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Usina de extração de urânio prevista para ser instalada no Ceará não terá barragem de rejeitos, conforme projeto

De acordo com Raphael Turri, gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Galvani Fertilizantes, o material que antes ia para uma barragem, agora vai para uma pilha de fosfogesso e cal, evitando o descarte de água para o meio ambiente.

Fonte: Portal G! - CE

A usina de extração de urânio prevista para ser instalada no Ceará não terá barragem de rejeitos, foi o que garantiu Raphael Turri, gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Galvani Fertilizantes durante primeira audiência pública sobre o estudo e relatório de impacto ambientaldo Projeto Santa Quitéria realizada na noite desta terça-feira (7).

"Houve uma grande mudança tecnológica e hoje o beneficiamento do minério é feito a seco. Isso trouxe melhorias tanto no processo como na gestão de riscos ao meio ambiente e às pessoas. Além da redução de 17% no consumo de água, essa mudança elimina a barragem de rejeitos, ou seja, isso traz um sistema de água totalmente fechado, isso significa que nós não temos descarte de água para o meio ambiente. O material que antes ia para uma barragem, agora vai para uma pilha de fosfogesso e cal", explicou.

A Galvani, em parceria com a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), ganhou a licitação e ficou responsável pelos investimentos e por desenvolver os processos, a engenharia, os estudos para o licenciamento ambiental, a construção e a montagem do empreendimento do Projeto Santa Quitéria.

Defensores do projeto argumentam que o empreendimento vai gerar empregos, aumentar a renda e oportunidades de negócios em toda a região. Moradores da região temem efeitos nocivos com a manipulação do material radioativo. Durante a primeira audiência pública, inclusive, grupos de ambientalistas e moradores da região contrários ao projeto se manifestaram com faixas e cartazes.

As barragens de rejeitos de minério de ferro são estruturas construídas para armazenar resíduos resultantes do beneficiamento, que é quando ocorre a separação do material rico, com valor econômico, do rejeito, que é o material sem demanda de mercado e tóxico. A barragem de Brumadinho é um exemplo desse tipo de estrutura. O 

Raphael Turri esclareceu ainda que a redução da área ocupada e de supressão vegetal vão ter impactos direto na fauna e flora local. Os investimentos maiores resultaram em um melhor aproveitamento dos recursos naturais na usina de Santa Quitéria, que deve ser construída na Fazenda Itataia.

"Um ponto importante em termos de sustentabilidade e energia limpa é que o projeto é capaz de autoproduzir 90% da sua energia a partir da unidade de ácido sulfúrico. A capacidade de produção é muito maior", disse.

Geração de empregos

O projeto encontra-se em fase de licenciamento ambiental e nuclear pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnem), após essa fase, inicia-se o ciclo de obras que devem durar dois anos. A previsão é que sejam gerados 2.800 empregos diretos nesse período.

Ainda conforme Raphael Turri, durante os 20 anos de operação da usina, baseado na quantidade de minério na jazida, há previsão de geração de mais 538 postos de trabalho.

"Na etapa de plano de fechamento que deve durar sete anos também são gerados empregos diretos e indiretos. Algumas estruturas como a pilha de gesso, a própria mina vão sendo fechadas gradualmente gerando também empregos", concluiu.

Outras audiências

Além da reunião ocorrida nesta terça-feira, outros dois encontros estão marcados para os municípios de Itatira (Lagoa do Mato) e Canindé, na Região Central do Ceará, nesta quarta-feira (8) e quinta-feira (9), respectivamente. As reuniões foram convocadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O Projeto Santa Quitéria terá investimento de R$ 2,3 bilhões e vai produzir anualmente 1,05 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados e 220 mil toneladas de fosfato bicálcico para atendimento da agropecuária das regiões Norte e Nordeste. Além de 2,3 mil toneladas de concentrado de urânio, que será utilizado como matéria-prima para fabricação de combustível para geração de energia termonuclear.


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