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Carregamento de material radioativo é exportado de MG para a China

Areia monazítica, de baixa radioatividade, saiu da INB, em Caldas (MG). Cerca de 225 toneladas seguirão por navio a partir do Porto de Santos.

Fonte: Portal G1 de Notícias (Sul de Minas)

Dez contêineres com carregamento de areia monazítica saiu nesta quinta-feira (28) de Caldas (MG), da unidade desativada da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), com destino ao Porto de Santos (SP), de onde devem seguir para a China.

Segundo a assessoria de imprensa da INB, a areia monazítica é um material de baixa radioatividade e 225 toneladas foram vendidas para o continente asiático. Elas foram transportadas em 10 carretas. Por meio de nota, a assessoria informou também que o material não exige cuidados especiais de radioproteção no transporte, mas, mesmo assim, o carregamento foi acompanhado por representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).

"A areia monazítica é um produto natural, que foi retirado da praia de Buena (RJ), com baixa radioatividade, mas, precisamos de uma autorização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) e de uma autorização de transporte durante o carregamento, justamente para ter os cuidados de proteção radiológica. Nós acompanhamos todo o processo que se deu no dia de ontem [quinta-feira]”, disse a coordenadora da Cnen, Maria Helena Taddei.

Segundo um representante da diretoria da INB, a areia monazítica foi trazida a Caldas no início dos anos 2000 para a realização de testes para a produção de terras raras, material usado no desenvolvimento de produtos eletroeletrônicos de alta tecnologia, mas o projeto foi interrompido e o material inutilizado.

Segundo o geólogo Hélio Scalvi, que fui funcionário da INB por mais de 20 anos, a areia monazítica é de fato usada em materiais de alta tecnologia. "Ela é proveniente do fosfato das terras raras e composta principalmente de urânio e tório. Quando aberta, ela produz minerais das terras raras, usados em ímãs e produtos de alta tecnologia, que não são comprados por toneladas, mas por quilos, de tão caros que são", disse.

A coordenadora da Cnen explicou ainda que a parte da areia misturada a outros materiais para os testes continuam na empresa. "Esse material foi obtido pela empresa e o rejeito está armazenado contíguo, seguramente contido”, explicou.

Ainda conforme a INB, o produto foi vendido para uma empresa chinesa, com a qual a INB firmou um contrato de exportação em 2014. A exportação começou no ano passado e o volume total previsto no contrato é de 6,5 mil toneladas.

Lixo nuclear seria exportado

Em agosto de 2013, a INB informou que cerca de 16 mil toneladas do lixo nuclear e radioativo, conhecido como Torta II, que estão no depósito desativado da empresa em Caldas, seriam enviados para a China por meio de um acordo entre a empresa e a Global Green Energy Science Technology.

Ainda para o geólogo Hélio Scalvi, é bom que a areia foi retirada. "É bom que ela foi levada, embora haja pouca radioatividade. Mas o interessante seria que os chineses levassem a torta II, que é um material muito mais radioativo, muito mais interessante para se deixar o planalto de Poços de Caldas (MG)", completou.

A exportação havia sido autorizada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). No entanto, segundo a INB, o contrato anunciado em 2013 foi cancelado porque o comprador não conseguiu licença do governo chinês para sua importação.


 


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