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IPEN/CNEN formaliza parceria com Battelle Energy Alliance, que gerencia laboratórios nacionais nos EUA

O acordo vai beneficiar gestores e outros servidores do Instituto que não atuam diretamente em pesquisa e desenvolvimento

Quem já teve a oportunidade de realizar intercâmbio em uma instituição de reconhecida excelência sabe o diferencial que representa para a sua carreira profissional. Na área científica, a relevância é ainda maior. No âmbito do Programa de Internacionalização, o IPEN/CNEN vem trabalhando para ampliar os horizontes de P&D somando sua expertise à de outros centros de referência. A mais recente parceria é com o Idaho National Laboratory – INL (Idaho Falls, EUA).

Um Memorando de Entendimento (MoU, do inglês Memorandum of Understanding) entre o Instituto e a Battelle Energy Alliance (BEA), que gerencia laboratórios nacionais ligados ao Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE), assinado em 8 de janeiro, possibilitará a mais ampla colaboração acadêmica do IPEN/CNEN, delineando políticas para o intercâmbio de pesquisadores, tecnologistas, pós-graduandos e, pela primeira vez, de pessoal administrativo.

De acordo com o MoU, poderão participar de atividades de pesquisa, conferências, ensino e atividades profissionais relacionadas para o benefício de ambas as instituições. As principais áreas de atuação do INL são energia, segurança nacional, ciência e meio ambiente. É considerado o principal o centro para pesquisa e desenvolvimento de energia nuclear. O IPEN/CNEN também é uma referência na área nuclear brasileira, com forte atuação em saúde, meio ambiente, aplicações nucleares, novas energias, dentre outras.

"É o mais expressivo acordo do IPEN/CNEN atualmente. Primeiro, porque abre para todos os profissionais do Instituto, incluindo gestores e outros servidores que não atuam diretamente na pesquisa. Além disso, como a Battelle envolve todos os laboratórios nacionais nos Estados Unidos, a colaboração não se limita ao Laboratório Idaho. O Idaho coordenou a assinatura do MoU, com o apoio da Dra. Marianne”, explicou o superintendente Wilson Calvo.

Marianne Walck é a diretora de pesquisa e vice-diretora de ciência e tecnologia do INL/DOE. Em 2019, ela e Calvo participaram do Regional Meeting on Institucional Innovation and Partnership Building in the Nuclear Sector, realizado no Argonne National Laboratory. O evento teve apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no Projeto Promoting the Sustainability and Networking of National Nuclear Energy Institutions (RLA0062), coordenado por Francisco Rondinelli Júnior, coordenador-geral de Aplicações das Radiações Ionizantes da CNEN.

Na ocasião, disse Calvo, iniciaram-se as tratativas para uma possível colaboração. "Convém destacar o papel catalisador da Agência Internacional ao promover esses encontros envolvendo instituições de referência internacional com interesses afins, resultando em parcerias importantes, como esta que agora formalizamos com o INL por meio do MoU com a Battelle”, ressaltou o superintendente.

O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE, da sigla em inglês) gerencia 16 laboratórios nacionais e cinco centros de tecnologia, e é o responsável pela política de energia e segurança nuclear norte-americana. No Brasil, cabe à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) colaborar na formulação da Política Nacional de Energia Nuclear, bem como executar ações de P&D e prestação de serviços na área nuclear e suas aplicações para fins pacíficos.

Referência em pós-graduação

O IPEN é a maior unidade técnico-científica da CNEN e possui dois programas de pós-graduação: o de Tecnologia Nuclear, com a Universidade de São Paulo (USP), e o Mestrado Profissional Stricto Sensu em Tecnologia das Radiações na Saúde. Este tem como objetivo capacitar profissionais da saúde (graduados em medicina, biomedicina, radiologia, física médica e afins) no uso das radiações ionizantes e não-ionizantes para diagnóstico, terapia e demais aplicações.

O Programa de Tecnologia Nuclear IPEN/USP chegou à marca de três mil titulações em 2020, sendo dois mil mestres e mil doutores. "Muitos dos nossos alunos fizeram intercâmbio e depois foram absorvidos pelo próprio IPEN, em concursos passados, ou por outras instituições, inclusive no exterior. Quanto mais oportunidade oferecermos, mais profissionais qualificados estaremos formando. E a parceria com a Battelle é um grande leque que se abre”, ressaltou Calvo.

Niklaus Wetter, gerente de Internacionalização do IPEN/CNEN, mencionou a importância de formar profissionais "altamente qualificados” que possam liderar pesquisas que eventualmente corram o risco de serem descontinuadas por falta de massa crítica. "Espero que as pessoas procurem se integrar ao máximo às atividades acadêmicas proporcionadas por essa colaboração, é o que vai garantir o futuro da ciência quando muitos se aposentarem”, disse.

Fabio Coral Fonseca, gerente do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio (CECCO) do IPEN/CNEN, é um dos pesquisadores que seguiram esse caminho apontado por Wetter. Fez mestrado e doutorado no Instituto, com estágio "sanduíche” na Université Lille 1, França, e hoje lidera um grupo de excelência.

"Essas experiências de intercâmbio são fundamentais e absolutamente necessárias para a pesquisa, para atualização dos profissionais e para a formação de redes. As pessoas com quem tive chance de trabalhar fora são até hoje colaboradoras do nosso grupo aqui no IPEN/CNEN”, afirmou Coral, que realizou estágios de pós-doc no Instiuto de Física da USP e no Forschungszentrum Jülich, Alemanha.

"Ganha-ganha”

"Demorou algum tempo até finalizarmos o acordo, mas, felizmente, estamos aqui, muito ansiosos para tomar medidas concretas para melhorar nosso trabalho relacionamentos”, disse Marianne Walck. Também estavam presentes na cerimônia de formalização do MoU o secretário de Unidades Vinculadas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Darcton Damião, e o presidente substituto da CNEN, Madison Almeida.

Damião ressaltou o importante papel da Internacionalização sob a ótica da inovação, em uma relação 'ganha-ganha'. Almeida destacou "a tradição de parcerias internacionais que têm no IPEN/CNEN um esteio, com múltiplas possibilidades em termos de atuação estratégica entre vários Centros de Pesquisa nossos e do Idaho National Laboratory”. Na sua apresentação institucional, mostrou os números da autarquia, com destaque para os Institutos e seus servidores/colaboradores, bem como os projetos estratégicos da área nuclear.


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