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Ameaça nuclear leva cientistas a testarem vacina contra radiação

Caso a vacina, em estudos avançados, venha a ser utilizada, seria fundamental para lidar com vítimas de acidentes como o de Chernobyl, em 1986

Fonte: R7

O medo da ocorrência de um ataque, desastre natural (como o terremoto no Japão em 2011) ou um vazamento nuclear vem motivando, há alguns anos, os cientistas a estudarem fórmulas para uma vacina contra a radiação nuclear.

Produzida a partir de células-tronco de mulheres, a vacina desenvolvida, chamada PLX-R18, conseguiu reduzir danos e alterações metabólicas causados pela radiação, segundo informou o Ynetnews.

Conduzidos pelo Instituto de Pesquisa de Radiobiologia do Departamento de Defesa dos EUA, os estudos foram realizados em animais e divulgados na última semana.

A pesquisa ganha mais importância em um momento no qual o mundo volta a se deparar com o receio de um conflito nuclear.

No último dia 2, os Estados Unidos abandonaram formalmente o INF (tratado para a eliminação dos mísseis nucleares de curto e médio alcance) assinado com a Rússia durante a Guerra Fria, o que provocou o temor de uma nova corrida armamentista. Ainda neste ano, deverão ser testados pelos EUA mísseis que estavam proibidos pelo acordo.

No estudo, o PLX-R18 foi introduzida 24 horas antes da exposição dos animais à radiação e 72 horas após a exposição. As taxas de sobrevivência tiveram um aumento considerável: 4% no grupo placebo (que não recebeu o produto) e 74% no grupo tratado.

A empresa israelense Pluristem Therapeutics Inc. está envolvida no projeto e anunciou os resultados positivos.

Capacidade regenerativa

Os bons resultados ocorreram porque, basicamente, houve um aumento na recuperação de linhagens de sangue (plaquetas, neutrófilos e linfócitos), dentro de uma margem de segurança favorável.

Tais linhagens apontaram uma melhora na capacidade regenerativa com a vacina, que também propiciou um aumento no número de células da medula óssea, ajudando na defesa do organismo.

As taxas de sobrevivência e recuperação de neutrófilos (tipo de leucócitos, os glóbulos brancos que atuam no sistema imunológico) e linfócitos (outro tipo de leucócitos) foram aumentadas em animais expostos à radiação e não causaram prejuízos aos que não foram.

Tal situação é um indicativo de que a vacina já pode fornecer tratamento imediato sem a necessidade de se avaliar o grau de radiação. Os testes, no entanto, ainda estão em andamento.

A vacina já despertou o interesse do Exército dos EUA, que estuda administrá-la nos soldados posicionados em zonas de radiação nuclear.

E também está sendo avaliada pelo NIAID (Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas), setores do NHI (Instituto Nacional de Saúde), como tratamento da ARS (Síndrome de Exposição à Radiação).

Caso a vacina venha mesmo a ser utilizada, seria fundamental para lidar com vítimas de acidentes nucleares como o da usina de Chernobyl, em 1986.

Em série recente do HBO, foi denunciado o temor do governo russo em revelar o grau de disseminação da radiação, dentro de uma política de encobrimento, negada pelas autoridades locais.

Com a vacina, a tendência natural é a de haver maior transparência, já que as vítimas teriam como ser tratadas.

A vacina, neste sentido, também seria importante - de um lado ou de outro da história - para imunizar a sociedade das mentiras de políticos.

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