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ABDAN defende medidas para criação de ambiente de negócios e premia personalidades do setor nuclear

Fonte: Petronotícias

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br)

O setor nuclear brasileiro tem alcançado importantes avanços, mesmo diante de um ano tão desafiador como o de 2020. Mas para criar um ambiente de negócios saudável e duradouro em torno dessa indústria, o país ainda tem um caminho a percorrer. Essa é a visão da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). A entidade realizou nesta semana a abertura do seminário internacional online Nuclear Trade and Technology Exchange (NT2E) e apontou uma série de medidas que podem ajudar a fomentar o setor. O presidente da associação, Celso Cunha, defendeu a sinergia entre os diversos atores do segmento nuclear para a criação desse cenário propício para negócios.

"Seria muito importante se criássemos um ambiente de negócios onde atuamos para buscar a solução de diversos fatores que impactam as decisões e o modo de gerir as atividades empresariais, nas mais diversas formas”, sustentou. "Construir um programa de longo prazo e fomenta-lo é fundamental. Também devemos criarmos clusters e uma rota tecnológica nuclear, através de uma política clara de fomento da cadeia produtiva, o que nos permitirá dar passos seguros para o setor”, complementou Cunha.


Projeção de como será a usina de Angra 3

Nesse sentido, conforme noticiamos ontem, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, declarou que o governo planeja o desenvolvimento de uma política para fomentar a criação de um cluster nuclear, com a ajuda da Marinha do Brasil e demais ministérios que também investem no setor, para se formar uma cadeia produtiva com empresas privadas e institutos.

O presidente da ABDAN também defendeu reduzir a dependência do fornecimento estrangeiro e aumentar o número de fornecedores dentro da cadeia nuclear. "Devemos também incluir a Micro, Média e Pequena empresa na cadeia de fornecedores do setor nuclear. Tudo isso faz parte da construção de um ambiente de negócios saudável e duradouro”, disse. Ele ainda argumentou que é preciso fomentar a Pesquisa, Desenvolvimento e a Formação de profissionais, além de reformar o sistema regulatório nuclear.


Visão atual de Angra 3

"E falando em regulação e fiscalização, a sinalização dada pelo Governo da Criação da Autoridade Nuclear, que é um tema debatido e desejado desde 2008, vem avançando. Aguardamos ansiosamente que, ainda em 2020, este assunto seja resolvido”, declarou Cunha. O presidente da ABDAN reforçou ainda a necessidade de revisão das regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para o setor de medicina nuclear. Segundo ele, isso permitirá a população brasileira ter maior acesso a novos medicamentos. "Também não podemos esquecer da Flexibilização do Monopólio da Mineração do Urânio, que trará mais agilidade e independência na produção do combustível nuclear”, acrescentou.

Tema central no mercado nuclear brasileiro, a retomada das obras de Angra 3 também foi mencionada. O presidente da ABDAN destacou os esforços da Eletrobrás e Eletronuclear para a liberação de recursos para o Plano de Aceleração das obras do projeto, visando a inauguração da usina entre 2026 e 2027. "A conclusão de Angra 3 será o marco de efetivo destravamento do setor nuclear”, finalizou.

CINCO PERSONALIDADES DO SETOR FORAM HOMENAGEADAS COM A MEDALHA DE HONRA AO MÉRITO NUCLEAR


General Sérgio Etchegoyen e o comandante da Marinha, Ilques Barbosa Junior

Durante o evento, a ABDAN também concedeu a medalha de Honra ao Mérito Nuclear a cinco importantes personalidades que ajudaram no desenvolvimento da atividade nuclear no Brasil. Na categoria Política, o vencedor foi o general do Exército Brasileiro, Sérgio Etchegoyen, que atuou como ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência do Brasil durante o governo de Michel Temer. "Quero expressar minha gratidão pela profunda honra de ter sido escolhido para receber a ordem de Mérito Nuclear concedida pela ABDAN”, declarou Etchegoyen.

Na categoria História, o homenageado foi o Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior, atual Comandante da Marinha do Brasil. O prêmio foi um reconhecimento pelo trabalho do braço naval das Forças Armadas para fortalecimento do segmento nuclear brasileiro.

"Consciente da importância da ciência, tecnologia e inovação para desenvolvimento sustentável, a Marinha legitima o valor estratégico do setor nuclear e de suas potencialidades, contribuindo para garantir o bem-estar da sociedade brasileira e o futuro das próximas gerações. É com redobrada satisfação, que expresso os mais elevados agradecimentos à ABDAN pela tão relevante comenda”, afirmou Barbosa.


Carlos Alberto Buchpiguel e Wilson Aparecido Parejo Calvo

O vencedor na categoria Pesquisa foi o Superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN),Wilson Aparecido Parejo Calvo. Ele se dedica há anos em pesquisas de aplicações de técnicas nucleares na indústria, saúde, agricultura, meio ambiente, com ênfase em tecnologias de radioisótopos e radiações ionizantes. Já na categoria medicina nuclearo premiado foi o Diretor do Serviço de Medicina Nuclear e Imagem Molecular do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Carlos Alberto Buchpiguel.

Por fim, na categoria indústria, a medalha foi entregue ao Superintendente de Enriquecimento Isotópico, Ezio Ribeiro da Silva Junior, pela sua contribuição à construção do ciclo de combustível nuclear. Também foi feita uma menção honrosa a ex-presidente da World Nuclear Association (WNA), Agneta Rising, celebrando a parceria entre a WNA e ABDAN nos últimos anos.

"O mundo precisa de países como o Brasil, com muito histórico e muita experiência em energia nuclear. Precisamos de países como o Brasil para liderar e expandir o caminho da energia nuclear na direção de um futuro sustentável”, afirmou Agneta.

Amanhã (12), o NT2E entra em seu segundo dia de atividades, com dois painéis de debates para discutir a segurança no setor nuclear e a economia descarbonizada. Na semana que vem, nos dias 17 e 19, acontecerá o curso internacional da World Nuclear University (WNU).

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