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Governo passa a encarar setor nuclear como prioritário e diz que apoiará desenvolvimento tecnológico

Fonte: Site Petronotícias

O Ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, não esteve presente na abertura do VI Seminário Internacional de Energia Nuclear, no Rio de Janeiro, por estar em missão na Rússia, mas enviou uma mensagem que deu ânimo aos representantes da indústria nuclear em atividade no Brasil. O presidente da INB, Aquilino Senra, que representou o governo no evento, leu a mensagem do ministro para uma plateia de grandes executivos do segmento, em que reconheceu a importância do setor nuclear e o destaque que a área deverá ganhar nos planos governamentais para os próximos anos.

"Registro, em nome do ministro, que será dada prioridade à energia nuclear na administração do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O ministro entende que é uma área estratégica, entende seu valor na geração de energia para o País, e reconhece que o desenvolvimento tecnológico precisa do apoio prioritário do Ministério", afirmou Senra, ressaltando ainda que o ministro já vem tentando trabalhar neste sentido, inclusive com a tentativa de realizar uma integração maior entre diversos elos da indústria nuclear nacional.

O breve discurso em nome do ministro foi um novo aceno do governo a favor da indústria nuclear brasileira e foi bem recebido pelos executivos presentes no encontro. As maiores empresas do segmento mundial já vêm se movimentando no País para ganhar espaço nessa discussão, interessadas em participar da construção das próximas usinas nucleares nacionais, e a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) tem desempenhado um papel de liderança nesse processo. O presidente da associação, Antonio Müller, defende há tempos a participação privada no setor nuclear e agora acredita que esse caminho deve começar a ser trilhado com mais agilidade.

"Há muito tempo nós reiteramos a necessidade de novas usinas nucleares para garantir a segurança energética brasileira, e agora o governo vem mostrando que está engajado nesse objetivo. Ficamos satisfeitos com as sinalizações positivas".

O seminário foi realizado junto a uma pequena exposição das companhias e reuniu as maiores do segmento nuclear mundial, como Westinghouse, Areva, EDF, Rosatom, SNPTC, Engie (ex-GDF Suez), Atmea (joint venture entre Areva e Mitsubishi), entre outras, além da própria Eletronuclear. As expectativas dos executivos vêm crescendo nos últimos tempos, amparadas pelos primeiros anúncios feitos pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e agora ganham ainda mais força.

O presidente da Atmea, Andreas Gobel, por exemplo, afirmou que a empresa passou a estudar melhor o mercado brasileiro após o discurso de Braga em 8 de abril, quando foi anunciada a retomada do Programa Nuclear Brasileiro, prevendo a construção de quatro novas usinas nucleares até 2030 e mais oito unidades até 2050.

A russa Rosatom também já vem traçando esse perfil do cenário nacional há algum tempo e desde o ano passado prepara a instalação de um escritório no Brasil, processo que já está praticamente finalizado, segundo o vice-presidente da Rusatom International Network, Ivan Dybov. O executivo inclusive já estabeleceu residência no País, de onde também coordena as atividades pelo resto da América Latina.

O diretor de planejamento da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, que também discursou na abertura do seminário, ressaltou que o avanço da indústria nuclear pode ser uma fonte de oportunidades num momento complicado da economia nacional.

"Lembrei outro dia de uma imagem que recebi, brincando com a palavra 'crise'. O 'S' tinha sido cortado, deixando a palavra 'crie'. Então é isso, esse é o foco no momento", disse, destacando a necessidade de a indústria se movimentar em busca de novas oportunidades.

Marco regulatório

A abertura contou ainda com um discurso do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)Ângelo Padilha, que exaltou os 60 anos da indústria nuclear no Brasil, lembrando que as primeiras instituições voltadas formalmente ao setor foram criadas durante o governo de Juscelino Kubitschek. Além disso, reconheceu a importância da Marinha no processo de desenvolvimento do setor nuclear brasileiro, com participações importantes do Almirante Álvaro Alberto, que dá nome à Central Nuclear de Angra dos Reis, e do Almirante Otacílio Cunha, primeiro presidente da CNEN.

"Ao longo desses 60 anos, as posições do governo variaram muito em relação à área nuclear, desde o entusiasmo de Juscelino até governos que foram contra, mas teve uma instituição que manteve o interesse sempre: a Marinha do Brasil", afirmou Padilha, antes de dar uma panorama do total de pessoas envolvidas nesse segmento, de 6 mil a 8 mil, pelas suas contas. "Então é um programa recente, pequeno, com fins pacíficos e de grande sucesso", concluiu, após comparar o nosso programa com o da França, que já tem 120 anos.

O presidente da INB, Aquilino Senra, corroborou o discurso de Padilha, elogiando as conquistas da indústria, mas enfatizou que há algumas ações que precisam ser tomadas o mais rápido possível para que o segmento continue avançando, como a criação de um novo marco regulatório e a expansão dos investimentos em formação de mão de obra especializada.

"O marco regulatório é fundamental, porque há leis que se sobrepõem e precisam ser revistas, além de outras que precisam ser aprimoradas. Além disso, a formação de recursos humanos é um ponto que destaco há muito tempo. Então meu discurso não é de otimismo definitivo, mas de realismo em relação à boa base que foi construída e que agora precisamos ampliar", afirmou.

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