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Coreia do Norte aprova ampliação de arsenal nuclear

Medida entrou em discussão no primeiro congresso do partido único em quase 40 anos

Fonte: Zero Hora

O primeiro congresso do partido único da Coreia do Norte em quase 40 anos aprovou formalmente a política de seu líder, Kim Jong-un, para o desenvolvimento do arsenal nuclear do país, que poderá ser utilizado em caso de ameaça de outra potência.

Os delegados da reunião do Partido dos Trabalhadores da Coreia (PTC) também se pronunciaram a favor de um trabalho pela reunificação da península da Coreia, dividida em dois Estados. No entanto, Seul rejeitou nesta segunda-feira as propostas norte-coreanas para melhorar o relacionamento.

No congresso, tecnicamente o principal órgão de decisão da Coreia do Norte, milhares de delegados aprovaram, no domingo, o projeto que busca "impulsionar a força nuclear de autodefesa, tanto em qualidade como em quantidade", afirmou a agência oficial de notícias KCNA. Além disso, o encontro ratificou o princípio político segundo o qual Pyongyang só utilizará suas armas nucleares no caso de sua soberania ser ameaçada por outra potência.

O partido único reiterou que o programa continuará enquanto "os imperialistas persistirem em sua ameaça nuclear", argumento utilizado há muito tempo por Pyongyang em referência, sobretudo, aos Estados Unidos.

Durante um discurso longo, de três horas, no sábado, Kim Jong-un disse que o país deseja melhorar suas relações com as nações anteriormente "hostis" e propor negociações militares com a Coreia do Sul para reduzir a tensão na fronteira.

Propaganda

Seul rejeitou as propostas, incluindo a votação para trabalhar pela desnuclearização mundial, algo que chamou de "ato de propaganda".

– Não há sinceridade nenhuma quando fala da necessidade de conversações militares, ao mesmo tempo em que se autoproclama um Estado com armas nucleares e faz provocações nucleares e balísticas – disse o porta-voz do ministério da Defesa, Moon Sang-gyun.

Moon também afirmou que a assembleia política norte-coreana serve apenas para reafirmar a vontade de Pyongyang de desenvolver seu arsenal nuclear. Ele relatou que Seul pretende conter as ambições com pressões e sanções.

A China, único aliado importante de Pyongyang, também minimizou as promessas do regime norte-coreano. Segundo o jornal oficial chinês Global Times, a atitude de Kim Jong-un "não mudou e tampouco se resolveu sua maior contradição com o mundo exterior". "Enquanto Pyongyang resistir a renunciar a suas armas nucleares, a normalização das relações com o mundo exterior será muito pouco provável", afirma o jornal em um editorial.

A China foi a grande ausente da assembleia política – talvez um reflexo de um afastamento do regime comandado por Kim Jong-un. A comunidade internacional adotou uma série de sanções contra Pyongyang depois do primeiro teste norte-coreano com bomba atômica, em 2006. Desde então, o regime executou mais três e vários disparos de mísseis.

O mais recente deles aconteceu em janeiro, e Pyongyang o apresentou como um teste com uma bomba de hidrogênio. Analistas, no entanto, duvidaram do anúncio e afirmaram que a energia liberada foi muito menor do que a necessária.

As especulações sobre a possibilidade de um quinto teste nuclear norte-coreano durante o congresso, que deve durar três ou quatro dias, aumentaram nas últimas semanas.

Consagração do líder

Kim Jong-un ainda não era nascido quando aconteceu o último congresso, em 1980, que consagrou seu pai, Kim Jong-il, como herdeiro do regime dinástico fundado por seu avô, Kim Il-sung, há quase 70 anos.

A assembleia política, iniciada na sexta-feira, é considerada a consagração do líder norte-coreano de 33 anos e a confirmação da estratégia "byungjin", um desenvolvimento paralelo da economia e dos programas nucleares.

Um jornalista da BBC foi detido e será expulso da Coreia do Norte por seu trabalho antes do congresso. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pela emissora de rádio e televisão britânica. O repórter Rupert Wingfield-Hayes foi detido na sexta-feira, ao lado de outros dois funcionários da BBC, e interrogado durante oito horas, denunciou a empresa de comunicação em seu site.

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