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IPEN sedia treinamento para operadores de reatores da América Latina e Caribe

Evento, que encerrou-se hoje, foi patrocinado pela AIEA no âmbito do programa de capacitação que tem como objetivo garantir a operação sustentável de reatores nucleares de pesquisa através de treinamento pessoal

Dez profissionais que desenvolvem atividades com reatores nucleares de pesquisa em países da América Latina e Caribe participaram do "Train the trainers workshop on utilization, operation and maintanance and safety of research reactors” ("Workshop para treinar os treinadores na utilização, operação e manutenção e segurança de reatores de pesquisa”, em tradução livre), promovido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ao longo desta semana, no Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN.

De acordo com Nuno Pessoa Barradas, consultor de Reatores Nucleares na AIEA, o workshop faz parte de um projeto maior que é o de desenvolver um programa de capacitação com vistas a garantir a operação sustentável de reatores nucleares de pesquisa através de treinamento pessoal para todos os países membros da Agência. "Constatamos que há dificuldades na passagem do conhecimento de uma geração de profissionais para outra. E uma das maneiras de preencher essa lacuna é promover cursos e-learning e depois workshops como este”, disse.

Os cursos e-learnings (modelo de ensino não presencial apoiado em tecnologias) são elaborados sob a chancela da AIEA e avaliados por um conjunto de peritos internacionais da área específica das aplicações dos reatores de pesquisa. Depois de aprovados pelos peritos, são disponibilizados aos estados membros da AIEA, destinados a profissionais e estudantes em início de carreira. Depois, são realizados encontros presenciais em instituições que têm atividades com reatores de pesquisa.

"Pretendemos oferecer uma base de conhecimento eficiente para quem está começando. Os e-learnings. Eles adquirem conhecimentos que depois complementam pela experiência prática e interação com outros colegas de outros países, como está ocorrendo aqui”, completou Barradas.

Este foi o primeiro curso realizado no Brasil, no âmbito desse projeto maior da AIEA. "Mas já enviamos pessoal, sete profissionais, para trocarem experiências no Peru, Colômbia, Argentina, Republica Checa e Viena. Ainda há outros eventos programados em outros países. Sem dúvida, os países sairão bem melhores que entraram neste projeto devido aos conhecimentos compartilhados”, acredita Frederico Genezini, gerente do CRPq e organizador do workshop, pelo IPEN.

Foi a própria Agência que selecionou os 11 participantes (dois do Chile, dois do México, um da Argentina, um da Colômbia e dois do Peru), incluindo Hoan-Sung Jung, membro representante da AIEA, cuja sede é em Viena, Áustria. "Como diz o nome do curso, o objetivo é treinar treinadores, isto é, o que temos aqui são profissionais de altíssimo nível, responsáveis nos seus países por ensinar outras pessoas, que vieram trocar conhecimentos, experiências, boas praticas, enfim, aprender uns com os outros”, salientou Barradas.

A programação incluiu uma visita ao Reator Nuclear de Pesquisas IEA-R1, o primeiro do IPEN a entrar em operação, há 60 anos. Os participantes foram recebidos por pesquisadores e técnicos, que demonstraram o passo a passo no processo de produção de radioisótopos. Na oportunidade, visitaram a piscina do reator e ficaram impressionados com a estrutura.

A engenheira nuclear Denet Soler, da Comisión Chilena de Energía Nuclear (CCHEN), única mulher no curso, disse que o workshop foi muito interessante sob vários aspectos, sobretudo porque "mostrou a importância do trabalho que o grupo do Brasil tem na área de reatores, com domínio em todas as temáticas debatidas ao longo”. "Creio que é uma ‘ tremendíssima’ oportunidade para todos, e vamos sair com muitas ideias que poderemos implementar nos nossos países”, disse, acrescentando que foi também uma oportunidade de demonstrar que há muitas mulheres trabalhando na área nuclear”.

O mexicano Jaime Hernandes Galeana, do Instituto Nacional de Investigaciones Nucleares (ININ), destacou "o grande esforço da equipe do IPEN para oferecer esse treinamento que foi muito enriquecedor”. Opinião compartilhada por Barradas: "O IPEN é fantástico, tanto pelas instalações quanto pelas técnicas em torno dos dois reatores, como também pelas pessoas que aqui estão, que se mostraram profissionais e receptivas”.

Renovação ameaçada
Atividades de pesquisas ameaçadas pela falta de pessoal, devido à aposentadoria de servidores sem a devida reposição, não é um problema apenas do Brasil. E, como observa Barrradas, em alguns casos, aposentados são substituídos por pessoas competentes, mas que não têm a mesma experiência para atuar em uma área tão peculiar.

"Imagine que há um centro de pesquisa que está a funcionar muito bem, mas chega um novo conjunto de estudantes e técnicos de alto nível, mas inexperientes. Como disse, eles podem se utilizar dos nossos e-learningscomo ponto de partida. Nos cursos presenciais, através das apresentações que fazem dos programas nos seus países, aprendem com o feedback que recebem dos colegas e com as aulas teóricas que explicam uma série de aspectos das técnicas relacionadas à operação, manutenção e utilização seguras de reatores”, disse Barradas

Colaboração é o caminho
Na abertura do workshop, a equipe foi recebida pelo superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, que deu as boas-vindas com uma breve apresentação do Instituto, e pelo gerente do CRPq, Frederico Genezini. Em seguida, Barradas se pronunciou destacando a importância de um evento dessa natureza numa "instituição que tem muito conhecimento, como o IPEN”. "O IPEN abriu suas portas, o que é muito bom porque revela uma vontade de colaborar em nível internacional, que é o caminho certo a seguir”, concluiu Barradas.
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