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IPEN e Rosatom entregam prêmios aos vencedores do Brasil HackAtom e destacam qualidade das equipes

HackIPEN, equipe vencedora, foi a única que contou com a presença de mulheres. Presidente da Rosatom na América Latina mencionou a importante relação comercial com o IPEN

IPEN e Rosatom, estatal russa de energia nuclear, realizaram nesta quarta-feira, 23, às 10h, a entrega dos prêmios aos vencedores da primeira edição do Brasil HackAtom, competição científica relacionada à energia nuclear, promovida pelo Instituto em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou. HackIPEN (IPEN), Hackerspace (Instituto de Física da USP e IPEN) e Nuclear (Uiversidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ) conquistaram os três primeiros lugares, respectivamente.

O HackAtom aconteceu de forma híbrida, nos dias 18 e 19 de outubro, envolvendo inicialmente nove equipes para a realização de duas tarefas com "alto grau de complexidade”. Na reta final, apenas quatro se mantiveram na disputa. "Os professores russos, especialistas na área, avaliaram os resultados como excelentes, o que nos deixou muito satisfeitos. Significa que aqui oferecemos uma boa formação, afinal, o IPEN foi vencedor”, afirmou Niklaus Ursus Wetter, gerente de Internacionalização do IPEN.

A premiação começou pelos terceiros colocados. João Victor Faria de Souza, João Victor Sigaud Andrade Guimarães, Gabriel Faria Bezerra, William Luna Salgado e Vinícius Souza Pinheiro Silva, da UFRJ, não puderam estar presentes e foram representados por José Antônio Gonzales Moreno. Pela Hackerspace, receberam os prêmios os alunos Victor Keichi Tsutsumiuchi, Cristhian Ferreira Talacimon, Ícaro Vaz Freire, Ricardo Laranjeira Couro Pitta e Júlio de Oliveira Júnior.

A equipe vencedora, do IPEN, foi a única a com participantes mulheres, as físicas médicas Priscila Santos Rodrigues e Maria Eduarda Zaganin Rigo, além de Noé Gabriel Pinheiro Machado, Sandro Minarrine Cotrim Schott e Jabison Rafael de Aguiar Bezerra. "Tivemos palestras com os professores do MEPhI e depois os desafios. Espero que tenhamos mais eventos desse nível fomentados pelo IPEN, pois são muito importantes para fortalecer o vínculo do IPEN e do Brasil com as instituições russas”, disse Noé.

Ainda segundo Noé, "o evento também foi excelente para colocar os alunos do IPEN em contato e exercitar os conhecimentos específicos de cada um na área nuclear”. Ele é doutorando no Centro de Lasers e Aplicações (Celap), Priscila e Maria são respectivamente doutoranda e mestranda no Centro de Tecnologia das Radiações (Ceter), Sandro, que está na Rússia, a convite da Rosatom, é doutorando e Jabison, bolsista de iniciação científica, ambos no Centro de Engenharia Nuclear (Ceeng).

Ivan Dybov, presidente da Rosatom na América Latina, parabenizou todos os participantes, especialmente os vencedores e disse estar "muito feliz com a cooperação comercial com o IPEN” – a Rosatom fornece radioisótopos para produção de radiofármacos. "E também estamos muito satisfeitos por Rússia e Brasil desenvolverem cooperação na área da educação, nessa parceria entre o IPEN e o MEPhI”. A Rosatom patrocinou o evento e premiou os vencedores com tablets da Samsung.

Os vencedores também ganharam livros de autoria de pesquisadores do IPEN: "O IPEN e a Inovação” (SENAI-SP), organizado por Marcelo Linardi, aposentado, e "Contribuições do Reator IEA-R1 para a Pesquisa Nuclear” (BLUCHER), organizado por Francisco de Assis Souza, Guilherme Soares Zahn e Paulo Sergio Cardoso da Silva, que estava presente para autografar.

Niklaus Wetter considerou o evento "um sucesso” e destacou o êxito dos alunos do IPEN na conquista do primeiro e segundo lugares. "Os desafios foram bastante complicados, mas as equipes souberam se organizar e congregaram alunos com perfis diferentes, então, tivemos um aluno bom em física, outro bom em computação, outro em comunicação, tudo isso num tempo recorde de 24 horas. Foi uma surpresa para nós os resultados e também ficamos contentes de ver essa energia dentro do IPEN”.

Wetter planeja integrar o HackAtom no calendário anual de atividades do IPEN, se a Rosatom continuar apoiando com os prêmios aos vencedores. Se depender de Dybov, a estatal russa de Energia Atômica nas Américas tem todo o interesse de fomentar as atividades promovidas no âmbito da cooperação IPEN/MEPhI. "Conversei com os professores do MEPhI e eles estão muito satisfeitos com essa parceria, a ideia é ampliar, e estamos aqui para apoiar”.

Participação feminina

Além do doutorado no Programa de Tecnologia Nuclear IPEN/USP, Priscila Santos também atua com trabalhos sobre gênero, em parceria com a Women in Nuclear, WiN – Mulheres na [área] Nuclear, em tradução livre. "Ter participado do HackAtom significa uma vitória para a questão feminina, porque foi o único grupo com mulheres, inclusive sendo o vencedor da competição, o que mostra a nossa capacidade, apesar de ainda haver preconceito”, comentou.

Maria Eduarda Rigo cursa o Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde. Tanto ela quanto Priscila são orientadas pela pesquisadora Maria Elisa Rostelato. A vitória, segundo ela, veio coroar a participação das mulheres, principalmente porque ela e a companheira foram as organizadoras da equipe no IPEN. "Nós duas que propusemos montar uma equipe do IPEN, mostramos capacidade na área nuclear, e isso é muito importante para nós”.

Dupla titulação

Na abertura da cerimônia de premiação, a diretora substituta do IPEN, Isolda Costa, deu as boas-vindas aos participantes e disse estar "muito orgulhosa” dos alunos do Instituto "por esse feito extraordinário”. Também estava presente Katia Iunes, coordenadora de Administração e Infraestrutura, que parabenizou os vencedores. O presidente da CPG de Tecnologia Nuclear, Eduardo Landulfo, comentou sobre a proposta de dupla titulação para alunos do IPEN e do MEPhi e disse que a Universidade de São Paulo está "superaberta”.

Julian Shorto, pesquisador do IPEN e um dos coordenadores do HackAtom, destacou o grau de complexidade dos desafios e afirmou que o evento cumpriu seu objetivo, de incentivar o interesse de alunos da física nuclear e de outras ciências exatas e tecnologias pela área nuclear. "Os resultados apresentados pelas equipes mostraram que o HackAtom valeu a pena”. Ele e Wetter salientaram a importância de trabalhar com mais tempo nas próximas edições.


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