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'Se aprovado, Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações na Saúde será estratégico para o País'

Em entrevista para Órbita IPEN, a pesquisadora Denise Zezell fala sobre como o novo curso submetido à avaliação da Capes pode contribuir para a saúde no Brasil. Edição traz o balanço dos fatos ocorridos em novembro e dezembro, incluindo os 60 anos do Reator IEA-R1

Recentemente, o IPEN submeteu à Capes a proposta de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações na Saúde. O que esse programa poderá oferecer de diferencial, caso seja aprovado?
Denise Zezell - Diferentemente dos programas de pós-graduação acadêmicos, o mestrado profissional (MP) é voltado para a capacitação de profissionais atuando no mercado, que não deixarão suas atividades para dedicar-se com exclusividade à pós-graduação, e que visem solucionar  problemas  relativos  a sua prática profissional. Isto per si já carateriza um alunado diferente dos demais programas de Pós-graduação Acadêmicos. No caso da proposta apresentada pelo IPEN, pretende-se atender uma demanda do mercado de trabalho de hospitais e clínicas, por profissionais que tenham conhecimento mais aprofundado em áreas como radiofarmácia e medicina nuclear,  assim como em radioterapia, e demais métodos de diagnóstico e terapia usando radiações ionizantes e não ionizantes. Esta nova proposta é uma conseqüência natural do programa de pós-graduação acadêmico oferecido pela USP no IPEN, em função da crescente demanda por titulação de profissionais médicos, e demais profissionais atuando em áreas da saúde, com claro perfil profissional. O trabalho final do curso (dissertação ou proposta de patente, por exemplo) deve ser sempre vinculado a problemas reais da área de atuação do profissional-aluno.

Sendo um programa profissional, qual a estratégia para elevar e manter a qualidade científica?
Os critérios de avaliação da CAPES para programas profissionais são diferentes dos acadêmicos. Apesar de também considerar publicações cientificas em revistas internacionais, valoriza também o desenvolvimento ou aprimoramento de processos ou técnicas, patentes, e principalmente o impacto destes no setor produtivo e para a sociedade. Já há tradição  indiscutível na instituição nestas atividades.

Como o programa poderá auxiliar novos pesquisadores?
Novos pesquisadores já participantes da proposta, quando aprovada, poderão orientar alunos e colher os frutos dos resultados do tema escolhido. A divulgação das ações e resultados obtidos pelo programa poderá motivar novos pesquisadores a se credenciarem, oferecendo sua contribuição.

Esse programa poderia, de alguma maneira, competir com o atual, que é de excelência e tem a chancela USP? Ou, ao contrário, poderia contribuir?

De forma alguma haverá competição e sim atuação de forma complementar. O perfil do alunado e tema de trabalho são bem diferentes. A intenção é que egressos do novo programa, que se interessem em fazer doutorado de pesquisa, se vinculem ao programa acadêmico, contribuindo desta forma para o aumento do número de alunos de doutorado do programa da USP. Como disse, esta nova proposta é uma conseqüência natural do programa de pós-graduação acadêmico oferecido pela USP no IPEN.

Existe uma previsão de prazo para a Capes anunciar o resultado? 
Em 2017 a Capes publicou os resultados das avaliações de novas propostas em meados de outubro. Em anos anteriores esta resposta ocorria em meados de junho. Assim, entre junho e outubro de 2018 devemos receber a avaliação. 

A aplicação de tecnologias das radiações nas ciências da saúde é uma área de conhecimento médico que tem se desenvolvido muito. Pode-se dizer que a ideia do curso nasceu dessa demanda? 
Sim. A formação de profissionais altamente especializados para a integralidade do cuidado em saúde representa uma política estratégica nacional e, ao mesmo tempo, um grande desafio para a otimização de recursos, tanto humanos, como de infraestrutura e de financiamento, capitaneados por uma Instituição pública, para o objetivo comum do bem estar da população brasileira. Especificamente, a aplicação de tecnologias das radiações nas ciências da saúde é uma área de conhecimento médico que tem se desenvolvido rapidamente e colaborado com o diagnóstico por imagem, no monitoramento de pacientes e no tratamento de doenças via radiofármacos, de uma maneira muito significativa. São indiscutíveis os avanços na medicina nuclear, principalmente no campo das doenças oncológicas. Além disso, essa área se desenvolvendo de forma exponencial e só tem agregado valores na conduta dos pacientes. Nossa proposta nasceu dessa reflexão. 

E o Projeto RMB também pode ser beneficiado... 
Sim, sem dúvida. O RMB, grande projeto do MCTIC, executado pela CNEN, vai trazer autossuficiência na produção de Molibidênio-99, precursor do principal radiorfármaco consumido hoje, e, claro, vai exigir mão-de-obra qualificada para seus objetivos finalísticos, indo ao encontro dessa proposta. 

Sendo o IPEN a instituição que melhor reúne todos os requisitos para esse curso, podemos ter boas expectativas quanto à sua aprovação?
Estamos otimistas, porém cautelosos. Vamos aguardar o resultado da avaliação. Convém lembrar que essa é uma proposta inédita que congrega radiofarmacia e física médica, além de aplicações de radiações ionizantes e não ionizantes na saúde.

Veja edição completa do Órbita IPEN - Novembro/Dezembro.
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Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/Am
Assessoria de Comunicação

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