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Ibama concede licença ambiental prévia para o Projeto RMB

O Brasil deu mais um passo importante para a implantação do Projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). O Ibama confirmou nesta quinta-feira, 7, a emissão da Licença Prévia nº 500/2015, de 4 de maio, o que significa a "permissão ambiental” para dar continuidade ao planejamento de execução do empreendimento. A notícia foi recebida com entusiasmo pelo coordenador técnico do projeto, José Augusto Perrotta.

 

"Essa licença do IBAMA, junto à Licença de Local concedida ao RMB em janeiro passado pela DRS [Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear] da CNEN, significa que, até agora, nós fizemos tudo corretamente. Ou seja, permite que o empreendimento RMB siga adiante com o seu planejamento de implantação. O próximo passo é fazer os planos ambientais, para conseguirmos a licença de instalação e finalmente começar a entrar no local”, afirmou Perrotta.

Proposto pela CNEN, o RMB é a mais importante iniciativa para a pesquisa nuclear no Brasil, na atualidade, e será instalado no município de Iperó, na Região Metropolitana de Sorocaba. Perrotta explica o longo caminho até aqui: "Nós emitimos o EIA-RIMA [Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental] no início de 2013, houve as audiências públicas em outubro daquele ano e, em 2014, foram várias idas e vindas para dirimir dúvidas e adequar o estudo".

O investimento do Governo Federal, de US$ 500 milhões, possibilitará ao Brasil atingir autossuficiência na produção de radioisótopos utilizados nos radiofármacos, substâncias que podem ser usadas no diagnóstico e tratamento de doenças. Entre os resultados mais esperados está a nacionalização do molibdênio-99 (99Mo), que vai garantir autonomia no fornecimento de geradores de tecnécio-99m (99mTc) para atender a população brasileira.

O 99mTc é um radioisótopo que serve como base para mais de 30 diferentes radiofármacos utilizados em cerca de 80% dos procedimentos adotados na medicina nuclear. Basicamente, é fundamental para a realização de exames que permitem diagnosticar tumores, doenças cardiovasculares, função renal, problemas pulmonares, neurológicos, entre outros.

Atualmente, todo o 99Mo que o Brasil utiliza é importado do Canadá, África do Sul, Argentina e Rússia. São realizados em média dois milhões de procedimentos por ano utilizando radiofármacos, em 420 clínicas e hospitais espalhados pelo país.

Capital humano

Além de ampliar a produção de material e técnicas nucleares, gerando benefício na área da saúde, o RMB produzirá fontes radioativas para aplicação na indústria, na proteção do meio ambiente e na agricultura, e nele serão realizados testes de irradiação de materiais e combustíveis nucleares, e pesquisas científicas e tecnológicas com feixes de nêutrons. Daí porque é um reator "multipropósito”.

Outra aplicação social do RMB destacada por Perrotta é a formação de recursos humanos. "O reator de pesquisa normalmente é o centro de desenvolvimento dos institutos de pesquisas nucleares. Ou seja, você gera uma semente, o reator nuclear, e ele vai se transformar em um grande centro de pesquisa e capacitação de recursos humanos. Mas até lá ainda temos muito trabalho pela frente”, disse Perrotta, destacando um agradecimento a todos os técnicos da CNEN que contribuíram para a realização de mais essa etapa do empreendimento. "O mérito é de todos”, concluiu.

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Ana Paula Freire, da Assessoria de Comunicação Institucional do IPEN, com informações da Ascom Ibama (http://www.ibama.gov.br/publicadas/ibama-emite-a-licenca-previa-para-o-empreendimento-reator-multiproposito-brasileiro)

 

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