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CECRF apresenta conquistas de 2019 com balanço 'positivo' e começa o ano com mais desafios e 'motivação renovada'

Para Efrain Perini, acordos com CNPEM e Hospital de Amor de Barretos, renovação da certificação ISO 9001:2015, aprovação de projetos PIPE/FAPESP, dentre outras conquistas, mostram que o Centro de Radiofarmácia está se reinventando, apesar das dificuldades.

O Centro de Radiofarmácia (CECRF) do IPEN fechou o ano de 2019 com muitas conquistas. Pela primeira vez, os radiofármacos produzidos pelo CECRF obtiveram registros na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essa e outras conquistas tiveram um fechamento com "chave de ouro” na comemoração dos 60 anos desde que o radiofármaco Iodo-131 foi desenvolvido no Brasil, marcando o pioneirismo do Instituto e sua contribuição para o avanço e a consolidação da medicina nuclear no país.

"Encerramos o ano com onze registros obtidos com sucesso. Realizamos três importantes eventoscomemorativose, pela primeira vez, promovemos, no IPEN, a discussão entre diversas partes envolvidas no programa nuclear brasileiro, sobre o futuro da produção de radiofármacos no IPEN e sobre a democratização da medicina nuclear no Brasil. Foi um ano muito especial para o Centro de Radiofarmácia e temos vários motivos para nos orgulhar”, afirmou Efrain Perini, chefe do CERCF.

Perini se refere ao evento "60 Anos de Radiofármacos no Brasil: O IPEN na Fronteira da Medicina Nuclear", que congregou três momentos para debater o papel fundamental do Instituto na área nuclear aplicada à saúde. O primeiro foi realizado no dia 17 de junho, no Instituto do Legislativo Paulista (ILP). Voltado para lideranças comunitárias e sociais, parlamentares e sociedade em geral, pesquisadores apresentaram temas relacionados à história e aos desafios na produção de radiofármacos – o Iodo-131 foi desenvolvido em 1959 nos laboratórios do IPEN.

O segundo foi na arena Santander, na USP. Com uma dinâmica que incluiu apresentações de especialistas na produção de radiofármacos, medicina nuclear e empreendedorismo, seguidas de rodadas de discussão, o evento também destacou o pioneirismo IPEN no desenvolvimento e produção do primeiro radiofármaco no Brasil, em 1959, e os desafios para a evolução nas pesquisas e ampliação dos benefícios da medicina nuclear para sociedade.

Também foram discutidas a importância da inovação na área nuclear, a formação de recursos humanos e a necessidade de parcerias internacionais. Participaram José Soares Junior, do InCOR, Ruan Nunes Souza, vice-presidente da Rosatom na América Latinada, Sergio Risola, diretor-executivo do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), Marcelo Linardi, Sofia Santos e Cristian A. Villas Boas, pesquisadores do CECRF/IPEN.

O terceiro momento foi no próprio IPEN, no auditório Rômulo Ribeiro Pieroni, dia 12 de novembro, com a mesa-redonda "Políticas Públicas para a expansão da produção de radiofármacos e democratização da Medicina Nuclear”. A experiência do IPEN na pesquisa e produção de radiofármacos para acolher a classe médica no Brasil, as dificuldades para o desenvolvimento desse serviço, a possível flexibilização da comercialização de radiofármacos e a expansão e democratização da medicina nuclear no país foram os temas debatidos.

Pela primeira vez, o tema foi debatido com os principais atores de todo o processo, desde a pesquisa até o atendimento aos pacientes. Participaram representantes da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Ministério da Saúde, Sistema Único de Saúde (SUS/ATS), Hospital do Amor de Barretos e Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República (GSI). A mediação foi do jornalista Carlos Fioravanti, da Revista Pesquisa FAPESP.

"A ideia foi trazer os nossos parceiros para trocar experiências e debater com a sociedade a respeito desse grande desafio que é expandir a medicina nuclear no Brasil. No caso do IPEN, como podemos ampliar as pesquisas com novas moléculas, produzir mais variedade de radiofármacos e, com isso, cumprir nossa missão de oferecer mais qualidade de vida à população. O debate foi muito profícuo e, com certeza, todos saíram bem impressionados com o que o IPEN faz”, afirmou o superintendente Wilson Calvo.

No dia 13 de novembro, também no auditório, servidores aposentados e da ativa do CECRF participaram de um "bate-papo” descontraído e que deixou muitos emocionados, devido aos relatos sobre o início das atividades, experiências difíceis e desafios superados, além de muita dedicação. Essa foi a tônica do terceiro e último momento que integrou as comemorações dos 60 anos de produção de radiofármacos pelo IPEN. Ao final, Perini comentou que não esperava tamanha repercussão positiva.

Outras conquistas

Outro motivo de muito "orgulho”, segundo Perini, foi a renovação da certificação ISO 9001:2015, fruto da "dedicação do trabalho em equipe de todo o Centro de Radiofarmácia”. Para este ano – afirma – o desafio será ainda maior: "Seremos auditados para a re-certificação da norma e, portanto, o contínuo trabalho para a melhoria do sistema de gestão da qualidade do CECRF é fundamental”, afirmou, acrescentando: "conseguimos retomar a produção de I-123 nos aceleradores cíclotron (C-30), em especial graças ao trabalho realizado pela equipe do Serviço de Operação de Aceleradores Cíclotron".

A parceria firmada em dezembro com o Centro Nacional de Pesquisa em Energia Materiais (CNPEM/ Sírius), cujo MoU (de Memorandum of Understanding) foi assinado em 16 de dezembro, no próprio CNPEM, também é destacada por Perini. Entre os objetivos dessa cooperação técnico-científica está a realização de pesquisa cientifica e tecnológica nas áreas de produção e desenvolvimento de radioisótopos para aplicações médicas, linhas de feixe e alvos para irradiação de materiais em aceleradores de partículas do IPEN/CNEN-SP e do CNPEM. O MoU foi assinado por Wilson Calvo, pelo IPEN, e Antônio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM.


O fornecimento de DOT-IPEN-177, radiofármaco que é usado para terapia de tumores neuroendócrinos, doisworkshopsinternacionais, ambos chancelados pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Acordo de Cooperação Técnico-Científica com o Hospital de Amor de Barretos e a aprovação de três projetos na chamada Pesquisa e Inovação em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP, com cerca de R$1,8 milhões para o desenvolvimento de novos radiofármacos para o diagnóstico de câncer e de doenças neuroinflamatórias, além de adequação e modernização de instalações, são outros destaques.

O balanço completo do CECRF na próxima edição do Órbita.


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