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WNU lança novo curso para altos executivos e prepara evento de tecnologias de radiação no Brasil

Fonte: Petronotícias

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br)

Muitas e boas novidades para o mercado. A World Nuclear University (WNU), que faz parte da World Nuclear Association (WNA), está realizando esta semana um seminário internacional sobre energia nuclear, no Rio de Janeiro. E durante o primeiro dia do encontro, a instituição, liderada pela brasileira Patricia Wieland, apresentou seus próximos planos e metas para o futuro. A entidade está com um novo curso, voltado especialmente aos executivos mais experientes. Além disso, Patricia afirmou que a WNU já tem o convite para fazer uma nova edição de um evento sobre tecnologias de radiação no Brasil.

Para quem está ainda está em processo de formação acadêmica, a diretora da WNU encoraja a continuar a busca por novos conhecimentos e especialização, por mais que o segmento no Brasil esteja passando por um cenário de indefinições momentâneas. "O setor nuclear é global. Se no Brasil não tiver oportunidade, tenho certeza que [os estudantes] podem conseguir no exterior também”, opinou. "Além disso, existe também a possibilidade de se criar startups”, acrescentou a executiva.

A edição deste ano teve um recorde absoluto de inscritos. Como avalia este grande interesse do público brasileiro pelo setor nuclear?

Não fico surpreendida. A área nuclear no Brasil é bem forte e abrangente. Em 2017, fizemos este curso em Itaguaí (RJ), com mais de 100 pessoas. O curso está acontecendo no Rio de Janeiro este ano. Então, é bem natural essa atração. Temos aqui [no Rio] institutos de pesquisa, universidades, órgão regulador, indústria… então, não é surpresa. Acho que, se formos para São Paulo, também teríamos um número parecido.

E quais são as perspectivas para os novos profissionais dentro da área nuclear?

O setor nuclear é global. Antigamente, os profissionais que se formavam pensavam em ficar na mesma região. Mas, hoje em dia, a mobilidade é muito grande. Então, temos no país vários profissionais se formando – e sendo muito bem formados, por sinal, já que as universidades brasileiras são excelentes. E se no Brasil não tiver oportunidade, tenho certeza que eles podem conseguir no exterior também. Não é pelo fato de que o país está passando por um momento em que algumas obras ainda não estão em andamento que o profissional vai deixar de se formar. A formação demora um longo tempo.

O fato do profissional ir ao exterior também não significa que não voltará. Eu sou um exemplo disso. Eu passei um tempo na Agência Internacional de Energia Atômica e voltei – fiquei anos no Brasil. Depois me aposentei, saí do país de novo e nada impede de voltar novamente. É sempre um aprendizado. Então, por mais que alguns alunos no Brasil momentaneamente não tenham oportunidade no país, é importante que eles procurem por algo no exterior e continuem estudando.

Além disso, existe também a possibilidade de se criar startups. É algo de que as pessoas não devem ter medo. É uma opção.

Durante a cerimônia de abertura do seminário, a senhora mencionou a criação de um novo curso da WNU. Poderia detalhar um pouco mais sobre esta novidade?

É um curso que estamos começando agora, voltado às pessoas bem experientes e que estão em posição de decisão, como executivos em cargos mais altos. É um curso que será bem focado nas necessidades individuais. Não é um curso numa sala de aula. É uma visita individual, que começa a partir de uma entrevista com um coach.

Qual balanço a senhora faz da parceria da WNU com a Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN)?

É uma parceria fundamental. A WNU realiza cursos há vários anos com a ABDAN. Já tivemos mais de 10 cursos. Tem funcionado muito bem. Em outros países, também temos parcerias com associações. A ABDAN é membro da World Nuclear Association e isso torna as coisas mais interessantes, porque temos uma interação maior.

Qual o futuro da WNU no Brasil? Quais serão os próximos passos?

Temos um convite para fazer um curso de tecnologias de radiação novamente. Ele já foi feito em São Paulo no ano passado e fomos convidados a voltar. É muito prazeroso fazer este tipo de curso aqui. Podemos fazer em qualquer cidade. O programa do curso pode ser adaptado para a necessidade do país, com certeza.

E como enxerga o momento atual do mercado nuclear brasileiro?

Nesta semana de seminário eu vou aprender muito com meus colegas. É claro que, sendo brasileira, este assunto muito me interessa. Então, acho que é uma troca. Posso também contar da minha experiência no setor. E confio muito nas lideranças do Brasil.

E qual a importância de desenvolvimento de novas tecnologias?

Eu acredito que o foco deve ser a produção de energia limpa. O desenvolvimento de tecnologia é interessante, mas se cada um começar a ter um design novo e moderno de reator nuclear, não chegaremos muito longe. Então, temos que começar a produzir energia. Temos vários exemplos de plantas que produzem com muita segurança. Se a necessidade é esta – combater as mudanças climáticas – temos que usar as tecnologias que existem. Evidentemente, as instituições de pesquisa vão continuar desenvolvendo, mas temos que acelerar este processo [de produção de energia].

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