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Novo protocolo para radioterapia é apresentado na primeira defesa do Mestrado Profissional do IPEN/CNEN

Físico Rodrigo Rodrigues Hattori foi o primeiro mestre formado pelo Programa em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde. Defesa ocorreu na sexta-feira, 13, em sessão virtual.

Uma história iniciada há cinco anos com a aprovação, pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), do Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde (MP-TRCS) do IPEN/CNEN entra em nova fase com a defesa das primeiras dissertações por alunos da turma pioneira, que ingressou em 2019.

O físico Rodrigo Rodrigues Hattori, especialista em Física da Radioterapia pela Associação Brasileira de Física Médica (ABFM) e com atuação em hospitais de clínicas do Estado de S. Paulo, defendeu sua dissertação intitulada "Estudos das variações das estruturas de Cabeça e Pescoço no tratamento de Radioterapia”, sob a orientação do físico Hélio Yoriyaz, pesquisador do Centro de Engenharia Nuclear (CEENG).

Abrindo a sessão solene de defesa, realizada de forma virtual, a coordenadora do Programa, a física Denise Zezell, também pesquisadora do Centro de Lasers e Aplicações (CELAP) do IPEN/CNEN, comentou sobre o processo de criação do MPTRCS e agradeceu o esforço e apoio de vários setores do Instituto, alunos e docentes o êxito do curso que iniciou em agosto sua terceira turma.

Zezell explicou que o Mestrado Profissional difere do Acadêmico, sobretudo após as últimas orientações da CAPES. O aluno de programas profissionais deve contribuir, por meio de sua pesquisa, com o desenvolvimento de soluções para questões diretamente voltadas à sua atividade profissional. "É um passo além de um mestrado acadêmico. Hattori desenvolveu um protocolo que contribui para o tratamento de pacientes com câncer”, ressaltou.

A coordenadora de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino do IPEN/CNEN, Isolda Costa destacou, na abertura da solenidade, o momento histórico para o Programa. "Parabenizo a todos, na figura da Dra. Denise Zezell, pela atuação na construção, proposta, submissão, aprovação e coordenação do Curso de Mestrado Profissional”, comentou.

Costa agradeceu também ao professor Helio Yoriyaz, por ter orientado o trabalho de Hattori com eficiência. Ressaltou que Yoriyaz teve grande parte de sua carreira acadêmica desenvolvida com o mestrado e doutorado pelo Programa de Tecnologia Nuclear do IPEN-USP. Costa considera que "a orientação é uma prova da alta qualidade da formação de recursos humanos da pós-graduação do IPEN/CNEN” e destacou a excelência técnica e a relevância social dos Programas de Pós-Graduação do Instituto.

Novo protocolo para radioterapia

Na sequência, a defesa propriamente dita. Hattori iniciou sua apresentação comentando sobre as formas de tratamento do câncer e especificando sua área de estudo na radioterapia e suas especificidades. Na maioria dos protocolos para câncer de cabeça e pescoço, é realizada, no início do tratamento, uma tomografia que orienta o planejamento das fases subsequentes do processo. Entretanto, o paciente continua o tratamento com a mesma aquisição de imagem, sem levar em consideração as suas alterações físicas durante o processo terapêutico.

A sugestão do estudo de Hattori é acrescentar um novo protocolo com a aquisição de outra imagem ao final da primeira fase, ou seja, antes de iniciar a segunda, a fim de se obter um novo planejamento, considerando as alterações encontradas. Assim, eventuais ocorrências são observadas, analisadas e podem orientar melhor a etapa seguinte da radioterapia.

Na primeira tomografia, será feito o planejamento para ambas as fases. Entretanto, a segunda fase planejada com aquele exame inicial não será aplicada no paciente, servirá apenas para efeitos de comparação com o planejamento na segunda tomografia. A repetição das imagens de CT e o replanejamento da segunda fase na radioterapia ajudam a garantir doses adequadas para volumes alvo e doses seguras para estruturas normais para pacientes que identificaram clinicamente alterações anatômicas durante o curso do tratamento.

As principais conclusões desta investigação estão relacionadas às mudanças dosimétricas que foram observadas sem o replanejamento da segunda fase.

A banca foi formada pelos professores Carla Daruich de Souza, do IPEN/CNEN e atualmente no Instituto de Energia Nuclear da Coreia (KAERI), e Joel Mesa Hormaza, do Departamento de Física e Biofísica do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Botucatu, SP.

Após a apresentação, os membros da banca iniciaram a arguição, com suas considerações e diversas sugestões para o aprimoramento do estudo. Seguiu-se uma reunião virtual em sala reservada entre os membros da banca e o anúncio, feito pelo orientador, Yoriyaz, da aprovação do candidato.

O novo mestre agradeceu emocionado a todos. Tendo uma intensa atividade de trabalho em diversas clínicas, Hattori muitas vezes enviava mensagens durante a madrugada para seu orientador e, surpreso, logo pela manhã, já recebia uma resposta. "Me sentia acolhido, tendo alguém ao lado dando suporte quase 24 horas por dia”. Agradeceu também pelas sugestões apresentadas que serão incorporadas na versão final de sua dissertação.

A próxima dissertação do MPTRCS já está agendada e acontecerá em 17 de agosto, terça-feria, às 10h, de forma on-line, com a aluna Ana Paula Soares da Silva orientada pelo farmacêutico e bioquímico José Roberto Rogero, doutor pela USP e que atuou como diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino do IPEN/CNEN. O título da dissertação é " Desenvolvimento de cartilha para o uso dos equipamentos móveis de Raios X em Unidades de Terapia Intensiva”.

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