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IPEN implementa dois novos sistemas de monitoramento atmosférico por LIDAR

Dois novos sistemas de monitoramento ambiental e atmosférico com as técnicas de LIDAR (do inglês Light Detection and Ranging), no âmbito do projeto "Estudo do Transporte Transcontinental de Aerossóis pela Técnica de Lidar”, liderado pelo IPEN, vão mapear a composição da atmosfera do Cerrado brasileiro e a quantidade e qualidade da poeira proveniente do deserto do Saara.

O primeiro, instalado em meados de agosto no campus do Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos (ITPAC), em Porto Nacional (a 52kmda capital Palmas), já está em pleno funcionamento. O segundo, que é um laboratório móvel, está pronto para ser transportado para o campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal.

"No caso do Cerrado, sua fauna, flora e população têm sofrido com os prejuízos das queimadas, ou seja, existe um impacto não apenas ao meio ambiente, mas também na saúde, principalmente no aumento da incidência de problemas respiratórios”, explicou Eduardo Landulfo, do Centro de Lasers e Aplicações (CLA), coordenador do projeto.

Landulfo se refere ao fato de que a região do Cerrado possui um histórico de sucessivas queimadas na estação da seca, que ocorre entre abril e setembro, e que influenciam a dinâmica da sua vegetação. Para se ter uma ideia, há sementes de plantas desse bioma que só são germinadas após ativação pelas altas temperaturas provocadas pelo fogo.

"Porém, o aumento desenfreado do uso das queimadas como alternativa para eliminar os restos de plantações após a colheita, preparando-a para um novo plantio, ou até mesmo nos terrenos particulares e em áreas verdes dentro das cidades, prática com fortes raízes culturais na região, tem ocasionado problemas na saúde da população, principalmente no aumento da incidência de problemas respiratórios, dentre outros, como problemas oculares e alérgicos”, conforme justifica em sua proposta de pesquisa a médica Ana Paula Faria Moraes, orientanda de mestrado de Landulfo.

Mobilidade – O segundo sistema é um laboratório transportável cujos equipamentos (receptor, transmissor etc.) estão em um contêiner, adquirido com recursos do CNPq. O objetivo é observar o transporte de queimadas e de poeira de longa distância, no caso, do Saara, África.

"A escolha do local [UFRN] se deu basicamente pela logística e pelo fato de que, na costa, o contraste do material será melhor”, observa Landulfo. "Mas, como está num contêiner, a gente pode eventualmente deslocar um pouco mais para o Norte, porque o sistema transportável tem essa mobilidade”, acrescenta o pesquisador.

Para esses projetos, Landulfo conta com a parceria dos pesquisadores Judith Hoelzemaann, Neusa Paes Leme e José Henrique Fernandes, da UFRN, e Maria de Fátima Andrade, do Laboratório de Análises de Processos Atmosféricos (LAPAt) do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciência (IAG), da USP, que supervisionará a análise dos dados obtidos através de filtros de coleta.

Para entender melhor o LIDAR

O sistema LIDAR opera no mesmo princípio físico do radar, porém, nesse caso, opera com feixe de luz (ultra-violeta) pulsado na atmosfera. Esse feixe é direcionado por meio de instrumentos ópticos e, ao se propagar, interage com partículas e moléculas que compõem a atmosfera. Parte dessa luz é retroespalhada na direção de coleta, enquanto uma pequena porção é espalhada em outras direções ou ainda absorvida por gases e partículas, correspondendo a uma atenuação da intensidade.


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