrupos de acordo com o vínculo (estudantes, servidor técnico-administrativo, professor etc.).
De acordo com Teixeira, nesse número de 50%, quando se olha para os estudantes de graduação, o percentual é de 60% que procuraram ajuda especializada para problemas de saúde mental no último ano. Outro dado: ¼ da comunidade da USP faz uso de medicação psiquiátrica continuamente. "Qual a leitura que fazemos sobre a determinação desse estado de coisas?”, indaga o professor, ressaltando a sua área de atuação no Departamento de Medicina Preventiva.
"Temos o foco na prevenção e, portanto, o nosso campo teórico é o da chamada determinação social do processo saúde-doença, ou seja, estudamos para saber os determinantes para intervir sobre eles, pois estamos falando de prevalências, e não temos como responder somente com assistência, só com atendimento psiquiátrico ou psicológico. Evidentemente, nós temos uma questão relacionada à assistência também, na USP”, explicou.
Teixeira se refere a outra pergunta do questionário, se o respondente teria/teve como acessar ajuda especializada, nos casos em que mencionou ter tido problema. De acordo com o médico, um terço da comunidade acadêmica, incluindo todos os segmentos, referiu não ter acesso a nenhum tipo de recurso em saúde mental. "Ou seja, uma parte significativa da comunidade”. Analisando somente os alunos de graduação, o número é alarmante: 40% não têm condição de tratar de seu sofrimento psíquico.
Teixeira diz que, para esse segmento, que está em intenso sofrimento e desassistido, a USP precisa garantir o cuidado. "Então, é importante, sim, a gente fortalecer a retaguarda assistencial. Entendemos que a universidade precisa olhar para essas pessoas, garantindo o acesso a psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, enfim, uma equipe com grande potencial de intervenção nesse tipo de condição de sofrimento”.
"Permanência estudantil”
Enfatizando, contudo, que é fundamental intervir mais na determinação social do sofrimento, Teixeira destaca que a Diretoria de Saúde Mental e Bem-Estar Social vinculada a uma Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento não é casual. A própria criação da PRIP é um dos fatos institucionais mais marcantes na história da USP. "Quero chamar a atenção para a transcendência desse fato, que foi motivado por questões de força maior”.
Teixeira se refere ao que considera "mudança da base demográfica” da USP, afirmando que a composição demográfica da população da Universidade de São Paulo se transformou, nos últimos anos, com a política de cotas. "Temos hoje 50% dos graduandos oriundos de escola pública, isso já fala bastante sobre a mudança da composição da origem socioeconômica dos nossos alunos. Temos uma maior presença da população negra na universidade e de outras minorias”, ressalta.
Essa nova "reengenharia social”, promovida pela política de cotas, lança novos desafios, que Teixeira sintetiza em poucas palavras: o desafio da permanência estudantil. Isso porque há vários fatores que "expulsam esses alunos do espaço”, desde a própria condição socioeconômica, que não é pequeno o papel em garantir a permanência do aluno. A USP oferece auxílio-moradia, auxílio-livro e outras formas de ajuda, mas esta é uma linha que deverá ser incrementada pela nova política de inclusão e pertencimento.
Qualificar a moradia estudantil no Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (Crusp) – atualmente em situação "calamitosa”, com alguns blocos de cimento abandonados em absoluto sucateamento – é uma prioridade política da atual gestão da USP. "Fazer do Crusp algo que mereça ser chamado de moradia estudantil é fundamental, porque a moradia é um importante indicador do nosso cuidado e atenção a justamente ao tipo de política de permanência que a queremos fazer”.
Teixeira alerta que o acesso a psicólogo e psiquiatra não resolve o problema da saúde mental, ao contrário, deve ser motivo de preocupação, pois "muitas vezes é um sintoma do estado de coisas na comunidade universitária”. Sintoma – explica – de como podem entrar para não alterar a determinação do sofrimento mental. Um determinante importante no ambiente acadêmico é a competitividade e a produtividade exacerbadas, aponta o médico.
"No entanto, a demanda pela medicação é, muitas vezes, um recurso para se adaptar a esse ambiente. Em outras palavras, eu preciso acessar a esse recurso para sobreviver nesse ambiente que é adoecedor e que permanecerá intocado”, alertou. E citou também outros fatores determinantes sociais de adoecimento psíquico como racismo, misoginia, homofobia, transfobismo, "LGBTQ+fobia”, assédio e outras formas de violências pessoais nas relações de trabalho entre alunos, entre professor-alunos etc..
