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Pele de tilápia tem nova aplicação em humanos: Síndrome de Apert

Pele de tilápia é usada em cirurgias de crianças com deformidades em dedos das mãos

O gupo de Pesquisa em Pele de Tilápia, em parceria com demais instituições, iniciou, em setembro, um projeto de cooperação com o Hospital Sobrapar – Crânio e Face, instituição privada de natureza filantrópica localizada em Campinas/SP para aplicação de pele de tilápia no tratamento médico. Desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará  (UFC), a pesquisa está auxiliando na recuperação cirúrgica de crianças nascidas com deformidades craniofaciais e sindactilia, anormalidade embriológica que ocasiona a junção de três ou mais dedos das mãos ou dos pés, chamada Síndrome de Apert.

Tendo como vice-presidente o cirurgião plástico Cássio Eduardo Raposo do Amaral, o Sobrapar promove o tratamento e a reabilitação de pacientes com anomalias craniofaciais congênitas ou adquiridas, resultantes de traumas, tumores e queimaduras. A instituição atua nas áreas de cirurgia plástica reconstrutora e cirurgia crânio-maxilo-facial, atendendo pacientes de todo o País, usuários do SUS – Sistema Único de Saúde, e pacientes em situação de vulnerabilidade socioeconômica de outros países.

Já foram realizadas três de um total de 10 cirurgias previstas no projeto de parceria entre o Sobrapar e os pesquisadores da UFC. Os procedimentos, realizados nas duas mãos de três crianças previamente selecionadas, ocorreram no período de 12 a 14 de setembro último, utilizando peles de tilápia liofilizadas, que são peles desidratadas, esterilizadas e embaladas a vácuo, e irradiadas no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN), produzidas pelo Banco de Pele da UFC.

Segundo o Coordenador Geral da Pesquisa, Edmar Maciel – que participou das três primeiras cirurgias realizadas pelo Dr. Cassio Eduardo e sua equipe, para a liberação de dedos das mãos – no tratamento convencional as crianças são submetidas a várias cirurgias e curativos, que causam desconforto, dores e mais trabalho para a equipe na troca de uma quantidade maior de curativos. Além disso, "o resultado da auto enxertia pode não ser satisfatório, especialmente nas mãos tipo III (as mais graves), devido às más condições da área receptora”, o que acaba aumentando os custos do tratamento”.

Com a utilização da pele de tilápia, Maciel destaca os seguintes resultados: redução do tempo cirúrgico, ausência de cicatriz inestética no abdômen, menor morbidade, excelente leito receptor para enxertia, redução em 50% no número de curativos, alívio da dor nos curativos, redução nos custos do tratamento e boa pega do enxerto após a última cirurgia.

Após um ano de preparação e espera para a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética, o Coordenador Geral da Pesquisa e o vice-presidente do Sobrapar comemoram a obtenção dos primeiros resultados. A expectativa, segundo eles, é de ampliação dos trabalhos frente ao "sucesso inicial” já registrado.

As peles de tilápia empregadas no projeto foram doadas pela Piscicultura Bomar, em Itarema-CE; o processamento das peles teve a colaboração da empresa Biotec Soluções. 

As peles de tilápia são recebidas e acondicionadas pelo Laboratório de efeitos da radiação Ionizante em tecidos biológicos coordenado pela pesquisadora Monica Mathor e radioesterilizadas no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER) IPEN-CNEN. O envio das peles e da equipe é uma parceria com a empresa LATAM.

Fonte: Cleide Castro, assessoria do Grupo de Pesquisa em Pele de Tilápia

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