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GSI e representantes da indústria alimentícia se reúnem, no IPEN, para debater uso da radiação em alimentos

Plano do Governo Federal é usar a tecnologia nuclear para alavancar a exportação de produtos brasileiros visando o mercado norte-americano.

A tecnologia nuclear é uma ferramenta essencial para dinamizar o agronegócio brasileiro, e o Governo Federal está disposto a investir no setor, utilizando a irradiação de alimentos em escala comercial como um dos caminhos para potencializar a exportação de produtos nacionais. A afirmação é do coordenador da Secretaria Executiva do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (CDPNB), capital de Mar e Guerra (CMG) Taveira, durante reunião do Grupo de Trabalho 7, nesta quarta-feira, 7, no IPEN, para falar dos "Benefícios da Irradiação de Alimentos”, uma das áreas de atuação do Instituto.

Taveira e comitiva foram recepcionados pelo superintendente do Instituto, Wilson Calvo, pela gerente do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER), Margarida Hamada, pelo gerente adjunto de Produtos e Serviços em Tecnologia das Radiações, Samir Somessari, pelo gerente do Programa de Internacionalização, Niklaus Ursus Wetter, representando a Coordenação de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (COPDE), e pelo coordenador Geral de Aplicações das Radiações Ionizantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli Jr.. 

O grupo visitou o Espaço Cultural Marcello Damy, onde conheceu um pouco da história do IPEN, e depois assistiu às apresentações, começando por Taveira, que falou sobre o CDNPB e a importância da irradiação de alimentos para a economia brasileira, segundo ele, uma "prioridade” para o Governo Federal. "A hora é agora. O Brasil é o terceiro país produtor de frutos do mundo e o 23º exportador. A Índia, que está a 9 mil milhas náuticas de distância dos Estados Unidos, exporta mais do que o Brasil, que está a 4 mil MN. Não podemos perder a oportunidade de reacender esse mercado”, afirmou Taveira, citando, entre as vantagens, o aumento de vida útil de alimentos, quando irradiados.

Taveira também destacou o fato de a irradiação ser uma técnica eficaz e mundialmente consagrada, que não deixa resíduo, isto é, o alimento pode ser consumido imediatamente após a irradiação. "São muitas as vantagens dessa técnica. Temos ainda a melhoria da coloração de produtos cárneos, a redução de compostos tóxicos, incluindo alergênicos, e substâncias cancerígenas, e o alimento pode ser irradiado já embalado. Importante salientar que [a irradiação] não torna os produtos radioativos”, complementou, ressaltando a importância de a informação ser transmitida corretamente à população.

Em relação ao comércio mundial, Taveira mostrou que a irradiação de alimentos foi aprovada em mais de 55 países, para mais de 35 alimentos, "e a lista cresce”. Segundo ele, 26 países utilizam a irradiação de alimentos em escala comercial. Anualmente, são irradiados 500 mil toneladas de alimentos, sendo 40% na China, 20% nos EUA, 13% no Vietnã, 8% no México e 19% no restante do mundo. "Os EUA consomem 90% do mercado dos alimentos irradiados”, afirmou Taveira. Ao final, mencionou que o irradiador de alimentos é um empreendimento estratégico para o Governo a partir de um planejamento cuidadoso.

Entre os aspectos a serem considerados, estão a necessidade de Boas Práticas de Produção/Fabricação (BPF), a proximidade dos centros produtores, uma logística bem planejada, dimensionamento da oferta/demanda de irradiação, parcerias comerciais e licenciamentos e a sustentabilidade do empreendimento. "Como disse, este é o momento certo para darmos esse passo obtendo ganhos com a irradiação de alimentos. Temos total domínio dessa técnica no IPEN e vamos dinamizar a aplicação dela na indústria”, concluiu.

Após a explanação de Taveira, Wilson Calvo apresentou o IPEN e suas instalações, explicando as funções de cada uma, com destaque para o Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, um empreendimento genuinamente brasileiro, projetado por pesquisadores e engenheiros do Instituto. Em seguida, a pesquisadora Anna Lucia Villavicencio, do CETER, falou das pesquisas com irradiação de comestíveis, e sua colaboradora, Denise Levy, apresentou a vertente Divulgação Científica. 

Na parte da tarde, a comitiva visitou as instalações do Irradiador Multipropósito e dos Aceleradores de Elétrons. Uma análise sensorial com fruta irradiada encerrou a programação. Enquanto degustavam pedaços da mesma fruta em estado natural e irradiada, os visitantes respondiam a um questionário sobre suas impressões acerca de cor, sabor, aroma e textura.

Sobre o CDPNB – O Grupo de Trabalho 7 – Dinamizar a aplicação da tecnologia nuclear na agropecuária – é um dos que integram a nova estrutura do CDPNB. A iniciativa da visita ao IPEN partiu do próprio GSI-PR com o objetivo de apresentar o que o Instituto já faz nessa área e o que está sendo discutido no âmbito do CDPNB em termos de planejamento para alavancar a indústria do agronegócio brasileiro. "O Comitê foi criado para nortear a política nuclear brasileira, ela está bem completa e abraça o assunto aqui: o uso da energia nuclear para dinamizar o agronegócio. Daí porque convidamos os senhores aqui presentes”, disse CMG Taveira.

Integravam a comitiva Eloísa Elena Garcia e Shirley Aparecida Garcia Berbari, respectivamente diretora geral e pesquisadora do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL); Antonio F. de Carvalho, professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV); Antonio Tavares da Silva, assessor técnico da empresa Vitaquima Comercial e Representações; Murilo Freire, pesquisador da EMBRAPA Agroindústria de Alimentos; Eduardo Weisberg, da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS); Roberto Betancourt, diretor do Departamento de Agronegócio (Deagro) da FIESP, e Tiago Rusin, assessor do GSI.

Outros GTs – Ao mencionar os Grupos de Trabalho no início de sua apresentação, Taveira adiantou a criação de três novos GTs, com destaque para o GT-11 Fortalecer e integrar a Comunicação Social do Setor Nuclear Brasileiro. "A área nuclear é muito sensível, as pessoas têm muitas dúvidas e receios. Precisamos passar as informações corretas e vamos trabalhar para cheguem da melhor forma à sociedade como um todo”, comentou. Os outros dois novos são o GT-10 Ampliar a integração dos órgãos reguladores do Setor Nuclear Brasileiro e o GT-12 Analisar os acordos e tratados internacionais relativos ao Setor Nuclear Brasileiro.

De acordo com Taveira, quatro grupos já foram encerrados: GT-1 Elaborar a proposta de Política Nuclear Brasileira; GT-2 Analisar a conveniência da flexibilização do monopólio da União na pesquisa e na lavra de minérios nucleares; GT-3 Analisar a conveniência de ampliar a flexibilização do monopólio da União na produção de radiofármacos; e GT-5 Apresentar as ações para a separação das funções regulatórias das de promoção e fomento.

Outros cinco estão em andamento: GT-4 Elaborar a proposta de Estratégia Nacional de Medicina Nuclear; GT-6 Dinamizar a pesquisa e a lavra de minérios, voltadas para o setor nuclear brasileiro; GT-8 Estabelecer diretrizes e metas para o Repositório Nacional de Rejeitos Radioativos de Baixo e Médio Nível (RBMN); e GT-9 Dinamizar a capacitação de recursos humanos para o setor nuclear brasileiro, além do próprio GT-7.

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