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CEN/IPEN é referência na prestação de serviços para a Eletronuclear

No Brasil, quando se pensa em produtos e serviços tecnológicos na área nuclear, pode-se afirmar que o Centro de Engenharia Nuclear (CEN/IPEN) é a maior referência. O principal cliente é a Eletronuclear (ETN), responsável pela operação do parque nuclear brasileiro, que compreende hoje as Usinas Angra I e Angra II, e Angra III, em construção.

Nos próximos cinco anos, o Grupo de Engenharia do Combustível do CEN estará responsável pela "Inspeção visual de elementos combustíveis, elementos de controle e componentes descarregados do núcleo do reator, durante as Paradas Técnicas Programadas” de ambas as usinas Angra I e Angra II. Além disso, o grupo de Física de Reatores e Operação, do reator de pesquisa IPEN/MB-01, ficará responsável pelos "Testes Físicos de Partida da Usina de Angra I”, última atividade da parada do período de manutenção, antes de a usina entrar em pleno funcionamento. Este teste dá o sinal verde, autorizando um novo ciclo de operação da usina, que levará mais um ano, até uma nova parada programada.

De acordo com Ulysses d’Utra Bitelli, gerente do CEN, os serviços tecnológicos de grande porte para a Eletronuclear são demandados por licitação. "Nós vencemos três importantes chamadas. É um grande feito para o IPEN, pois participaram do processo licitatório empresas de reconhecida competência, inclusive uma multinacional”. 

Bitelli ressalta que, para a Eletronuclear, há a vantagem de contratar um serviço de qualidade a um custo menor e em real, enquanto que, às multinacionais, o pagamento é feito em dólar. "E para nós, do IPEN, também é importante, porque o trabalho de operação na usina nos permite sempre atualizar e ampliar os nossos conhecimentos, já que os nossos reatores nucleares, IEA-R1 e IPEN/MB-01, são reatores de pesquisa”, disse. 

Vale destacar que, internamente, o CEN realiza junto a esses reatores do IPEN um constante trabalho de acompanhamento, garantindo a segurança e  modernização das instalações nucleares.

O reator IEA-R1 é utilizado basicamente na produção de radiofármacos e em pesquisa nuclear básica. O reator IPEN/MB-01, em pesquisa na área de reatores, sendo benchmark internacional, isto é, um padrão de comparação internacional na área de analise de criticalidade em física de reatores, que permite a simulação, em escala reduzida, de todas as características nucleares de um reator de grande porte. "No entanto,  é muito importante que tenhamos a experiência em plantas nucleares com reatores produtores de energia elétrica, como é o caso das usinas de Angra I e II. Isso cria um círculo virtuoso extraordinário para o nosso Centro”, afirmou Bitelli, acrescentando que essa experiência se reflete hoje no apoio ao projeto RMB, do qual o CEN participa como o principal centro da CNEN. 

Rejeito não é lixo
Na avaliação de Bitelli, o ano de 2014 foi "excepcional”, porque, além dos três editais ganhos, "também conseguimos, após anos de indefinições jurídicas entre CNEN e ETN, firmar parceria tecnológica para o "Serviço de determinação do ativo isotópico de rejeitos radioativos”. Trata-se de uma atividade de P&D fundamental, uma vez que o Brasil necessita definir onde vai depositar seus resíduos de baixa e média atividades gerados nas Usinas de Angra I, II e, no futuro, Angra III, bem como todo rejeito gerado no país.

Apesar de comum, o termo "lixo nuclear” não é adequado, por ser de uma "riqueza fantástica". Dentro dos rejeitos das usinas encontra-se, por exemplo, o molibdênio-99, que fornece o tecnécio-99m,  responsável pela maioria dos exames de medicina nuclear.

De acordo com Alfredo José Alvim de Castro, nas usinas de reprocessamento é que são tratados os rejeitos de alta atividade. Nelas é possível retirar parte do combustível nuclear que não foi queimada (consumida), além de várias substâncias. Ele explica que, por exigência do Ministério Público, o Brasil precisa definir o repositório nacional de baixa e média atividade (local, tipo de blindagem, forma de armazenamento etc.), mas, para isso, é necessário conhecer o termo fonte dos produtos radioativos que vão emitir radiação. Hoje, eles estão confinados em tambores, no sitio das usinas Angra I e Angra II.

"Se você coloca um detector em frente a um tambor, e se você conhece esse termo fonte, você é capaz de dizer quais são os elementos que estão lá dentro, sem abrir o tambor e sem analisar o conteúdo, apenas pelo nível de radiação emitido na superfície do tambor. Assim é possível determinar o que é rejeito de baixa atividade, o que é de média atividade, e para onde vão esses rejeitos. O acordo sobre determinação do ativo isotópico é para saber qual é o ativo das usinas Angra I e Angra II e definir o modelo de repositório", explicou Bitelli. Os coordenadores da CNEN para esta atividade são os pesquisadores Paulo de Tarso D. Siqueira e Luis Antonio A. Terremoto.

Qualidade
O CEN implantou um sistema de Gestão da Qualidade em 2001, quando foi submetida a certificação ISO 9001/2000, que depois foi revisada em 2008 e mantida. "Em dezembro de 2014 o Sistema de Gestão da Qualidade do CEN foi auditado pela Fundação Vanzolini e foi recertificado”, disse Gerson Antonio Rubin, responsável por administrar e manter o sistema, acrescentando que auditorias de manutenção ocorrem anualmente e de recertificação ocorre a cada três anos.

Para obter a certificação, o CEN implantou uma série de procedimentos que estabelecem as diretrizes para o Sistema de Gestão da Qualidade, ou seja, regulam as atividades envolvidas no IPEN, em conformidade com tais diretrizes. "No nosso caso, somos certificados no escopo para a prestação de ‘Serviços Tecnológicos em Sistemas Energéticos e Nucleares’, sendo todas as  atividades, externas ou internas, regidas pelos procedimentos encampados por essa certificação, os quais procuramos seguir rigorosamente para garantir a qualidade na prestação dos serviços aos nossos clientes", disse Rubin.

Segundo o  gerente adjunto do CEN, Leslie de Molnary, esta certificação é  exigência de vários certames licitatórios, "além de ser um importante diferencial da qualidade dos nossos serviços de engenharia".

Informações também no Órbita OnLine disponível no link http://issuu.com/anapaula.freire/docs/orbita_jan-fev_2015_flip


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