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INPE faz entrega oficial do projeto executivo do Laboratório de Fusão Nuclear à CNEN

Empreendimento será instalado no complexo do RMB, em Iperó. CEN/IPEN colaborou no preparo de documentação para o edital

O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Ricardo Galvão, e comitiva estiveram no IPEN nesta segunda-feira, 26, para apresentar e entregar oficialmente o projeto executivo do Laboratório de Fusão Nuclear (LFN) à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia que vai gerenciar o empreendimento, nesse ato representada pelo coordenador geral de Ciência e Tecnologia Nucleares, Orlando Gonçalves. O LFN será construído no complexo do Reator Multipropósito Brasileiro, em Iperó, região de Sorocaba.

Júlio Guimarães Ferreira, pesquisador do Laboratório Associado de Plasmas (LAP) do INPE, foi o responsável pela apresentação. Ele fez um breve retrospecto da pesquisa em fusão nuclear no Instituto, desde o surgimento do LAP, na década de 70, até o momento em que se consolida o projeto do LFN com a assinatura do Termo de Cooperação CNEN/INPE, em maio de 2016. Inicialmente, a proposta era de criação de um Laboratório Nacional de Plasma (LNP), no âmbito do então Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), na década de 80.

Segundo Ferreira, esse Laboratório teria o Experimento Tokamak Esférico (ETE) como máquina principal. Tokamak, do russo Токамак, é um reator experimental de fusão nuclear, basicamente um potente eletroímã que produz um campo magnético toroidal para o confinamento de plasma. "O impasse na criação do empreendimento levou os pesquisadores do LAP-INPE a desenvolver, nos anos 1990, o ETE com porte compatível com as instalações do Instituto”, afirmou.

Em dezembro de 2000, foi registrada a primeira descarga tipo tokamak do ETE, com mais de nove mil disparos desde então. Somente três anos depois, em 2003, o projeto contou com dotação orçamentária específica para Fusão no Plano Plurianual (PPA) do INPE, proveniente da União. A partir de 2006, todas as atividades na área de fusão nuclear passaram a ser coordenadas pela Rede Nacional de Fusão, criada via Portaria pelo MCT. Também caberia a essa rede preparar a criação do Laboratório Nacional de Fusão.

Ferreira relatou que os procedimentos para transferir as atividades em fusão nuclear do INPE para a CNEN, com os primeiros passos para o estabelecimento de um Termo de Cooperação interinstitucional, iniciaram-se entre 2009 e 2010. "Mas a proposta de instalação do Laboratório em Iperó, na área destinada ao RMB, ocorreu em 2012. E em vez de Laboratório Nacional [de Fusão] passou a ser Laboratório de Fusão Nuclear”, salientou o pesquisador, acrescentando que, em dezembro de 2013, o projeto submetido à FINEP foi aprovado.

Nesse momento, o diretor do INPE, Ricardo Galvão, pede a palavra e faz um agradecimento direcionado ao engenheiro José Augusto Perrotta, coordenador técnico do Projeto RMB pela CNEN, que teria sugerido a instalação em Iperó. "Quero aqui agradecer ao Dr. Perrotta, que foi ele quem fez inicialmente essa proposta, e ela foi muito bem recebida no MCT. O ministro Marco Antonio Raupp, na época, se encantou com a ideia. Depois, houve todas essas mudanças no Ministério. Mas o convite do Dr. Perrotta foi muito importante para consolidar a proposta”.

O Termo de Cooperação CNEN/INPE foi assinado em maio de 2016. A FINEP aprovou, via Fundep, o total de R$ 4 mi para execução em até três anos. Esse montante seria destinado à contratação do projeto de engenharia das instalações do LFN, a custeio para manter e aprimorar a operação do ETE e também à incorporação de bolsistas para a execução dessas atividades. "Ainda não foi possível solucionar implementação de bolsas, o que nos levou a focar no projeto de engenharia”, explicou Ferreira.

O IPEN no projeto

Em novembro de 2014, a equipe do LAP/INPE iniciou as discussões internas e a coleta de informações sobre o RMB para o processo de contratação, tendo o edital do próprio RMB como "inspiração”. Em 2015, o por meio da colaboração do seu Centro de Engenharia Nuclear (CEN), o IPEN contribuiu para o avanço no preparo de documentação, em parceria também com o Laboratório de Integração e Testes (LIT/INPE), o que possibilitou a conclusão dos trabalhos em tempo hábil. Em dezembro de 2016, foi publicado o edital.

"Três empresas se apresentaram, a vencedora foi a Minerba Fuchs Engenharia S.A.. Os trabalhos começaram em fevereiro de 2017. E hoje estamos aqui, para entregar oficialmente o projeto à CNEN”, disse Ferreira.

Marcelo Linardi, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento (DPDE) do IPEN, representando o superintendente Wilson Calvo, considera este momento histórico para o Brasil, cujas palavras foram corroboradas na fala do Diretor do INPE. "Este ato reflete o empenho de vários pesquisadores e instituições ao longo de anos, é, sem dúvida, um marco para a ciência e tecnologia brasileira, e temos orgulho de participar disso”, declarou.

"É uma satisfação, para mim, estar aqui participando dessa reunião. É um sonho de quase 50 anos, e é muito importante esse passo para o Brasil. Desde já quero agradecer à CNEN e a todos que apoiaram muito esse projeto. Também quero destacar a equipe do LIT [Laboratório de Integração e Testes] do INPE. Foi um trabalho de alta qualidade deles, sem o qual não teríamos chegado até aqui. Realmente, esse projeto executivo é motivo de muito orgulho”, disse Ricardo Galvão.

"Para nós também é uma satisfação presenciar essa etapa que está sendo concluída agora, com a apresentação do projeto e a aprovação formal pela CNEN. O próximo passo é discutir as etapas seguintes”, afirmou Orlando Gonçalves, acrescentando que o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da autarquia e ex-superintendente do IPEN, José Carlos Bressiani, "gostaria muito de estar presente, mas não pode vir devido a outros compromissos”.

Também participaram do ato Guilherme B. Moreno Silva, Carlos de Oliveira Lino, Carlos Alberto Villarta Fuliene, João Rizzetto e Maria Célia Ramos de Andrade (INPE); e Nilson Dias Vieira Júnior, Sílvio Carlos Menzel e Maria Alice Morato Ribeiro (IPEN).

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