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Brasileiro confia na ciência, mas não conhece cientistas

Em pesquisa realizada por órgão do governo, entrevistados dizem se interessar mais por ciência que por esporte, política ou arte

Fonte: Folha de S. Paulo

REINALDO JOSÉ LOPESCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os brasileiros dizem se interessar mais por ciência do que por esporte, política ou arte, e os cientistas são os profissionais nos quais eles mais confiam como fonte de informações –mas só 6% das pessoas recordam o nome de um pesquisador do país.

Esse paradoxo –juras de amor à ciência e um contato mínimo com o tema– é uma das principais conclusões de uma pesquisa divulgada nesta semana, durante a reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que acontece na Universidade Federal de São Carlos, no interior paulista.

"O fato é que, infelizmente, não temos celebridades da ciência", resumiu Aldo Rebelo, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, ao apresentar os dados do levantamento. Só 13% dos que responderam à pesquisa conseguiram apontar o nome de um órgão de pesquisa nacional.

Foram ouvidas quase 2.000 pessoas com 16 anos ou mais, espalhadas por todas as regiões do país.

Quase três quartos dos entrevistados disseram que a ciência traz apenas benefícios ou mais benefícios do que malefícios, um nível de otimismo em relação ao tema comparável ao que existe na China e superior ao que existe nos EUA (67%), na Espanha (64%) e na França (43%).

É um otimismo pragmático: a maioria espera que as descobertas melhorem a vida das pessoas e façam com que a indústria se torne mais produtiva, por exemplo.

Faz sentido, por isso mesmo, que 51,9% vejam medicina como prioridade para investimentos, seguida das energias alternativas e das mudanças climáticas.

Quase 80% das pessoas defendem mais verbas para pesquisa. Além disso, o grau de confiança em relação aos cientistas que trabalham em instituições públicas (no Brasil, eles são a maioria absoluta da classe) supera o de jornalistas, médicos e religiosos.

A visitação a espaços como museus de ciência é baixa, mas quase todos os entrevistados citam a dificuldade de acesso como motivo, e não o desinteresse (só 14% disseram não ter interesse em visitar esses lugares).

Para os coordenadores da pesquisa, a falta de acesso ajuda a explicar o abismo entre interesse e familiaridade com o tema. "Alguma distorção na hora da entrevista pode acontecer, mas temos a resposta comparativa com os outros temas, então não é o fator preponderante", diz Mariano Laplane, presidente do CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), órgão que coordenou a pesquisa.


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