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Fumaça de incêndio na Serra não tem radioatividade, diz Corpo de Bombeiros

Placa alertando para a presença de material radioativo chamou a atenção de moradores da região; Petrobras e Corpo de Bombeiros dizem que não há risco à sociedade

Fonte: Gazeta Online 

Após uma tarde de domingo cheia de fumaça na Grande Vitória por conta de um incêndio que atingiu a base da Petrobras na Rodovia do Contorno, na Serra, muitos internautas do Gazeta Online continuaram preocupados nesta segunda-feira (28) com as consequências da enorme nuvem de fumaça que pode ser vista de vários pontos da Grande Vitória. É que uma placa fixada no Terminal Industrial e Multimodal da Serra (Tims), no local do incêndio, fazia um alerta à presença de material radioativo.

Afinal, a fumaça carrega elementos radioativos ou não? A Petrobras descartou essa possibilidade e garantiu que não há motivos para alarde.

"O material que foi consumido no incêndio é composto em sua quase totalidade por plásticos. No local, há também um galpão para estocagem de substância de baixo nível de radiação, contida na área de armazenamento, sem oferecer risco para as pessoas ou o ao meio ambiente. Esse espaço está isolado, atendendo a todos os requisitos de segurança. Após o término do combate ao incêndio, esse material será recondicionado de acordo com as normas dos órgãos reguladores e estocado em um novo galpão."

QUE DIZ O CORPO DE BOMBEIROS

O porta-voz do Corpo de Bombeiros do Estado, tenente-coronel Carlos Wagner Borges, confirmou a existência de material radioativo no local do incêndio, mas explicou que o índice de radioatividade do material naquele depósito é muito baixo, o que não traz perigo à saúde humana nem ao meio ambiente.

"Realmente é um material que tem base radioativa, mas isso não traz prejuízo à comunidade local. Nós fizemos o contato com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão que mede nível de radiação no Brasil, ligado diretamente ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e eles disseram que o material apresentou 0,04 mSv (milésimos de Sievert, unidade que mede os efeitos biológicos da radiação) por hora, na zona fria e 0,04 por hora a cinco metros da área quente. Ou seja, está abaixo da tolerância determinada por lei no Brasil que é de 0,50 mSv, então não traz problema à população capixaba", garante.

O tenente-coronel disse ainda que o produto tóxico é a borra de petróleo. "Esse produto que é borra de petróleo é um mineral. O que queimou é o plástico dos tonéis, as boias que servem de balizadores, e não o produto químico. Não há motivo para nos preocuparmos. O Corpo de Bombeiros foi na área quente (local onde aconteceu o fogo) com as equipes e não tem nenhum risco nesse sentido. O Cnen veio do Rio de Janeiro aqui para fazer as medições e não encontrou nenhum problema, caso contrário nossa equipe de Corpo de Bombeiros não estaria no local. Eu mesmo estive lá e constatei isso", acrescentou.

Borges garante que se houvesse qualquer risco à vida humana, o Corpo de Bombeiros capixaba teria evacuado a área do incêndio e até mesmo a cidade, se necessário. Por isso reforça que não há motivo para alarde.

O Corpo de Bombeiros informou na noite desta segunda-feira (28) que o incêndio foi considerado extinto. As chamas foram combatidas desde as 17 horas de domingo (27) até as 19h30 desta segunda. 

O QUE DIZ A COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR

Acionada pela reportagem do Gazeta Online, a CNEN - que está com uma equipe na Serra - enviou uma nota sobre o assunto. 

O local onde ocorreu o incêndio da Petrobras, Terminal Intermodal –TIMs em Vitoria-ES, armazena temporariamente tambores e contêineres contendo borras oleosas oriundas de descomissionamento proveniente de operação offshore da produção de petróleo. É um material radioativo de origem natural denominado de NORM (Naturally-Occurring Radioactive Materials), que possui concentração de radionuclídeos levemente superior aos limites de isenção e é objeto de controle regulatório da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em concordâncias com as Normas reguladoras.

Ao tomar ciência do incêndio, a CNEN providenciou o deslocamento de uma equipe para o local para fazer a verificação das condições de integridade dos tambores e dos contêineres, bem como avaliar as providências a serem tomadas.

A CNEN solicitará da Petrobras um relatório sobre o ocorrido e irá acompanhar as ações de remediação que deverão ser implementas pela empresa de modo a assegurar o controle regulatório e a proteção radiológica da população e do meio ambiente.

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