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'Comprometimento dos servidores é o que garante o nosso sistema de gestão'

Desde 2005 à frente do Sequa, a engenheira Tereza Salvetti diz que o comprometimento da alta direção e dos servidores é o que faz a diferença para o sistema de gestão da qualidade no Instituto. Confira a entrevista:

Antes de falarmos sobre as conquistas do IPEN, vamos começar por uma pergunta básica: quais as certificações existentes e as diferenças entre elas?
Salvetti - Bem, ISO é a sigla para International Organization for Standardization ou Organização Internacional para Padronização, em português, e tem como foco a padronização e a normatização de sistemas para a garantia da qualidade dos processos internos em diferentes segmentos do mercado. No Brasil, a organização está ligada à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), instaurando um padrão que não só eleva a competitividade da empresa, mas redefine os procedimentos, tornando-a um referencial. Suas normas mais conhecidas são a ABNT NBR ISO 9001, ABNT NBR ISO 17025 e ANBT NBR ISO 14001. Cada norma é dedicada a uma aplicação específica, ou seja, 9000 é para questões da qualidade de produto ou serviços e 14000 é para questões ambientais. Essas normas permitem certificação, sendo que várias organizações, desde que autorizadas pelo INMETRO, podem atuar. A norma 17025 é específica para que o laboratório demonstre competência para realizar seus ensaios ou calibrações, sendo que seus escopos, diferentemente das normas anteriores, são acreditados pelo regulador. No Brasil,o INMETRO é o único que realiza esta atividade nos laboratórios.

Além dessas, há outras normas que o IPEN precisa atender?
Salvetti - Sim, o Sistema de Gestão (SG) do IPEN também precisa atender a uma resolução CNEN (CNEN NN 1.16), que trata de questões da qualidade, porém, com foco em segurança. Essa resolução não é facultativa, como as normas citadas até aqui, é obrigatória, pois é a única existente na CNEN para o processo de licenciamento das instalações nucleares, instalações radiativas e para as instalações vinculadas à gestão de rejeitos radioativos no Brasil.

Quais as certificações que o IPEN recebeu/manteve ao longo desses 20 anos e para quais Centros de Pesquisa/unidades?
Salvetti - O IPEN teve a sua primeira certificação ABNT NBR ISO 9002 em 1996, para atividade "produção, controle de qualidade e comercialização de radiofármacos". Em 1999, passou a ter quatro escopos certificados ABNT NBR ISO 9001. Porém, após a junção do cíclotron e da radiofarmárcia, reduziu para três escopos, que foram sendo adequados conforme as proposições das próprias normas e da estrutura adotada pelos respectivos gerentes e direção.

Quais os escopos certificados no IPEN?
Salvetti - Temos o CEN - Prestação de serviços tecnológicos em sistemas energéticos e nucleares; o CECRF - Pesquisa e desenvolvimento, produção, controle de qualidade e comercialização de radiofármacos e produção de radioisótopos em cíclotron; e o CERPQ - Operação e manutenção do Reator IEA-R1 e prestação de serviços de irradiação. Atualmente, apenas o laboratório de calibração de instrumentos (LCI) do GMR tem a acreditação (ABNT NBR ISO 17025) para o escopo "Instrumentos de medição em proteção radiológica: Medidor de equivalente de dose ambiente e Medidor de taxa equivalente de dose ambiente.”

Em várias oportunidades, você afirmou que implantar e manter um Sistema de Gestão em instituição pública é um desafio. Por quê?
Salvetti - Para que um SG tenha sucesso em sua implantação, é fundamental que a alta direção da instituição entenda e esteja envolvida e comprometida com esse Sistema. As normas mais recentes até retiraram a figura que havia anteriormente de um "Representante da Direção” para coordenar o SG e atribuíram essa responsabilidade à alta direção. O IPEN, neste sentido, não tem tido problemas, pois os últimos gestores têm apoiado as ações de manutenção do SG. Nosso maior problema é a falta de recursos humanos que auxiliem na correção e melhoria dos processos, pois isso implica na atualização da documentação e registros específicos na intranet e nos arquivos, preservando a informação. Isso demanda tempo e dedicação. Contudo, o número de servidores é cada vez menor e não convém que certas atividades sejam realizadas por terceirizados. Ultimamente, com a questão da escassez de RH, até a questão de recursos financeiros deixou de ser a maior preocupação para a manutenção do SG.

Como o Instituto tem superado esses desafios? Existe alguma saída?
Salvetti - Basicamente, o comprometimento de alguns funcionários é que tem mantido o SG do IPEN ainda aderente às normas de conformidade. Neste sentido, temos procurado envolver mais pessoas, mas isto fica cada vez mais difícil, pois temos que realizar cada vez mais coisas com a mesma carga horária de trabalho. Na última reunião de análise crítica, foi sugerido pela dire que seja contratada uma empresa que assuma esta atividade no Instituto, sobre a coordenação da SEQUA. Apesar de não ser o ideal, é o possível para o momento. Estamos definindo o escopo de trabalho para orçar junto a fornecedores.

Nesse cenário, o que pode ou precisa ser melhorado?
Salvetti - Nossos processos precisam ser revistos criticamente, otimizando atividades; adoção de ferramentas (softwares) que nos auxilie na gestão dos processos; a comunicação relativa aos SGs precisa ser melhor desenvolvida, entre outras melhorias que precisam ser implementadas nos SGs.

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