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Centro de Lasers do IPEN tem o desafio de avançar na internacionalização, avalia Niklaus Wetter

Para o físico, que deixa a gerência do CLA depois de duas gestões, é preciso consolidar a internacionalização buscando parcerias efetivas e de longo prazo. Nesta entrevista para o Órbita IPEN, ele faz um balanço positivo de sua gestão e aponta caminhos para os novos gerentes.

Você deixa a gerência do CLA, após duas gestões, realizando um grande evento na área de fotônica, o primeiro do IPEN no âmbito da Escola Fapesp de Ciência Avançada. Qual o balanço que faz ao final dessas duas gestões?

​Foi uma experiência gratificante e consegui aprender muito sobre o interrelacionamento entre pessoas e sobre o funcionamento do IPEN. Procurei sempre ter uma gestão transparente e dar visibilidade ao CLA dentro e fora do Instituto, deixando claro o nível de excelência deste centro, demonstrado, entre outros, pelos muitos prêmios de produtividade e tecnologias que o CLA recebeu neste período. O laboratório multiusuário do CLA foi um marco para o IPEN, o moderno equipamento SNOM que chegará em 2019 graças ao projeto Fapesp institucional e a atual escola avançada Fapesp são outras conquistas das quais me orgulho. Importante dizer que todas essas conquistas foram possíveis porque sempre tivemos o apoio da direção do IPEN.

O que foi mais difícil, gerenciar burocracias ou pessoas?

Os dois assuntos são importantes atribuições de uma chefia. A elevada burocracia brasileira atrapalha o andamento fluído das pesquisas, sem dúvida este é um ponto para se atacar para melhorar a pesquisa no país.

Um dos aspectos mais elogiados por pesquisadores do CLA em relação à sua gestão foi a transparência. Por outro lado, há certa reclamação de seu jeito ​muito direto de dizer as coisas, parecendo rude”, às vezes. Concorda com essas análises? Fale um pouco sobre isso.

Acho que mesmo depois de todo este tempo no Brasil, ainda sou muito direto e não escondo a minha opinião. Esta é a cultura suíça de comportamento no trabalho. As pessoas no Brasil, às vezes, entendem a sinceridade no trabalho como uma crítica pessoal. Mas percebo que muitos colegas do CLA entenderam que meu objetivo era atingir a eficiência no trabalho.

O CLA é um Centro reconhecidamente de excelência em termos de pesquisas e publicações. Mas sempre é possível melhorar. Em que aspectos você considera que é preciso avançar?

O CLA precisa, na minha opinião, melhorar ainda mais a internacionalização, procurando mais parcerias efetivas e de longo prazo. Creio que devemos fazer uma reflexão sobre quais linhas de pesquisas devemos manter e quais devemos descontinuar em beneficio de novos desafios de ponta que nos levarão mais rapidamente ao reconhecimento internacional.

Como avalia o CLA quanto ao alinhamento entre pesquisa e inovação tecnológica?

O CLA ganhou vários prêmios de tecnologia e tem grande potencial de inovação tecnológica. Porém, a burocracia e a falta de compreensão de que para fazer a inovação precisa apoio jurídico rápido e eficiente levam a um resultado muito abaixo do potencial do CLA e do IPEN como um todo. A nova lei de inovação pode ser um sopro de esperança.

Existe(m) linha(s) de pesquisa no CLA ameaçada(s) por falta de pessoal? Qual(is)?

Sim, a linha de espectroscopia óptica já acabou por causa de aposentadoria e a próxima linha a sofrer com as aposentadorias será a de crescimento de cristais.

Quais, além da falta de pessoal, serão os maiores desafios da nova gestão, na sua opinião?

O grande desafio sempre será, na minha opinião, colocar o CLA em posição de destaque na pesquisa em nível internacional.

Falando um pouco de sua carreira, considera que atuar na gestão comprometeu de algum modo suas atividades na pesquisa? De que maneira?

Sem dúvida, a atuação na gestão do CLA comprometeu em parte o que poderia ter sido desenvolvido em pesquisa. Mas valeu à pena pela experiência.

Quais as perspectivas agora, após deixar a gerência?

Espero poder reconquistar o ritmo de pesquisa, produção e acompanhamento dos alunos. Continuo como diretor-presidente da fundação do IPEN, a FAFITPE, e espero que através da transformação em fundação de apoio estadual, ela possa se tornar um instrumento para acelerar a interação IPEN-empresas.

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Adriana Miranda, bolsista Mídia Ciência Fapesp, especial para o Órbita IPEN
Colaborou Ana Paula Freire, da Assessoria de Comunicação Institucional

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