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Acervo da Biblioteca do Instituto de Química da USP é irradiado para descontaminação no IPEN

Uma vez por semana, cerca de 4m3 de material vem sendo tratado no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60. Operação dura alguns meses e deve ser concluída em julho

Uma grande parte do acervo da biblioteca do Instituto de Química (IQ) da USP está passando por desinfestação no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR). São tratados, uma vez por semana, cerca de 4m3 de material, que estavam contaminados por insetos e fungos. As obras estão distribuídas em caixas padronizadas e identificadas, para facilitar a irradiação na câmara de 60Co e posteriormente o retorno às prateleiras devidas.

De acordo com Pablo Vásquez, pesquisador responsável pelo Irradiador Multipropósito de 60Co e pela linha de pesquisa para preservação de objetos de patrimônio cultural, o IPEN foi procurado por uma equipe da Divisão de Biblioteca e Documentação do Conjunto das Químicas liderada por Fátima Paletta, chefe de seção de aquisição. Seguindo o processo convencional para estes casos, o pesquisador foi até o local para verificar o tipo e o grau de contaminação.

"O acervo estava bastante comprometido devido à contaminação por fungos e insetos. Pela quantidade considerável a ser processada, foi estabelecido um cronograma dando prioridade aos lotes mais críticos. O trabalho foi dividido em etapas progressivas, visando o processamento de pelo menos um destes lotes por semana, pois existem compromissos preexistentes relacionados aos materiais do IPEN no Irradiador. Provavelmente, a desinfecção seja finalizada em julho deste ano”, afirmou. Ao todo serão tratados 12 mil volumes equivalentes a mil caixas de material.

Vásquez salienta a importância de qualquer material a ser processado com radiação ionizantedeva vir embalado, identificado e transportado com segurança, seguindo um "Protocolo de Preparação para Acervos Contaminados”. Este procedimento foi desenvolvido no Irradiador Multipropósito de Co-60 e publicado numa dissertação de mestrado.

"A logística utilizada e a forma como o material é entregue nesta instalação é fundamental para garantir a eficiência do processamento, ou seja, eliminar micro-organismos. No caso específico do acervo do IQ, está sendo aplicada uma dose absorvida dentro do intervalo de 6kGy e 10kGy [o Gray representa a quantidade de energia de radiação ionizante absorvida, ou dose, por unidade de massa]. A dose utilizada para eliminar os fungos também elimina os insetos, mas o inverso não acontece por causa da radiosensibilidade desses organismos”, explica.

Outra medida importante, segundo Vásquez, é tomar medidas relacionadas à conservação preventiva do local contaminado, que deve ser reformado ou colocado em condições adequadas para receber novamente o acervo tratado. "Quando existe uma infestação por cupins, por exemplo, não adianta só irradiar o material, é preciso tratar o local do acervo, caso contrário, a contaminação retorna com o tempo. É certo que a radiação ajuda a retardar novas infestações, mas é fundamental deixar todo o ambiente limpo e livre de contaminação. Por isso, são emitidos critérios e recomendações relacionadas ao pre e pós tratamento,”, observa o pesquisador.

Desde que iniciou suas operações, em 2004, o Irradiador Multipropósito de Co-60 tem sido uma das mais importantes instalações do IPEN na prestação de serviços voltados para a preservação de bens culturais. A parceria com a USP já possibilitou a desinfestação de vários acervos, entre eles o da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP), além de outros museus nacionais. Vásquez adianta que, em breve, o IPEN receberá um grande acervo do Museu Ipiranga, que inclui livros, telas, móveis e instrumentos musicais.

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