Tratamento de radioterapia será suspenso na Santa Casa de Sorocaba
Transporte de pastilha radioativa de Santos precisa de autorização especial. Previsão é que o trabalho seja concluído até o mês de janeiro.
Fonte: G1
Do G1 Sorocaba e Jundiaí
Pacientes com câncer que fazem tratamento de radioterapia na Santa Casa de Sorocaba (SP) terão que viajar a outras cidades para continuar as sessões até
que uma pastilha de cobalto seja trocada no único aparelho existente na
cidade. A previsão é de que o trabalho comece na próxima semana e seja
concluído até janeiro de 2017.
Durante o período, as 48 cidades da região, que somam mais de dois
milhões de habitantes, vão ficar sem atendimento de radioterapia pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
A pastilha contém material radioativo e precisa de uma autorização
especial para ser transportada, a fim de evitar qualquer tipo de
contaminação durante o trajeto.
A retirada é considerada uma operação de alto risco. O material, do
tamanho de um comprimido, custa R$ 1,5 milhão e o hospital não precisará
desembolsar nada, pois ganhou o material do Hospital Beneficiência
Portuguesa, de Santos (SP). "Tem todo um processo burocrático que a
Comissão Nacional de Energia Nuclear nos autoriza depois que todo o
planejamento for feito", explica o gestor da Santa Casa, José Luiz
Pimentel.
O transporte não pode ser feito durante o dia, por exemplo, e a
pastilha é armazenada de maneira especial para não emitir radiação. Por
conta da substituição, desde outubro os novos pacientes já são
encaminhados para hospitais referência nas regiões de Campinas (SP) e
São Paulo (SP). Os demais pacientes vão terminar o tratamento nos
próximos dias, quando o aparelho será desligado.
Equipamento novo
A partir de 2017 a Santa Casa deve contar com um equipamento mais
moderno de radioterapia, instalado em uma casamata que está sendo
construída desde junho deste ano. O investimento tem custo total de R$ 5
milhões, verba liberada pelo Ministério da Saúde. O acelerador linear
terá capacidade para atender até 500 pacientes por mês.
A previsão inicial era de que a casamata fosse entregue em fevereiro,
mas deve ocorrer um atraso de até três meses, sem contar a instalação do
equipamento. Pimentel acredita que a nova unidade entre em
funcionamento a partir de agosto do próximo ano. "Além da implantação, a
gente tem que fazer todo o treinamento do pessoal envolvido no
atendimento porque é um equipamento novo. Então, a gente acredita que
vai levar mais um mês", finaliza.
Construção da casamata deve atrasar três meses (Foto: Reprodução/TV TEM)