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IPEN inaugura laboratório com equipamento que só existe em outras duas instituições no mundo

Comprado com recursos da FAPESP, SNOM é o que há de mais avançado em microscopia sub-nano a laser, essencial para vários campos de pesquisa, como plasmônica e guias de ondas fotônicas, detre outras.

O IPEN inaugurou nesta sexta-feira, 29, às 14h30, um laboratório multiusuário com o que há de mais avançado em microscopia: o SNOM (do inglês Scanning Near field Optical Microscopy), microscópio sub-nano a laser cujo método óptico com super-resolução permite resolver o interior de uma molécula com acuidade nanométrica. O equipamento tem capacidade de visualizar câncer cervical em áreas grandes, por exemplo, dentre outras.

Para se ter uma ideia da importância do SNOM, apenas duas instituições no mundo dispõem dele – o IPEN será a terceira. Para operá-lo, os pesquisadores Anderson Zanardi de Freitas e Niklaus Ursus Wetter, do Centro de Lasers e Aplicações (CELAP), estiveram em duas ocasiões em Lille, na França, para treinamento. É na cidade francesa que está a Horiba, fabricante do equipamento. A aquisição pelo IPEN foi por meio da Chamada FAPESP "Desenvolvimento Institucional de Pesquisa dos Institutos Estaduais de Pesquisa no Estado de São Paulo”.

"Na realidade, um sistema igual ao nosso não existe em outro lugar. O SNOM adquirido pelo IPEN é o primeiro a ter uma cláusula para o AFM que evita interferências climáticas nas amostras devido, por exemplo, a aparelhos de ar-condicionado”, ressalta Wetter.

O mesmo equipamento também oferece outras modalidades de análises e com capacidade única, como, por exemplo, realizar medidas em amostras líquidas, o que permitirá acesso a células vivas e o controle de temperatura da amostra. "Além disso, como o SNOM captura a distribuição de luz do campo próximo, as imagens não apresentam nenhuma contribuição de luz fora de foco, como ocorre em outros métodos de imagem óptica. Um SNOM correlaciona a topografia da amostra com uma análise espectral de luz”, acrescenta Zanardi.

O SNOM é essencial para vários campos de pesquisa, tais como plasmônica, guias de ondas fotônicas, micro e nanolasers, fotovoltáicos, fotocondutores, fenômenos biológicos celulares, fluorescência de zeptólitros ou espectroscopia de correlação. Por ser uma técnica não invasiva, apresenta suma importância no mapeamento de células vivas.

"Para dar uma ideia do alto nível de caracterização que o equipamento fornece, os grupos de pesquisa que o utilizam publicam com relativa frequência na Revista Nature, uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo, com fator de impacto 40. Significa que nós, no IPEN, estaremos com instrumentação para publicar em revistas de alto impacto. Agora, é trabalhar e apresentar resultados”, afirmou Marcelo Linardi, coordenador do projeto aprovado na FAPESP, no valor de R$ 16 milhões e pesquisador emérito do Instituto.

O superintendente do IPEN, Wilson Calvo, reiterou a importância do SNOM para o Instituto, agradeceu à Fapesp pelos recursos que possibilitaram a compra do equipamento, enfatizando a possibilidade de novas parcerias devido à sua característica de multiusuário. "Há um potencial de colaborações que o uso do SNOM pode gerar visto que é um laboratório multiusuário”, comentou.

Isolda Costa, diretora substituta do IPEN, parabenizou o Centro de Lasers pelas "competências estabelecidas” e pelos "excelentes pesquisadores, que foram capazes de mostrar a importância técnica do SNOM para pesquisa e desenvolvimento no Instituto e no Brasil”.

Nanotecnologia

Linardi também é autor do livro "IPEN e a Nanotecnologia”, lançado após a inauguração do Laboratório SNOM. A publicação resume as atividades do Instituto no campo da ciência e tecnologia, nas áreas de saúde, energia, materiais e ensino. Com prefácio do professor Ado Jorio de Vasconcelos do Laboratório de Nano-Espectroscopia, do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a obra é a terceira de uma série que começou com IPEN e a Inovação Tecnológica e na sequência, IPEN e Saúde.

"A série é um esforço de deixar registrado tudo o que o IPEN tem feito nessas áreas, ao longo de décadas. No primeiro, por exemplo, havia muita inovação tecnológica nas nossas pesquisas, mas que não estavam registradas dessa forma e, portanto, estavam dispersas. O que fizemos foi reunir essas informações. A Ideia deu certo e partimos para outras áreas. O próximo já está pronto”, adianta Linardi, referindo-se ao título "IPEN e a Economia do Hisdrogênio”. A série é publicada pela Editora SENAI-SP.

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