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Elemento combustível que vai simular o RMB é lançado no IPEN

Fabricado no Centro do Combustível Nuclear (CCN) e projetado no Centro de Engenharia Nuclear (CEN), o novo elemento combustível é resultado do trabalho em parceria das unidades de pesquisa do Instituto.

O lançamento do primeiro combustível nuclear tipo placa para o Reator Nuclear de Pesquisas IPEN-MB01, o anúncio do vencedor do IV Prêmio IPEN de Inovação Tecnológica e o agraciamento aos Pesquisadores Eméritos foram os momentos mais emocionantes no encerramento da celebração do 61º aniversário do Instituto. A cerimônia aconteceu na tarde desta quinta-feira, 31, no auditório Rômulo Ribeiro Pieroni. Na quarta-feira, 30, foi o dia de homenagens a servidores aposentados e ativos, e da apresentação dos destaques do ano nas categorias "Pesquisa” e "Projeto”.

A entrega do elemento combustível ocorreu pela manhã, no Centro do Combustível Nuclear (CCN) do IPEN, e é considerada "um marco histórico” para o Brasil. Além de servir o Reator IPEN/MB-01, é o primeiro de uma série de 19 elementos combustíveis que irão compor o núcleo desse reator e que simulará o Reator Multipropósito Brasileiro (RBM), a mais importante iniciativa para a pesquisa nuclear no País. De acordo com o superintendente do Instituto, Wilson Parejo Calvo, é mais um passo comprovando a excelência do País na fabricação de elemento combustível.

"É um feito que abre fronteiras em termos de pesquisa e desenvolvimento, produção de radioisótopos, testes de combustíveis nucleares, e é fruto de uma união muito bem sucedida entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear [CNEN], a Marinha do Brasil, a INB, a FINEP e a Fundação Pátria, e também da dedicação dos servidores deste Centro e do CEN”, declarou o Calvo, referindo-se, respectivamente, ao CCN e ao Centro de Engenharia Nuclear (CEN), onde está localizado o reator de potência zero IPEN/MB-01.

José Augusto Perrotta, coordenador técnico do Projeto RMB, fez um agradecimento nominal a todos os profissionais do IPEN e das instituições parceiras citadas envolvidos no empreendimento, e destacou que o objetivo principal da apresentação do elemento combustível é mostrar como é importante para o Programa Nuclear Brasileiro o trabalho em parceria. "Quero saudar, em especial, todos os que participam dessa família, aqui do CCN, que há mais de 30 anos desenvolve essa tecnologia de fabricação de elemento combustível”.

Esse novo elemento combustível tipo placa, segundo Perrotta, é resultado de "muita tecnologia e suor” de todos que participam do projeto "Adequação das Instalações do Fornecimento de Combustível para o RMB”, orçado em R$ 25 mi com recursos provenientes da FINEP. "Como foi dito, ele é o primeiro de 19 elementos combustíveis que serão colocados no núcleo da nossa unidade crítica IPEN/MB-01. Vamos trocar o núcleo de varetas por um núcleo de placas, simulando não apenas o RMB, mas, também, núcleo de placas”, afirmou.

A gerente do CCN, Elita Urano, reiterou as palavras de Perrotta e fez um breve relato das atividades do Centro e a missão de produzir elementos combustíveis, que surgiu devido ao alto custo da importação desses elementos principalmente para o Reator IEA-R1, no final da década de 70. Nesse período, o IPEN não conseguiu mais adquirir elemento combustível para operar o IEA-R1, então surgiu o desafio de fazer no próprio Instituto. O núcleo desse reator tem 24 e já foram feitas várias cargas, sem que nunca houvesse qualquer problema.

Ao todo, já foram produzidos 117, "e então surgiu o desafio de fazer esse combustível já pensando no RMB, que saiu com o apoio imprescindível da FINEP, da casa, dos nossos colegas aqui do CCN e do CEN, e dos demais parceiros, sem os quais não teria sido possível”, segundo Elita. A expectativa é de que até outubro de 2018 seja entregue a carga dos 19 elementos combustíveis. "A adversidade gera oportunidade”, dissera Perrotta momentos antes.

Além do Reator IPEN/MB-01, de potência zero, tecnologia totalmente brasileira, o IPEN tem ainda o IEA-R1, que este ano completa 60 anos operando regularmente. Com potência de 5MW, o IEA-R1 possibilita a instalação de dispositivos para irradiações especiais e é utilizado na produção de radioisótopos para medicina nuclear e no treinamento de operadores de reatores. O IPEN/MB-01 permite simulação de todas as características nucleares de um reator de grande porte, em escala reduzida, além de possibilitar pesquisa na área de física de reatores. É utilizado, ainda, para a formação de operadores de reatores da Eletrobras Eletronuclear.

Entre as autoridades presentes estavam o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, José Carlos Bressiani, o diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha do Brasil, almirante de Esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, o superintendente regional da FINEP em São Paulo, Oswaldo Massambani, o diretor do CTMSP, o vice-almirante (EN) Sydney dos Santos Neves.

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Veja matéria sobre o Prêmio IPEN de Inovação Tecnológica aqui

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