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“Nosso maior legado é a excelência”, diz presidente da CPG, sobre Programa de Tecnologia Nuclear

Em entrevista para o Órbita, Delvonei Andrade diz que sucessor encontrará um programa bem estruturado e de destaque no País e no cenário internacional devido à sua excelência na formação de recursos humanos.

Órbita - Você está no segundo mandato à frente da CPG. O que o motiva a continuar diante de tantos desafios, entraves e até críticas internas?
Delvonei - Embora esteja no segundo mandato oficial, estou na CPG há bem mais tempo. Dirigir um programa de pós-graduação é sempre um desafio. No caso do Programa em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, esse desafio é ainda maior dado o seu tamanho e suas características de multidisciplinaridade, é manter e melhorar ainda mais a qualidade do programa. É prazeroso poder colaborar com a nossa comunidade acadêmica e ver os resultados desse trabalho, seja por meio de publicações de altíssimo nível, seja por meio de convênios dos quais participam nossos pesquisadores por meio de cooperações nacionais e internacionais. 

Ainda em relação a críticas internas, a CPG abre espaço, através de um workshop anual, para que sejam apresentadas as questões levantadas pela comunidade ao longo do ano. Por que, na sua opinião, um momento tão oportuno como esse tem baixa participação, principalmente de alunos?
Delvonei - Tradicionalmente, o workshop anual não consegue o público que almeja. Este ano, a tivemos a 18 edição do evento e, apesar da ampla divulgação, o público ficou dentro da média dos últimos anos. Embora, por meio de ações em conjunto com a Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento, tenhamos divulgado a importância de participar efetivamente do programa, muito colegas e alunos ainda não se conscientizaram dessa importância e não dão a devida atenção ao workshop. Por outro lado, fazemos diariamente um trabalho "formiguinha” por meio de nossos representantes de área, os quais levam e trazem sugestões de nossa comunidade acadêmica as quais, e sempre que possível, são implementadas. 

O IPEN conseguiu manter a nota 6 na última avaliação quadrienal da Capes. Na ocasião, você comentou que a metodologia foi boa no início, mas no atual cenário está "esgotada”. Fale um pouco sobre isso.
Delvonei - De fato, há um consenso de que o método de avaliação está esgotado. Essa busca frenética por números causou algumas distorções como, por exemplo, uma quantidade exagerada de publicações, que nem sempre apresentam a qualidade desejada. Na verdade, o sistema de avaliação como está não tem se mostrado adequado para programas muito pequenos ou muito grandes, como é nosso caso, que não se enquadram perfeitamente. Há tempos que falamos que o problema, nesse particular, não é o programa, mas o sistema de avaliação. Mas, discussões sobre a avaliação à parte, é fato que precisamos e podemos melhorar nossa produção. Hoje há no programa uma boa quantidade de orientadores com um ou dois alunos, com produção relativamente baixa. Dessa forma, quando normalizamos a produção, embora expressiva pelo número de orientadores, ficamos com índices abaixo da média da nossa área, de Engenharias II. O programa está atento a isso e tem, de todas as maneiras, trabalhado para melhorar os índices. No entanto, temos por hábito não descredenciar orientadores, e qualquer medida adotada demanda um tempo para surtir efeito.

Quais os principais avanços da sua gestão na presidência da CPG?
Delvonei - Conseguimos uma melhora no balanço produção/número de orientadores por meio de ações diversas de conscientização dos orientadores; passamos por duas mudanças de regimento quando pudemos implementar regras mais rígidas no credenciamento e recredenciamento de orientadores; fortificamos os laços com a Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento e o Escritório de Gestão de Projetos, que muito nos têm apoiado em todas as ações. Vale ressaltar a grande sincronia com superintendência do IPEN. Além disso, embora tenhamos reduzido o quadro de orientadores, conseguimos manter a produção, o que pode ser comprovado pelo número de artigos, patentes, dissertações e teses produzidos.

O que você gostaria de melhorar, mas não está na sua competência?
Delvonei - Uma maior agilidade em certas situações poderia ajudar no processo decisório diário de muitos casos. Porém, o programa segue as normas da Universidade de São Paulo, que, embora esteja antenada na melhoria contínua, dado a sua magnitude, nem sempre apresenta a agilidade que gostaríamos na solução dos problemas. De que maneira o Mestrado Profissional vai dialogar com o atual programa? Acreditamos que haverá um diálogo naturalmente, pois a maioria dos orientadores do Mestrado Profissional também participa do programa em Tecnologia Nuclear. Além disso, o novo programa poderá prover alunos para o doutoramento no atual, o que, de certa forma, colocará os dois numa boa sintonia.

Você pretende continuar após o fim do mandato?
Delvonei - A minha vontade é de passar todo o legado para algum outro colega que esteja disposto a enfrentar esse grande desafio. Acredito que a renovação é boa e pode contribuir para o desenvolvimento com novas ideias. Estamos à procura de pessoas para isso. Que legado deixará para o seu sucessor? Um programa de excelência bem estruturado e de destaque no cenário nacional e internacional na formação de recursos humanos e de pesquisa e desenvolvimento da Tecnologia Nuclear e áreas correlatas. Um programa que prima pelos seus maiores ativos: os alunos e o corpo de docentes e orientadores.

 

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