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IPEN coordena 'repatriação' de fontes seladas em desuso no Brasil

Maioria é oriunda de Estados Unidos e Canadá e foi utilizada para fins médicos em radioterapia no país

Uma operação multi-institucional visando a "repatriação” de pelo menos 82 fontes seladas em desuso no Brasil começou a ser implementada em outubro, no IPEN/CNEN-SP, com a chegada de especialistas da NECSA, estatal sul-africana responsável pelo desenvolvimento e gerenciamento da tecnologia nuclear naquele país. Eles vieram para montar a unidade móvel onde serão realizados os procedimentos de desmonte e o devido acondicionamento para transporte. A previsão é de que até o final de dezembro a operação esteja concluída.

Fontes seladas são blindagens (não radioativas) que contêm material radioativo de alta atividade. O que a equipe da NECSA vai fazer é remover esse material encapsulado e transferi-lo para embalagens de transporte, de modo que possa ser exportado. As fontes oriundas dos Estados Unidos irão para o Southwest Research Institute, em San Antonio (Texas), as fontes canadenses irão para a Gamma Service Recycling GmbH, em Leipzig, Alemanha. Todo esse trabalho está sendo coordenado, no IPEN, pela Gerência de Rejeitos Radioativos (GRR).

De acordo com o químico Júlio Takehiro Marumo, a maioria das fontes foi utilizada para fins médicos em teleterapia – tratamento radioterápico que utiliza aparelhos de raios x, raios Gama (Cobalto) e Feixes de Elétrons. As fontes do IPEN são emissoras de raios gama. Segundo ele, a operação está sendo realizada na GRR/IPEN porque é a unidade, dentre os institutos da CNEN, que possui a melhor infraestrutura e também o maior inventário – das 82 fontes, 51 estão no IPEN (as demais estão armazenadas no IRD, no CDTN e no CRCN-NE).

"Nós, da GRR, estamos coordenando a operação no IPEN e dando assistência à equipe da NECSA, mas há outras unidades envolvidas. A Gerência de Metrologia das Radiações está fornecendo os dosímetros e a Gerência de Radioproteção está efetuando o acompanhamento radiológico da operação. A Gerência de Importação e Exportação está atuando na importação da unidade móvel e das embalagens de transporte, e também será responsável pela exportação das fontes e da devolução da unidade móvel à NECSA”, afirmou Julio, que é doutor em Ciências, pela Universidade de São Paulo (USP).

A operação também conta com o suporte da Diretoria de Segurança, além do apoio logístico e de pessoal da Diretoria de Infraestrutura,que cedeu funcionários da empresa terceirizada para ajudarem na montagem da unidade móvel. Apesar de o inventário inicial potencial ter previsto o envio de 82 fontes, se houver tempo, existe a possibilidade de um número ainda maior deixar o território nacional. "Esse número ainda não esta fechado, vai depender do tempo. O nosso cronograma atrasou um pouco”, acrescentou Júlio.

Aprendizado

É função da CNEN receber rejeitos radioativos no Brasil, e as fontes seladas em desuso são consideradas rejeitos. Com a repatriação, espera-se resolver temporariamente um problema de espaço para armazenamento de fontes. "Recebemos constantemente vários tipos de fontes seladas que ficam armazenadas no nosso depósito. As fontes que serão repatriadas são as de maior atividade”, explicou Júlio.

A operação é muito segura e é baseada numa tecnologia cuja segurança foi analisada por especialistas dos EUA, Reino Unido, Bélgica e África do Sul, e já foi testada em alguns países como Sudão, Uruguai, Tanzânia e Filipinas.

Mas, além do espaço que será liberado, há outros ganhos para o IPEN. "Consideramos importante a experiência que estamos adquirindo com essa operação, tanto pelo contato com os especialistas da NECSA quanto pela oportunidade de acompanhar de perto o funcionamento da única unidade móvel de desmontagem de fontes do mundo”, conclui Júlio, destacando que um Memorando de Entendimento e um Acordo de Implementação foram firmados entre as partes contratantes da operação.

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Ana Paula Freire, MTb 172/AM
da Assessoria de Comunicação Institucional

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