Brasil vê agência nuclear como trampolim para adesão à OCDE
O diretor-geral da NEA, William Magwood, disse que a associação à agência, que agrupa 33 países com 85% da capacidade de energia nuclear do mundo, é direta e baseada no interesse mútuo em compartilhar tecnologia nuclear de ponta.
"A associação pode acontecer muito rapidamente e isso significa que é um trampolim muito prático para a adesão à OCDE”, afirmou Magwood em entrevista na sexta-feira.
Ele disse que a Coreia do Sul usou esse caminho na década de 1970 e, mais recentemente, a Argentina ingressou na agência em 2017, com a intenção de ajudar sua candidatura pendente à OCDE.
O Brasil esperava se unir à OCDE rapidamente com o apoio que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu ao presidente Jair Bolsonaro em março. Em outubro, no entanto, Trump disse que a Argentina tinha o apoio dos EUA para se juntar primeiro ao órgão.
PEQUENO É BOM
Magwood disse que o Brasil estava fazendo a coisa certa ao concluir sua terceira usina nuclear, Angra 3, na costa sul do Rio de Janeiro, apesar do preço para concluir o trabalho, estimado em cerca de 15 bilhões de reais.
A empresa estatal de energia nuclear Eletronuclear está buscando um parceiro para Angra 3 e restringiu as opções para a chinesa National Nuclear Corp (CNNC), a francesa EDF ou a russa Rosatom.
Magwood afirmou que o Brasil está certo em planejar novos reatores porque as preocupações com as mudanças climáticas exigirão energia mais limpa para o futuro, e as autoridades brasileiras com quem ele falou disseram que o país está atingindo os limites de seu potencial hidrelétrico.