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Eletronuclear e INB de olho em ampliar relações comerciais com Micro e Pequenas Empresas Brasileiras

Fonte: Petronotícias

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) 

O setor nuclear brasileiro está aproximando-se ainda mais da cadeia nacional de pequenos e médios fornecedores. Duas das grandes companhias desse segmento, a Eletronuclear e a INB, revelaram nesta semana algumas oportunidades de negócios que podem ser transformadas em novos contratos para fornecedores de porte menor. Embora seja um segmento de muita tecnologia e alta exigência de segurança, a indústria nuclear brasileira também demanda muitos produtos e serviços mais simples que podem ser entregues por pequenas empresas. Esse movimento de fortalecimento da cadeia produtiva nacional está sendo encabeçado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), que realizou na tarde de quarta-feira uma roda de negócios para detalhar algumas das demandas do setor.

O presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, afirmou que a retomada das obras da usina de Angra 3, por exemplo, envolverá milhares de itens, materiais e serviços para garantir a operação e manutenção da planta de forma segura. "Essa cadeia produtiva é muito ampla e há espaço para os fornecedores de pequenos itens. Para que os grandes equipamentos funcionem, existe toda uma sequência de pequenos serviços e produtos que garantem a operação segura”, afirmou o executivo em uma gravação exibida na abertura do evento da ABDAN. "Essa cadeia produtiva associada à cadeia elétrica nuclear é muito extensa, complexa e múltipla, criando enormes oportunidades para as pequenas e médias empresas”, completou.

Os números da Eletronuclear ajudam a entender o tamanho do potencial de negócios por de trás da indústria nuclear. Levando em consideração o ano de 2019, ainda antes da pandemia de Covid-19, a estatal celebrou cerca de 2400 contratos, sendo que 90% foram firmados com fornecedores nacionais. O total investido pela companhia nesses negócios foi de R$ 561 milhões – uma fatia de 73% desse valor é referente a serviços. Além disso, 50% das compras da Eletronuclear são requisições comuns, enquanto que outros 20% são requisições de segurança nuclear e 30% são requisições de qualidade.

Em 2020, por conta da pandemia, a Eletronuclear restringiu bastante o seu volume de compras, priorizando os materiais urgentes e essenciais. "Porém, agora é um momento muito bacana de oportunidade para os fornecedores, porque estamos retomando nossa demanda anterior à pandemia”, revelou a engenheira comercial da superintendência de aquisições da Eletronuclear,Juliana Oliveira. "Estamos em um momento de atualização daquilo que não foi comprado. Também formamos, nesse tempo, um backlog de materiais que ficou em espera para ser adquirido. Nossa perspectiva de contratação para os próximos meses é muito boa”, afirmou Juliana durante o evento da ABDAN.

Algumas das aquisições em espera da Eletronuclear são itens como válvulas, materiais de vedação, manômetros, lubrificação, bombas e parafusos. "Temos em torno de 800 requisições aguardando atas para início do processo de contratação. Um total de 80% dessas requisições são materiais de estoque e prateleira”, finalizou Juliana.

Por parte da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), também é grande o interesse em estreitar laços com a cadeia de pequenos fornecedores nacionais. O superintendente de produção de combustível nuclear na INB, Marcelo Sobral, que também participou da roda de negócios, revelou que a demanda de aquisições de serviços da estatal envolve atividades como movimentação de carga, refrigeração industrial, manutenção de empilhadeiras, manutenção de áreas verdes, tratamento de águas industriais, segurança patrimonial, automação industrial, entre outras.

"Observe que os serviços prestados são de natureza comum. Qualquer outra empresa que não seja do setor nuclear pode desenvolver esse trabalho. Não existe essa mística de que para fornecer para o setor nuclear você precisa ser, necessariamente, uma empresa altamente tecnológica”, ponderou Sobral. "É óbvio que temos serviços que demandam alta tecnologia. Nesses casos, vamos buscar os fornecedores específicos para essas atividades. Mas a maioria dos nossos serviços é simples e qualquer empresa de outro ramo pode ser nossa fornecedora”, acrescentou.

O presidente da ABDAN, Celso Cunha, lembrou também da vocação das empresas fluminenses para o setor nuclear, uma vez que o Rio de Janeiro é considerado a capital nacional da geração termonuclear. Como grandes âncoras dessa indústria estão instaladas no estado, a cadeia de fornecedores deve aproveitar essa proximidade geográfica e buscar uma aproximação maior com o setor.

Além disso, Cunha frisou que empresas de outros setores também devem olhar para as chances de negócios no segmento nuclear. "Em Resende, existe toda uma cadeia produtiva em torno da indústria automobilística. Já quando pensamos em Campos, há a cadeia produtiva do petróleo e gás. Existe uma transversalidade, sem sombra de dúvida, desses setores com o segmento nuclear”, concluiu.

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