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Radioterapia demorada

Fonte: O Diário

Já dura quatro anos a promessa feita pelo Governo do Estado de São Paulo de dotar o Hospital Luzia de Pinho Melo de um completo atendimento para os pacientes de câncer de Mogi das Cruzes e Região, anteriormente atendidos por uma unidade hospitalar particular, que acabou fechada sob suspeitas de irregularidades.

 

Passado todo esse tempo, a Secretaria de Estado da Saúde bem que tentou, com medidas paliativas, mas não conseguiu resolver totalmente o problema de mais de 20% dos portadores de câncer com necessidade de radioterapia, que continuam sendo obrigados a cansativas viagens para a Capital em busca do atendimento que a Cidade não lhes oferece.

Segundo informações oficiais divulgadas por este jornal em sua edição de domingo, pouco mais de 50% das obras do Centro Oncológico do Hospital Luzia foram executadas até agora.

Um percentual anêmico para um governo que prometia a restabelecimento de todo o serviço aos portadores de câncer dentro de, no máximo, um ano. O contrato da obra, no valor de R$ 15,9 milhões, foi prorrogado até março do próximo ano, em razão da demora na aprovação do projeto da Radioterapia pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. A avaliação da CNEN se deve ao fato de o equipamento envolver a utilização de material radioativo para a realização dos exames.

O deputado estadual Luiz Carlos Gondim Teixeira, que é médico e desde o princípio duvidou dos prazos estipulados para a obra, é cético quanto à desculpa. "Colocar a culpa da demora numa licença é algo muito frágil. O Governo deveria ter se mobilizado antes para evitar tamanho atraso”, disse ele, em entrevista a este jornal.

O mesmo parlamentar – que integra a base de sustentação do atual governo na Assembleia – diz também que "faltou ‘pegada’ e vontade para resolver uma questão tão séria como esta”.

Os erros de cálculo do setor de Saúde da atual administração em relação à obra do Luzia só não produzem resultados ainda mais desastrosos porque o próprio governo foi buscar uma saída um tanto inusitada para o caso. Depois de praticamente desativar o Hospital do Câncer Dr. Flávio Isaías Rodrigues sob alegação de irregularidades, o Estado recontratou indiretamente os serviços da instituição, usando para isso o Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho, que fez uma parceria com o centro hospitalar mogiano para utilizar sua estrutura de radioterapia.

Em meio a promessas não cumpridas, improvisos e justificativas, sobram os pacientes que continuam enfrentando dificuldades para serem atendidos e precisando se deslocar até São Paulo em busca de tratamento. Justamente aqueles que são portadores dos casos mais graves e raros de câncer.

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