"Nosso diagnóstico é de que a universidade ainda se colocar como um ambiente hostil para uma parcela significativa do alunado é um determinando do sofrimento psíquico que os dados da pesquisa têm revelado para nós. Porque se a gente estratifica por cor, nível socioeconômico, orientação sexual, é evidente a expressão de sofrimento mental. Ou seja, os números alarmantes que trago para vocês envolvem fundamentalmente estudantes de baixa renda, negros e a comunidade LGBT, que possui os piores indicadores de saúde mental dentro da USP”.
Teixeira finalizou sua palestra dizendo que transformar todos os aspectos relacionados a uma dada cultura enraizada na universidade é o objetivo da política de saúde mental e isso se fará com toda a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, nas suas cinco áreas de atuação. "Obviamente, a nossa Pró-Reitoria não fará isso sozinha porque ela mesmo transversaliza as outras pró-reitorias e vamos trabalhar junto com graduação, pós-graduação, pesquisa e inovação, uma parte importante da nossa vocação na USP. Inovar na atenção à saúde mental diante do sofrimento psíquico na universidade”.
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- 14/10/2022 - Nota de falecimento - Odette GuedesO IPEN-CNEN informa com extremo pesar o falecimento, em 13 de outubro, da Analista em C&T aposentada Odette Guedes.
A matemática Odette ingressou no IPEN em 3 de março de 1971 e aposentou-se em 20 de agosto de 1992. Atuando na área de Desenvolvimento de Sistemas, em 1979, juntamente com as bibliotecárias Terezine Arantes Ferraz e Irene Josefa de Souza, publicou o relatório "O Sistema de Processamento de Dados Utilizados pela Divisão de Informação e Documentação Científicas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares".
Velório e sepultamento
O velório acontece hoje, 14 de outubro, das 12h às 16h no Cemitério São Paulo, Rua Cardeal Arcoverde, 1.250, bairro de Pinheiros. O sepultamento, no mesmo local, se dará às 16h.
O IPEN se solidariza com a família, amigos e colegas e externa profundo agradecimento pelo legado deixado por Odette ao Instituto.
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- 14/10/2022 - Associação latino-americana na área de tecnologias de irradiação celebra oito anos com encontro virtualO evento acontece em 14 de outubro, sexta-feira, às 15h e apresentará os avanços da tecnologia do uso da irradiação na América Latina
O evento acontece em 14 de outubro, sexta-feira, às 15h e apresentará os avanços da tecnologia do uso da irradiação na América Latina
A Asociación Latinoamericana de Tecnologías de la Irradiación (ALATI) comemora seu 8º ano de fundação com um seminário virtual em que apresentará os desenvolvimentos alcançados no período e os objetivos para o próximo ano.
O presidente da ALATI, engenheiro Daniel Perticaro, abrirá o evento com um histórico sobre a entidade e seus objetivos. A evolução da tecnologia da irradiação na região da América Latina e Caribe será o tema de apresentação de J. Walter Rangel Urrea, diretor de Serviços Tecnológicos do Instituto Nacional de Investugaciones Nucleares (ININ), do México.
Estudos de casos sobre as aplicações das tecnologias de irradiação em países da América Latina serão apresentados no seminário por representantes locais. O IPEN será representado pelo gerente-adjunto do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER) do IPEN, Samir Luiz Somessari.
É necessário realizar registro prévio para receber o link de acesso: www.alati.ar/registro
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- 10/10/2022 - CNEN participa de edição virtual do Mês da Ciência, Tecnologia e InovaçõesVídeo sobre a Comissão Nacional de Energia Nuclear e seus institutos será divulgado no canal do MCTI no YouTube a partir das 19h
Vídeo sobre a Comissão Nacional de Energia Nuclear e seus institutos será divulgado no canal do MCTI no YouTube a partir das 19h
Na data em que completa seus 66 anos de fundação, a CNEN terá participação no Mês da Ciência, Tecnologia e Inovações com um vídeo em que serão apresentadas suas atividades e a de seus institutos de pesquisa.
O vídeo será exibido no canal do MCTI, organizador do evento virtual, em seu canal no YouTube a partir das 19h.
