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Rede de pesquisa coordenada pelo IPEN realiza workshop em Cuba

Pesquisadores latino-americanos que trabalham com sistemas de lidar para monitoramento atmosférico e ambiental estão reunidos em Cayo Coco, Cuba, no  VIII Workshop Lidar Measurements in Latin America. O evento, que teve início nesta segunda-feira (6), às 14h, é uma realização da Latin America Lidar Network (LALINET), rede que compreende instituições de seis países, coordenada por Eduardo Landulfo, do Centro de Lasers e Aplicações (CLA) do IPEN/CNEN. 

Lidar é a sigla para Light Detection and Ranging ou, grosso modo, radar de laser. Atualmente, no Brasil, há três sistemas integrados à LALINET, dois no IPEN, sendo um transportável de bancada, coordenados por Landulfo, e outro em Manaus (AM), no campus da Embrapa Amazônia Ocidental, coordenado pelo professor Henrique Barbosa, do Instituto de Física da USP (Ifusp). Segundo Landulfo, uma nova estação, também do IPEN, será implementada até julho deste ano, na cidade de Natal (RN), e, além desses, o Instituto tem ainda um sistema portátil, que já está apto a ser utilizado.

A ideia do workshop é ampliar a rede com outros grupos que trabalham com lidar na América Latina e fortalecer a pesquisa nos países que já participam e que têm potencial de expandir seus núcleos, como Argentina, Colômbia e o próprio Brasil. "A LALINET ainda é pequena, se considerarmos o espaço territorial que ela ocupa. São 20 milhões de km2, de Cuba até Punta Arenas, atravessando o Equador e cobrindo o Atlântico e o Pacífico, pela costa. Nós queremos aumentar a representatividade das estações, incluindo Porto Rico e Peru, dentre outros, e, no futuro, cobrir todo esse espaço”, afirmou Landulfo.

A rede existe desde 1999, mas apenas em 2013 foi formalizada. "Realizamos um trabalho preliminar de organização, com significativa participação latino-americana em congressos intercontinentais e com publicações importantes ao longo desses anos e, quando finalmente alcançamos reconhecimento da comunidade científica internacional, pudemos oficializar a rede”, explicou Juan Carlos Antuña Sanchez, do Centro Meteorologico de Camaguëy, Cuba, instituição parceira na organização do Workshop.

Ele explica que, apesar de Cuba ter sido pioneira nas pesquisas com lidar, tendo, inclusive, realizado a primeira edição do workshop, não era possível ao país estar à frente da coordenação da LALINET devido a questões políticas. "Entendíamos que Cuba seria um obstáculo por causa dos Estados Unidos. Nesse sentido, a escolha do Brasil foi estratégica, porque não haveria nenhuma resistência e, além disso, estaríamos bem representados pelo IPEN. Agora, temos que fortalecer as cooperações e, nosso caso específico, vamos continuar lutando para termos lidar em Cuba”, acrescentou Juan Carlos.

O workshop foi dividido em seis sessões orais: (1) Remote sensing application; (2) Lidar applications in environmental sciences; (3) Special Section on Aerosol long-range transport; (4) Lidar Technologies and Methods; (5) Synergy between lidar and others instruments e (6) Lidar Networking and Regional and international cooperation in lidar technologies. Há também uma sessão de pôsters, que conta com 13 trabalhos dos países da rede e da Espanha.

O estudante de doutorado em Tecnologia Nuclear (IPEN/USP), Gregori de Arruda Moreira, e o pós-doc Fábio Lopes, ambos orientados por Landulfo, são os outros representantes do IPEN no Workshop, com participações na sessão de pôster e na sessão oral, respectivamente. Patricia Ferrini, que também fez doutorado no IPEN sob orientação de Landulfo, apresenta resultado de suas pesquisas realizadas durante a pós-graduação.

Perspectivas

Outro objetivo do VIII Workshop é nortear os próximos passos da LALINET. "Agora que a rede foi oficializada, precisamos estabelecer protocolos de medidas e fazer valer esses protocolos. Além disso, teremos aqui a presença de observadores de outras redes, como, por exemplo, do Japão, de redes europeias e provavelmente da rede norte-americana. Ou seja, o workshop possui três vertentes: a científica, a de consolidação das atividades da rede e a de estabelecer novos parcerias”, salientou Landulfo. 

Do Brasil, além dos pesquisadores do IPEN, participam Paulo Artaxo, Henrique Barbosa e o doutorando Diego Alves Gouveia, do Ifusp, Pedro de Azevedo Santos e Yoshiaki Sakagami, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Vania Andrioli e Fabiano Scarpa, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O Workshop encerra-se na sexta-feira, 10, com uma abordagem geral de Landulfo sobre as atividades da LALINET e as perspectivas para os próximos anos. Realizado a cada dois anos, a próxima edição, em 2017, será na Colômbia, provavelmente na cidade de Medelín. Para 2019, Landulfo adianta que o Brasil se apresentará como candidato.

A pesquisadora Victoria Cachorro, do Grupo de Óptica Atmosférica da Universidad de Valladolid, Espanha, proferiu a palestra de abertura do evento. A programação completa no link: http://www.goac.cu/workshop/ 

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Ana Paula Freire, MTb 172/AM, da Assessoria de Comunicação Institucional do IPEN.


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