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CCCH vai liderar as pesquisas em energias mais limpas no IPEN, diz Fábio Coral

Planejamento bem definido e dedicação dos pesquisadores são o caminho para alavancar ainda mais as pesquisas no CCCH, um dos mais produtivos Centros do Instituto.

O CCCH tem se destacado como um dos Centros mais produtivos do IPEN. Inclusive, um de seus pesquisadores ganhou o prêmio de "Destaque 2015". A que você atribui esse êxito?
Fábio - O prêmio do Almir [Oliveira Neto] é uma honra para o Centro. Ficamos bastante felizes. Acredito que a boa produção do CCCH é devido a uma combinação de fatores. O primeiro deles é a dedicação e a motivação individual dos pesquisadores. Pesquisadores que representam uma geração jovem, bem formada e que o IPEN teve capacidade de agrupar. Outro ponto fundamental são boas condições de trabalho, ou seja , recursos, um bom ambiente e infra-estrutura adequada. O último fator é que temos um objetivo bem definido em um tema moderno e premente para humanidade. Creio que estes são os principais ingredientes para a evolução do CCCH.

A célula combustível é uma realidade ou ainda é apenas uma "promessa"?
Fábio - Cada vez mais uma realidade, e uma necessidade. Conceitos modernos de células a combustível prevêem sistemas híbridos, capazes de gerar energia ou de armazenar, dependendo da disponibilidade de recursos, apenas invertendo o sentido das reações eletroquímicas envolvidas. Questões não só de geração de energia mais limpa e eficiente, mas também de armazenamento de energia têm mantido os investimentos no desenvolvimento desses dispositivos em todo o mundo. Junto com a difusão das energias renováveis, intermitentes, surge a necessidade do armazenamento de energia. Esse é um tema atual em que as células a combustível podem desempenhar papel importante. Mas talvez o fato mais importante que deverá dar muita visibilidade às células a combustível é sua entrada no mercado, finalmente!

Poderia citar alguns exemplos?
Fábio - Recentemente, a Toyota lançou o seu primeiro modelo a hidrogênio, o Mirai, que significa Futuro em japonês. A Hyundai já fornece uma versão do Tucson e a Honda lançou o Clarity, ambos a hidrogênio. Acho que este é um fato muito relevante, principalmente após o intervalo de tempo no qual as baterias vinham sendo o foco desta indústria. O lançamento destes carros é um marco para a comunidade da nossa área.

O que está sendo pensado para o CCCH nesse cenário de limitação orçamentária e nesse momento de repensar o IPEN?
Fábio - Penso que 2016 não se configurou um ano tão difícil quanto 2015. Neste ano, os centros do IPEN tiveram mais recursos disponibilizados pela direção do que no ano passado. Os recursos orçamentários têm nos ajudado muito com a manutenção e a melhoria da infra-estrutura do centro, como o moto-gerador, instalado recentemente. Entretanto, recursos para a pesquisa foram garantidos com o que foi pensado nos últimos três anos, ou seja, a captação de recursos externos. Nossos projetos têm permitido ampliar nosso parque de equipamentos e custear o dia a dia da nossa pesquisa; por isso temos boas expectativas para os próximos cinco anos. Neste horizonte de tempo, o CCCH tem Neste horizonte de tempo, o CCCH tem um planejamento bem definido e no futuro queremos ser o Centro que vai liderar as pesquisas em energias mais limpas no IPEN.

Aproveitando, fale um pouco sobre sua trajetória no IPEN.
Fábio - Entrei no IPEN como aluno de Iiniciação Científica em 91, enquanto cursava física na USP. Tive todo meu treinamento no grupo de cerâmicas eletro-eletrônicas do CCTM, sob a orientação do Dr. Reginaldo Muccillo, até o doutorado, em 2001. Esse foi um período muito importante e sou muito grato a meu orientador e ao IPEN pela minha formação. Depois de um pós-doutorado muito enriquecedor no IFUSP, sob a supervisão do Dr. Renato Jardim, fui aprovado no concurso e me efetivei no IPEN no início de 2003, para atuar no - à época - projeto de células a combustível (Procel). Desde então, tive o prazer de participar do processo que culminou com a criação do Centro de Células a Combustível, sob a coordenação do Dr. Marcelo Linardi. Fui gerente adjunto desde o estabelecimento do Centro, e com a ida do Linardi para a DPDE assumi a gerência em 2013. Estas foram as principais etapas e as pessoas chave, as quais tenho o privilégio de poder considerar mais do que colegas de Instituto, mas amigos e mentores.

Você é apontado como uma nova liderança no IPEN. Pretende alçar vôos maiores?
Fábio - Pretendo....gostaria de voar na pesquisa! É onde fui treinado e me divirto mais. Infelizmente, a convivência com o laboratório tem diminuído, mas tenho conseguido manter as atividades de pesquisa graças a ajuda dos alunos e colaboradores. Entendo que colaborarei na coordenação de projetos de pesquisa e, eventualmente, posso contribuir institucionalmente com o IPEN, mas minha preferência é a pesquisa.

Quando do seu concurso para ingresso no IPEN, você foi questionado sobre a possibilidade de mudar de área, o que ocorre com certa frequência. Você não mudou, significa que valeu a pena?
Fábio - Sem dúvida. Na época, eu disse que bastava que me dessem liberdade para eu buscar as condições de realizar pesquisas. O IPEN dá essa liberdade, e estamos fazendo a nossa parte.

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Também disponível no Órbita Maio-Jun/2016

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