O IPEN contará com depoimento de sua diretora substituta, Isolda Costa.
Canal do MCTI Eleições:
O início da apresentação da CNEN começa aos 5min18s de exibição. A participação do IPEN, com a Dra. Isolda Costa inicia aos 45min33s
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- 10/10/2022 - CPG convida estudantes e docentes para o XXI Workshop do Programa de Tecnologia NuclearEvento acontecerá nesta sexta-feira, 14, de forma presencial, com a opção de participação remota. Todos os interessados devem se inscrever no formulário disponível
Evento acontecerá nesta sexta-feira, 14, de forma presencial, com a opção de participação remota. Todos os interessados devem se inscrever no formulário disponível
Com uma programação variada, que inclui a apresentação de indicadores do programa, três colóquios e o anúncio de um prêmio a ser instituído para a melhor tese, a Comissão de Pós-Graduação (CPG) convida alunos e orientadores para do XXI Workshop da Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, a ser realizado nesta sexta-feira, 14, a partir das 9hs, no Prédio do Ensino.
Os colóquios abordarão a relação entre saúde mental e aprendizado, a recente graduação em engenharia nuclear na Poli/USP e os desafios e perspectivas para a área de engenharias II, à qual o programa está vinculado. Os professores Ricardo Teixeira (FM-USP), Claudio Sohön e Reinaldo Giudici (Poli-USP) serão, respectivamente, os palestrantes.
Também será apresentado o resultado da Avaliação Capes no quadriênio 2018-2022, que manteve a nota 6, de excelência do programa, além do edital de credenciamento, das mudanças de regimento e do calendário 2023. Ao final, será anunciada a criação do Prêmio Shigueo Watanabe de Melhor Tese IPEN, mais uma inciativa de homenagear em vida o professor Shigueo pela sua "inestimável contribuição ao ensino e à pesquisa no IPEN”.
O prêmio para a melhor tese, aprovado por unanimidade em reunião ordinária do Conselho Técnico-Administrativo do IPEN, em 4 de fevereiro de 2022, é também um reconhecimento à dedicação dos estudantes, e o IPEN já estuda a possibilidade de edital futuro para dar continuidade ao projeto premiado.
As inscrições para o evento, que será presencial, serão realizadas através deste formulário, até dia 11 (quinta-feira), às 12hs. Os que optarem pela participação de forma remota deverão preencher o formulário também. O link será enviado por e-mail, um dia antes do evento, com as orientações.
Programação
9h: Apresentação do Programa
- Indicadores
- Apresentação do operacional
- Verbas Proex - Demandas x Utilização
- Edital de credenciamento 2022- Resultados e avaliação
- Calendário 2023
- Mudanças de regimento9h20: Colóquio "Saúde mental e aprendizado"
Prof. Ricardo Teixeira (FM-USP)
10h10: Colóquio "A Graduação em Engenharia Nuclear"
Prof. Cláudio Schön (Poli-USO)
10h45: Colóquio "ÁRea de Eng. II - Desafios e Futuro"
Prof. Reinaldo Giudici (Poli-USP)
11h25: Resultado da Avaliação Capes 2018-2022
11h30: Anúncio da criação do Prêmio "Shigueo Watanabe” de Melhor Tese IPEN
11h35: Encerramento e Confraternização -
- 10/10/2022 - CNEN celebra seu 66º aniversário com mesa redonda sobre reatores modulares de pequeno porte e homenagensA celebração dos 66 anos de fundação da CNEN contará com a mesa redonda "Reatores Modulares de Pequeno Porte: Desafios e Oportunidades” no dia 10 de outubro, segunda-feira, às 10h. Participam do encontro o diretor de Pesquisas e Desenvolvimento do órgão, Madison Coelho de Almeida, o pesquisador do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Paulo Berquó, o coordenador geral de Ciência e Tecnologia Nucleares da CNEN, Leslie de Molnary, e o analista da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Marcelo Wendel.
A sessão solene do 66º aniversário de fundação da CNEN acontecerá às 15h, com pronunciamentos e homenagens. Dentre os homenageados, os dois servidores com mais anos de serviços prestados: Pedro Mariano e João Pereira de Almeida, ambos atuando na Divisão de Infraestrutura (DINFR) do IPEN.
