IPEN e A.C. Camargo assinam Acordo de Cooperação para pesquisa e desenvolvimento de radiofármacos
Objetivo principal é garantir a eficácia, a segurança e o aprimoramento de radiofármacos produzidos pelo IPEN para ensaios clínicos em pacientes do A.C. Carmargo.
A expertise do IPEN em Radiofarmácia, com mais de 50 anos atuando na síntese de radiofármacos para uso em medicina nuclear e em pesquisas científicas, e o interesse do A.C. Camargo Cancer Center em desenvolver essa área motivaram as duas instituições a formalizar, no último dia 7, o Acordo de Cooperação Técnico-Científica "Desenvolvimento de novas metodologias em diagnóstico oncológico e desenvolvimento de radiofármacos”.
O Acordo foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) No226, desta segunda-feira, 26 de novembro. O objetivo principal é garantir a eficácia, a segurança e o aprimoramento de radiofármacos produzidos pelo IPEN para ensaios clínicos em pacientes do A.C. Carmargo.
Pelos termos do Acordo, caberá ao IPEN fornecer inicialmente o radiofármaco 18F-Colina, indicado para o diagnóstico precoce de câncer de próstata, e atuar em conjunto com o hospital na pesquisa e desenvolvimento de novos radiofármacos. "A introdução desse radiofármaco em vem de acordo com a contribuição histórica do A.C. Camargo para o desenvolvimento clínico, em diversos tópicos, em parceria com o IPEN", explica Eduardo Nóbrega, médico eheaddo Departamento de Medicina Nuclear do hospital.
Ao A.C. Camargo, caberá a utilização da 18F-Colina (e de novos), a coleta de dados sobre o uso e a elaboração de relatórios dos estudos clínicos no formato e na adequação necessários para o futuro registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sem o qual a pesquisa científica não completa o ciclo da inovação, e o radiofármaco não poder ser usado em escala comercial.
A colaboração já existe, a diferença é que, a partir desse convênio, as duas instituições atuarão conjuntamente em todo o processo produtivo, desde o desenvolvimento do novo radiofármaco, realização de ensaios clínicos para demonstração de eficácia e segurança até o passo final, que é a aprovação na Anvisa.
"É um acordo em que todos saem ganhando, principalmente os pacientes, aos quais serão oferecidos novos radiofármacos que possibilitarão procedimentos seguros e avançados”, avalia o superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, acrescentando que, tanto usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto da rede privada, serão beneficiados por essa colaboração.
O A.C. Camargo dispõe de um serviço de medicina nuclear consolidado, atuante há mais de 30 anos, que oferece rotineiramente exames e tratamentos sofisticados. Com médicos nucleares altamente capacitados, está apto a avaliar, opinar, sugerir e atestar a qualidade dos radiofármacos produzidos pelo IPEN. Por sua vez, o IPEN é a instituição responsável pela produção e distribuição da maior parte dos radiofármacos utilizados no país e trabalha com pesquisa e inovação em vários campos da tecnologia nuclear aplicada.
O prazo de vigência do Acordo é de três anos, a partir da data da assinatura (7 de novembro de 2018), prorrogável por mais um até o máximo de cinco anos, mediante termo aditivo. Na hipótese de não prorrogação, será considerado automaticamente extinto. Pelo IPEN, assinou o superintendente Wilson Calvo. Pela Fundação Antônio Prudente, mantenedora do A. C. Camargo Center, assinaram os procuradores José Humberto T. Guerreiro Fregnani e José Marcelo Amatuzzi de Oliveira.
"Nosso objetivo maior é sempre o paciente, principalmente aquele que é usuário do SUS. Batalhamos conjuntamente com outros parceiros para ampliar a medicina nuclear no País e acredito que as colaborações são mais uma iniciativa nessa direção”, ressaltou Calvo.
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Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AM