Mariano ingressou no IPEN em 1969 e trabalha na manutenção hidráulica. Almeida completa 50 anos no IPEN na área de projetos e manutenção elétrica.
Ambos os eventos acontecem no Auditório Carneiro Felippe, na Rua General Severiano, 90, Botafogo, RJ.
Os eventos não terão transmissão on-line.
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- 04/10/2022 - Prorrogadas as inscrições para o Brasil HackAtom, competição científica para soluções na área nuclearData limite, agora, é 14 de outubro. Não há requisitos rígidos para os participantes, mas é preferível ter conhecimentos básicos em matemática, física, análise de dados e ciência da computação.
Data limite, agora, é 14 de outubro. Não há requisitos rígidos para os participantes, mas é preferível ter conhecimentos básicos em matemática, física, análise de dados e ciência da computação.
As inscrições para o Brasil HackAtom, competição científica por equipes para desenvolver ideias sobre um tema relacionado à energia nuclear, foram prorrogadas até o dia 16. O evento é promovido pelo IPEN/CNEN, em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou, com apoio da Rosatom – Companhia Estatal de Energia da Rússia, e será realizado na modalidade virtual. Interessados devem preencher este formulário.
O evento Brasil HackAtom é inspirado em um hackathon (maratona de hackers) — um evento tipo sprint de design, no qual diferentes especialistas em TI colaboram intensamente em projetos de software. Nessas competições, o objetivo é criar software ou hardware em funcionamento ao final do evento. No Brasil HackAtom, a ideia é promover o contato dos alunos com questões práticas da área nuclear de maneira lúdica. Eles terão que demonstrar capacidade de trabalhar em equipe para buscar soluções criativas e inovadoras.
A inciativa de promover um "hackathon” para a área nuclear é mais ação com o objetivo de integrar alunos de graduação e pós-graduação de IPEN e MEPhI, no âmbito do acordo acadêmico bilateral firmado em abril de 2019. Serão formadas equipes de dois a cinco estudantes, a depender do número de inscritos. Alunos de diferentes especialidades podem compor as equipes, desde que sejam da mesma universidade.
Os pesquisadores Niklaus Wetter, do Centro de Lasers e Aplicações (CELAP), e Julian Shorto, do Centro de Engenharia Nuclear (CEENG), são os coordenadores do Brasil HackAtom no IPEN/CNEN.
Apesar de o HackAtom ser desenhado para a modalidade on-line, as equipes podem optar pelo trabalho off-line, sendo responsáveis pela escolha do local e pelo cumprimento das exigências epidemiológicas. Elas deverão ser formadas antecipadamente e, depois de registradas, indicadas pelas instituições participantes. Não há restrições sobre quais tecnologias serão usadas.
Para cada equipe, haverá um responsável dos organizadores, que auxiliará em eventuais problemas, bem como indicará quanto tempo possuem. Pelo IPEN/CNEN, estarão à frente os pesquisadores Delvonei Andrade e Luís Terremoto, além de Shorto.
Pelo MEPhI, os trabalhos serão acompanhados pelos professores Dmitry Samokhin e Alexander Nakhabov, respectivamente chefe e vice-chefe do Departamento de Física e Engenharia Nuclear.
Não há requisitos rígidos para os participantes, mas é preferível ter conhecimentos básicos em matemática, física, análise de dados e ciência da computação. As equipes definem o número de participantes na apresentação do projeto, cada uma dispõe de 10 minutos. A língua oficial é o inglês.
Dinâmica do evento
Dia 1: as atividades começarão a partir das 9h, horário de Brasília (15h em Moskow), com a explicação das regras por parte dos moderadores. Em seguida, serão apresentadas várias palestras curtas, em diferentes áreas nucleares, pelos professores líderes de universidades russas. As tarefas são anunciadas para as equipes com sessão de perguntas e respostas, e então começarão os trabalhos em equipe.
Dia 2: Nessas 24h, as equipes trabalham com o objetivo de encontrar as melhores soluções para as tarefas propostas. Podem ser utilizados quaisquer softwares, abordagens ou ideias na resolução dos problemas. Finalmente, os competidores apresentarão seus resultados em curto prazo ao Júri, composto por professores de universidades russas e locais. Os vencedores (1º, 2º e 3º prémios) serão anunciados pelos jurados. Haverá prêmios e brindes de parceiros.